Eleito para a Academia Rio-Grandense de Letras, José Alberto Wenzel não esconde a alegria. Apaixonado pela literatura, autor de diversos livros, o ex-prefeito de Santa Cruz do Sul foi agraciado com a distinção na última quinta-feira, 1º, quando foi eleito pelos membros da entidade para ocupar a cadeira número 8, do patrono José Teodoro de Sousa Lobo.
A Academia Rio-Grandense de Letras tem vários pré-requisitos para aceitar novos integrantes, como a quantidade de obras e artigos escritos, além do tempo disponível para se dedicar à entidade. Agora, Wenzel terá que participar de reuniões em Porto Alegre e trabalhar para interagir com outras academias, buscando a defesa da língua nacional e dos dialetos regionais, e preservando a memória dos escritores.
Em entrevista à Gazeta do Sul, Wenzel externou a satisfação, mas também a responsabilidade da posição a ser ocupada, além de lembrar dos familiares e amigos que o auxiliaram durante sua caminhada. “Eu não cheguei até essa distinção sozinho. Trago uma trajetória desde a minha terra natal, Cerro Largo, quando meus familiares trabalhavam com Letras. Meu pai era assinante de jornal, meu avô era escrivão, meu bisavô, Antônio Wenzel, fundou a primeira biblioteca do município. Então sempre tive muito apoio familiar.”
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Wenzel também relembrou a participação de suas primeiras professoras, que, segundo ele, foram fundamentais na construção de seu aprendizado. “Preciso fazer um agradecimento para Eli Gruendling Lawisch e Lia Boetcher, que me auxiliaram neste processo de ler e escrever. Foram extremamente importantes.” O geólogo, autor dos livros Migalha inteira, Cheguei, posso partir, Asas Douradas, A alma morre antes e A menina que decorava túmulos, tem ampla referência sobre temas ambientais.
Escreveu as obras Fepam: raízes, trincheira e farol, Pampa verde, Ecologia real ou utopia ambiental e Lago Dourado e piscinões, além de produzir diversos artigos publicados em revistas e periódicos. Por isso, fez um agradecimento especial à Gazeta. “A primeira oportunidade de escrever para um jornal eu recebi do Romeu Neumann, na Gazeta. Cheguei a ter uma coluna nos anos 1990, sobre questões ambientais, por isso, devo muito a ele e aos editores que o sucederam, como o Romar Beling hoje, que me ajuda bastante.”
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Prestes a lançar uma nova obra, José Alberto Wenzel revela que o livro, a ser publicado nos próximos meses, trata sobre a conexão entre dois temas que ele já vem trabalhando de forma separada ao longo dos anos: natureza e morte. “Busco escrever para chegar na pessoa, para que a emoção dela seja aflorada. Como é bom quando as pessoas te dão retorno, ou mesmo quando caminho em algum lugar e alguém diz que gosta de ler meus artigos ou livros. Sobre esses dois temas importantes, eu espero que as pessoas se surpreendam com o que preparei para este novo livro”, afirmou o ex-prefeito.
Natureza e morte, interação transgressora é o título provisório da obra. “Sabemos que existe um tabu sobre a questão da morte, que nunca foi suficientemente superada. Toda a tristeza do tema, relacionado agora com a Covid-19, está contribuindo também para que eu aprofunde essa temática, na sua relação com a natureza”, finalizou o escritor. A posse de Wenzel como membro da Academia Rio-Grandense de Letras deve ocorrer nas próximas semanas, em data a ser divulgada.
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