Xalingo projeta aumento de 10% no faturamento

O segundo ano com a presença da pandemia do coronavírus deve representar um incremento de 10% no faturamento da Xalingo. A empresa já teve desempenho expressivo em 2020, chegando a R$ 150 milhões. Gestão voltada à inovação, incremento no portfólio e o avanço de fronteira podem explicar os bons resultados.

A terceira geração no comando da indústria, presidida pelos irmãos Rodrigo Ebert e Paula Ebert, integrando a parte de marketing e busca de hubs tecnológicos para parcerias, está focada no desenvolvimento sem perder as características que fizeram a empresa crescer nos últimos 74 anos. “Temos tradição, passado, e temos que traçar estratégias para o futuro. Estamos mais abertos a isso”, destaca Rodrigo. Dessa forma, conseguem manter a média de 500 colaboradores, ampliando em períodos de safra, como agora, quando se aproxima do Dia da Criança – atualmente, são 540.

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Uma das ações que pode representar evolução é a participação na segunda edição do BRDE Labs. O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul realiza, com condução do Feevale Techpark Porto Alegre – parque tecnológico da Universidade Feevale –, o programa que apresenta startups com potencial de investimento para empresas parceiras.
“Assim, podemos captar parcerias para a solução de eventuais gargalos que temos na empresa. E vale para diferentes áreas, como plataforma fabril, ciência de dados, todos os campos gerenciais, produção, treinamentos”, enfatiza Paula.

A Xalingo participa pela primeira vez do programa e há perspectiva de consolidar negócios. “Trabalhar com startup é um ganha-ganha, pois elas precisam de um suporte, e empresas maiores, geralmente, são mais engessadas, sem o dinamismo das startups”, afirma Rodrigo. A ação segue até dezembro, sendo que a primeira etapa – com apresentação de 66 projetos – já aconteceu. Desses, 14 foram selecionados para um segundo momento.

Ampliação com diversificação

Crescimento

O desempenho traduzido em números da Xalingo passa, em muito, pelo interesse em ampliação e diversificação de negócios. Um exemplo é o centro de distribuição instalado em Barra Velha, Santa Catarina. O espaço se configura em um facilitador para a importação de mercadorias, mas também serve como importante suporte para a logística de distribuição da empresa. “Foi nosso primeiro passo fora de Santa Cruz do Sul. Nós precisamos estar mais próximos de todos os consumidores. A gente quer continuar sendo uma empresa daqui, mas também sermos conhecidos como uma marca do Brasil”, diz Rodrigo.

O objetivo tem exemplicação. O maior mercado da Xalingo é a região Sudeste do País, seguida pelo Sul. O Paraguai também tem representatividade. Outros países da América Latina estão no foco e devem ter ampliação de participação, sobretudo após o término da pandemia. E se ultrapassar os limites geográficos é visto como caminho para o crescimento, incrementar o portfólio é outro fator positivo. A produção de equipamentos para o setor agrícola tem acompanhado o desenvolvimento do agronegócio. “É um setor que cresceu muito, entre 30% e 40%, e nós acompanhamos isso. A área agrícola vai representar 30% da nossa produção em 2021, ante 25% em 2020”, comemora Rodrigo.

Inovação

Uma senhora que se aproxima dos 75 anos, mas não perde a capacidade de se renovar. Assim os irmãos Ebert descrevem a Xalingo. E, para se manter atualizada, pratica o conceito de inovação aberta, buscando no mercado o que há de novo, além de manter, em seu quadro de colaboradores, equipe responsável por criar produtos para diferentes áreas. Consegue, dessa forma, fazer com que o mais tradicional de seus brinquedos, o Brincando de Engenheiro, se atualize permitindo a interação entre o mundo on-line e off-line. “A criança está muito próxima de equipamentos como tablets e smartphones, mas precisa do tátil. Então, é possível unir esses dois conceitos”, explica Rodrigo.

A tendência, reforça Paula, é estar cada vez mais perto do consumidor, com maior presença em mídias digitais, possibilitando maior interação. “Também temos o programa interno de ideias, que são sugestões de nossos colaboradores para aprimorar produtos ou processos”, acrescenta.

Licenças

A busca por manter a empresa atualizada faz com que, além dos produtos próprios e tradicionais, como os de madeira e plástico, sejam focados os importados e aqueles com licenciamento, que alegram o imaginário das crianças. Há brinquedos licenciados com personagens da Disney, Patrulha Canina, Barbie e a marca Hotwheels. Sobre os importados, Rodrigo reforça a importância do cuidado com a qualidade e que atendam às exigências das certificações nacionais. “A importação direta, muitas vezes, não têm certificação. Não são levados em consideração fatores importantes, como o tamanho das peças, dependendo da idade sugerida, e a questão da tinta, que deve ser atóxica”, explica.

Comando da empresa agora está com a terceira geração

Em julho de 2020, o avô de Rodrigo e Paula Ebert, Décio Fioravante Minatto, deixou a direção da empresa, assim como o tio João Ebert e também Flávio Haas. Por meio de assembleia, foi definido o nome de Rodrigo Ebert para assumir a presidência. Teve a companhia, até o fim do ano passado, de João. Mais recentemente, Paula passou a fazer parte com o intuito de dar maior dinamismo na parte digital e na busca de mecanismos que possam representar mais agilidade aos processos, tanto internos quanto externos.

Eles comandam a unidade fabril, que tem quase 36 mil metros quadrados de área em Santa Cruz do Sul; o centro de distribuição de Barra Velha; os mais de 500 colaboradores e as três operações da empresa: brinquedos, soluções (área agrícola) e Miper, que é a responsável pela construção de moldes e ferramentas, dando mais autonomia para a Xalingo e possibilitando a venda de matrizes para terceiros. São 850 produtos no portfólio e dez mil pontos de venda em todo o Brasil.

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