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GILBERTO JASPER

Votar, o melhor remédio

Foto: Agência Brasil

Convenções partidárias começam neste sábado

A radicalização que tomou conta do Brasil, de maneira especial a partir de 2018, faz parecer que temos eleições todos os anos.  Tamanha é a repercussão do noticiário político que, na maioria das vezes, envolve discussões “pouco republicanas”, beirando a baixaria. Apesar das aparências, os pleitos se realizam a cada dois anos. Por vezes elegemos presidente da república, governadores de Estado, senadores, deputados estaduais e federais. Noutra vez são os representantes municipais. Por isso, no ano que vem, teremos nova disputa que resultará na eleição de prefeitos e vereadores, ou seja, a peleia será no âmbito municipal.

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Trata-se da eleição mais importante porque é a mais próxima do cidadão. Diz mais respeito à vida daquele trabalhador que acorda cedo na busca do sustento para criar sua família, além de pagar impostos e vê, a cada dia, a necessidade de aumentar a jornada para bancar as despesas. Apesar da importância, é raro encontrar alguém que lembre do candidato em que votou na última vez.

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A obrigatoriedade do voto é um tema que divide opiniões, suscitando discussões intermináveis. Mesmo comparecendo às urnas a cada dois anos, o eleitor não acompanha o trabalho de seus representantes, eleitos ou não. Isso é típico dos brasileiros que veem na atividade parlamentar um ofício menos nobre ou importante, abrindo espaços para oportunistas e vigaristas.

O prefeito e o vereador são representantes de fácil acesso ao cidadão. É possível encontrá-los não apenas na prefeitura ou na câmara municipal. Como são cidadãos comuns eles frequentam supermercado, igreja, canchas de bocha, festas religiosas e vão a restaurantes. Isso faz com que sejam demandados pessoalmente por eleitores que reivindicam obras ou pequenos reparos em uma estrada vicinal.

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A demonização da atividade política é turbinada pela divisão que contaminou a imprensa brasileira. Os grandes veículos de comunicação se transformaram em comitês eleitorais, manipulando conteúdos, sem espaço para que o público se informe e forme sua própria opinião.

Hoje, temos uma prática nociva que consiste em buscar os meios de comunicação – rádio, tevê, jornal e internet – de acordo com a ideologia ou preferência política de cada um. Os meios de informação deveriam oferecer conteúdos com ponto e contraponto, deixando o leitor/ouvinte/telespectador/internauta fazer o próprio julgamento.

Essa postura de “escolher um lado” levou à perda de credibilidade de grande parcela da mídia. Ser a favor ou contra é prerrogativa de comentaristas e colunistas, e nenhum outro jornalista. A busca de informação verdadeira é a base da democracia que está comprometida pela radicalização. Votar certo ainda é o melhor remédio.

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