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Homicídios

Que desfecho tiveram as mortes violentas de 2017 em Santa Cruz

Desavenças relacionadas ao tráfico de drogas foram a principal causa de homicídios em Santa Cruz do Sul em 2017. É o que apontam os inquéritos policiais. Dos 32 casos de mortes violentas, 22 foram na Zona Sul da cidade, área da 2ª Delegacia de Polícia (DP), com sede junto ao Centro Integrado de Segurança Pública e Cidadania, no Arroio Grande. Desses crimes, 11 já foram esclarecidos e pelo menos seis têm relação com facções criminosas. 

No total das mortes violentas, 17 foram solucionadas pela Polícia Civil. Os indiciados estão presos, exceto por um caso envolvendo briga entre vizinhos, no qual o acusado aguarda o julgamento em liberdade. Em um dos casos, houve um confronto com a Brigada Militar no qual um dos envolvidos, que havia executado o cunhado minutos antes, acabou sendo morto pelos brigadianos. 

Os outros 15 crimes seguem em investigação. Um dos obstáculos é o medo da população de falar sobre o assunto, especialmente os casos relacionados ao tráfico de drogas. “Esses casos, que geralmente são investigados pela 2ª DP, são difíceis de elucidar porque as testemunhas têm medo de falar o que sabem”, explica a delegada Ana Luísa Aita Pippi, titular da 1ª Delegacia de Polícia e que responde interinamente pela 2ª DP.  

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Na região da 1ª DP, por exemplo, foram apenas três casos, nenhum relacionado ao tráfico. Esses crimes costumam ter motivação passional ou são causados por desentendimentos. “A investigação demanda tempo. Descobrir a motivação é o desafio. Não basta descobrir o autor, mas é preciso saber por que o crime aconteceu. Conseguir isso é muito satisfatório.”

OS CRIMES ESCLARECIDOS

VÍTIMA: Alexsandro Luis dos Santos Mello, 18
INQUÉRITO CONCLUÍDO
No primeiro dia de 2017, o jovem foi morto com cinco tiros na cabeça no Bairro Dona Carlota. Pelo homicídio, a 2a DP indiciou Maicon Robson Schmidt, conhecido como Máscara. Ele foi preso no dia 20 de janeiro e chegou a participar da fuga em massa do Presídio Regional, mas foi recapturado dias depois. A morte de Mello está relacionada ao tráfico de drogas.

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VÍTIMA: Loreno André dos Santos, 30
INQUÉRITO CONCLUÍDO
O agricultor foi encontrado morto com tiros de espingarda em uma lavoura no dia 6 de janeiro, em Rio Pardinho. O assassinato teve motivação passional, já que a vítima foi morta pelo companheiro da mulher com quem mantinha um relacionamento extraconjugal, identificado como André Fernando Molz, 32 anos. A 1a DP indiciou o marido e um amigo: Márcio Schwengber, de 28 anos. Os dois foram presos preventivamente no dia 24 de fevereiro e continuam detidos. 

VÍTIMA: José Antônio Pereira Martins, 55 
INQUÉRITO CONCLUÍDO
O empresário foi morto a facadas em casa, no Bairro Independência. Três homens, um deles armado com uma faca, entraram para roubar R$ 2,1 mil, que ele tinha sacado para pagar a rescisão de um funcionário. Martins reagiu à ação dos criminosos e morreu com dois golpes de faca no peito. O inquérito foi concluído pela Defrec. Três pessoas foram indiciadas e estão presas, dentre elas o sócio da vítima. Celso Maciel Côrrea, 38, seria o mandante do crime e foi preso no dia 27 de março. Além dele, outras duas pessoas foram presas: Cássio Donario Rodrigues e Gabriel Marquardt. Eles estão no Presídio Regional desde novembro. Os dois participaram da fuga em massa que aconteceu no dia 17 daquele mês, mas foram encontrados no mesmo dia.


Nara Helena Friedrich foi morta por ex-namorado. Foto: Bruno Pedry.

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VÍTIMA: Nara Helena Friedrich, 54 
INQUÉRITO CONCLUÍDO
A professora foi assassinada no apartamento onde morava, na Rua Tiradentes, no Centro, no dia 9 de março. Nara foi atingida por mais de dez golpes de faca nas costas. A delegada Lisandra de Castro de Carvalho, titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), indiciou o ex-namorado da vítima, Léo Marcos Paranhos Luz, de 59 anos, pelo crime. Ele se entregou à Polícia Civil quatro dias após o assassinato, teve a prisão preventiva decretada e continua detido.

VÍTIMA: Jair José da Silva, 41
INQUÉRITO CONCLUÍDO
O dono de um bar no Bairro Faxinal Menino Deus foi morto na noite de 12 de fevereiro com tiros no tórax e na cabeça. As investigações da 2a DP apontaram que dois homens procuravam o sobrinho de Jair, com quem tinham uma desavença. Pelo crime foram indiciados Giovane Vargas Furtado e Eduardo Patan Morreira. Os dois foram presos preventivamente no dia 12 de maio e seguem recolhidos. Eles já possuem condenação por roubo.

VÍTIMA: Elson Jair Ristow, 41 
INQUÉRITO CONCLUÍDO
Elson foi morto pelo irmão com um golpe desferido com o cabo de um machado na noite de 17 de março. Márcio André Ristow foi preso em flagrante pelo crime. Antes do homicídio, várias ocorrências policiais envolvendo rixa entre os irmãos já haviam sido registradas. O caso foi investigado pela 1a DP e a delegada Ana Luísa Aita Pippi indiciou Márcio, que permanece recolhido no sistema prisional.

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VÍTIMA: Jonathan Hélio de Andrade, 28 
INQUÉRITO CONCLUÍDO
Andrade foi executado na noite de 20 de março com três tiros nas costas, no Bairro Progresso. Quatro pessoas foram indiciadas pela morte. Marcel Rocha, Nilton Cesar Carvalho, Lenin Daniel Ebert e Valdir Jovane da Cruz armaram uma emboscada para acertar contas com a vítima. As investigações apontaram que o último foi o responsável pelo disparo que matou Andrade. Valdir está preso preventivamente desde o dia 16 de maio.


Corpo de Francine foi localizado em matagal. Foto: Bruno Pedry.

VÍTIMA: Francine Sins da Silva, 13 anos 
INQUÉRITO CONCLUÍDO
A adolescente foi morta pelo padrasto, Ronaldo dos Santos, no dia 14 de abril. A investigação da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) apontou que a mãe,  Geni Sins, de 54 anos, foi autora intelectual do assassinato da filha. O laudo da necropsia apontou que a causa da morte foi asfixia por estrangulamento. 
A mãe e o padrasto de Francine foram indiciados pelo crime e estão presos preventivamente desde abril. Geni recebeu da Justiça, em maio, o direito de permanecer em prisão domiciliar.

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VÍTIMA: Adão Vanderlei Zeferino, 49 
INQUÉRITO CONCLUÍDO
Adão foi morto por sete tiros na casa onde vivia, no Bairro Faxinal Menino Deus, no dia 21 de junho. Anderson Fernando Machado, Yuri Alexsander Machado, Felipe Roger da Silva e um adolescente, agora com 18 anos, foram indiciados pelo homicídio. Anderson e Fernando tiveram a preventiva decretada em julho e estão presos. O primeiro chegou a participar da fuga em massa do Presídio Regional em novembro, mas foi recapturado pouco depois em uma propriedade em Venâncio Aires, ao lado de outros três foragidos. Já o menor está em uma unidade da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase). A morte também é relacionada ao tráfico de entorpecentes.

VÍTIMA: Jerônimo de Carvalho Petter, 32
INQUÉRITO CONCLUÍDO
Foi morto pelo mesmo adolescente envolvido na execução de Adão, caso ligado ao tráfico de drogas. Petter foi encontrado sem vida no Bairro Faxinal Menino Deus, em 13 de julho.

VÍTIMA: Anderson Jauri da Silva, 22 
INQUÉRITO CONCLUÍDO
O mesmo adolescente que participou do assassinato de Adão e Petter foi indiciado pela morte de Anderson. A vítima foi atingida por diversos disparos no rosto e no tórax, chegou a receber atendimento, mas morreu no hospital no dia 9 de junho. Brigas envolvendo o tráfico de drogas são apontadas pela investigação como a causa. Antes de ser recolhido, o assassino exercia a função de matador de uma facção criminosa e recebia ordens diretas do líder do grupo, que está preso. O jovem filmava as mortes para prestar contas ao “chefe”. Com ele, foi apreendido um revólver 38 com capacidade para oito tiros, dois a mais que o modelo comum.

VÍTIMA: José Gastão da Rosa, 55 
INQUÉRITO CONCLUÍDO
A morte de Rosa aconteceu após uma briga com um vizinho no dia 31 de agosto, no Bairro Progresso. Leandro Helio Kuppe foi indiciado pelo crime e preso em flagrante ainda no dia do homicídio. Ele confessou a autoria da facada que matou a vítima, mas alegou que o vizinho havia lhe desferido um soco. Kuppe aguarda o julgamento em liberdade.

VÍTIMAS: Valdomiro Soares e Joanilson Olegário, 37 e 26 anos 
INQUÉRITO CONCLUÍDO
Uma confusão que começou em família terminou com duas mortes no dia 6 de outubro, no Bairro Bom Jesus. Foragido da Peva, Joanilson Olegário passou a ameaçar a esposa em frente à casa onde residiam. O cunhado, Valdomiro, tentou defender a irmã e foi baleado. Joanilson foi morto pela Brigada Militar, que revidou disparos dele ao chegar no local. A investigação da 2a DP indiciou Alexandre Severino, pois ele indicou ao foragido onde Valdomiro havia se escondido para tentar escapar. Ele está preso desde outubro. 

VÍTIMA: Adolar Valentim dos Santos, 43
INQUÉRITO CONCLUÍDO
Eleito vereador suplente,  Lali Santos, como era conhecido, morreu após ter sido atingido por um disparo dia 21 de julho, no Bairro Santa Vitória. Carlos Fernado Rodrigues Paz, de 40 anos, foi preso em flagrante ainda no dia do crime e indiciado pela 2a DP.

VÍTIMA: Marlon Giovani Silveira, 37
INQUÉRITO CONCLUÍDO
Marlon foi encontrado morto no dia 12 de novembro, no Bairro Margarida. Um homem de 43 anos, que não teve a identidade revelada, foi indiciado e preso em dezembro. Conforme a delegada Ana Luísa Aita Pippi, o acusado alegou que a motivação seria uma possível briga entre vizinhos em razão da demarcação de uma divisa. 

VÍTIMA: Ronaldo Gulart D’Ávila, 44 
INQUÉRITO CONCLUÍDO
Ronaldo estava no Bairro Faxinal Menino Deus quando foi atingido por dois disparos no dia 4 de novembro. A investigação da 2a DP apontou que Maiquel Fernando de Barros foi o autor dos tiros. O crime teria sido motivado por desavenças entre a vítima e familiares de Barros. O acusado foi indiciado e está preso.

VÍTIMA: Fagner Samuel de Mello, 29 
INQUÉRITO CONCLUÍDO
Mello foi atingido por três disparos no dia 5 de novembro. A investigação apontou que a vítima tinha emprestado uma arma a Daniel Henrique de Oliveira, autor dos disparos. Mello pedia que ele devolvesse, o que gerou um desentendimento. Daniel foi indiciado e está preso desde novembro por um homicídio em Cachoeira do Sul.

OS CRIMES QUE SEGUEM EM INVESTIGAÇÃO

  • Denilson Ricardo Fobrich de Mello, 20 anos, foi executado a tiros no Loteamento Beckenkamp no dia 3 de janeiro. 
  • Cesar Luis da Silva morreu no dia 8 de janeiro, após ser vítima de disparos no Beco do Cléber, no Bairro Progresso.
  • Vitielo de Souza Cierco, 27 anos, foi assassinado com um tiro na cabeça no Bairro Santa Vitória, no dia 8 de janeiro.
  • Adilson da Silva Carvalho, 32 anos, foi executado na entrada principal do Parque de Eventos no dia 4 de fevereiro.
  • Um corpo foi encontrado em um contêiner da Rua Marechal Deodoro no dia 29 de março. Foram necessários seis dias para identificar a vítima como Adriana Teresinha Barcellos. A Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) continua investigando o caso. 
  • Adão dos Santos, 49 anos, foi morto ao tentar realizar um assalto em 3 de maio.
  • Dono de um bar no Bairro Bom Jesus, Alceu Oliveira Cortes, 38 anos, foi assassinado no dia 13 de maio. Um homem chegou ao estabelecimento em uma motocicleta, pediu para falar com o dono e atirou diversas vezes contra ele, que morreu na hora.
  • Charles Rafael da Silva Ferreira, 26, foi alvejado por diversos disparos na noite do dia 15 de junho, no Bairro Santa Vitória.
  • Éderson Machado Rocha, 22, foi morto a tiros no dia 22 de agosto, no Bairro Beckenkamp.
  • Gabriel Gonçalves, 18, foi assassinado no dia 12 de agosto no Residencial Viver Bem. Ele recebeu pelo menos três tiros, dentro da casa onde residia.
  • Marco Aurélio Sena Furtado, de 56 anos, morreu depois de ser baleado no dia 19 de setembro, também dentro de sua própria residência, localizada no Bairro Santa Vitória. 
  • Tiago Silva dos Santos foi morto no Faxinal Menino Deus no dia 25 de outubro. Dois suspeitos foram identificados, no entanto, um deles também já foi assassinado. 
  • A morte do porteiro aposentado Neri Francisco Porto de Oliveira, 65, aconteceu no dia 14 de novembro, quando chegava em uma casa no Bairro Schulz. Conforme o delegado Marcelo Chiara Teixeira, a investigação do caso está avançada. 
  • Eduardo Gabriel dos Santos, de 15 anos, foi encontrado carbonizado nas proximidades do Parque de Eventos, em 5 de dezembro.
  • Claudiomiro Gass Schelemmer foi encontrado morto na casa onde residia, no Santo Antônio, também no dia 5 de dezembro.

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