Durante a gestação, náuseas e vômitos na mulher são considerados sintomas normais, tanto que cerca de 80% das gestantes apresentam esses quadros. “Em 85% dos casos, a resolução está em uma simples mudança de hábitos, como evitar a ingestão de líquidos logo após acordar e excluir alimentos gordurosos, quentes e refrigerantes da dieta”, explica o médico Antonio Cabral, doutor em Obstetrícia pela Unifesp e professor titular de Obstetrícia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Cabral destaca que para 1% das mulheres grávidas esses sintomas evoluem para quadros graves de náuseas e de vômitos. “É o que denominamos Hiperêmese Gravídica (HG), problema sério que precisa ser tratado de maneira adequada. As gestantes com Hiperêmese podem ter perda acentuada de peso (mais de 20% do peso pré-gestacional), desidratação e alterações metabólicas, que levam à piora do estado geral e repercussões importantes para a mãe e para o feto, necessitando de internação hospitalar”, explica.
As mulheres que apresentam quadros de náuseas e vômitos considerados moderados a grave, ou seja, os sintomas são sentidos até dez vezes ao dia, precisam receber medicamentos denominados antieméticos para aliviar os sintomas, evitar a desidratação materna e alterações no funcionamento do organismo.
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A necessidade de utilizar um medicamento, porém, gera outra preocupação nas futuras mamães, uma vez que alguns deles podem afetar o desenvolvimento dos bebês. No entanto, o especialista tranquiliza as pacientes. “A segurança de alguns antieméticos já foi testada com êxito. Dentre as drogas usadas no Brasil, a única que garante o não comprometimento do neurodesenvolvimento da criança é a Ondansetrona, que pode ser usada em todos os níveis de náuseas e vômitos, conforme estudo da Food and Drug Association (FDA), um órgão do governo dos Estados Unidos, criado em 1862, com a função de controlar os alimentos e medicamentos, por meio de diversos testes e pesquisas”, destaca.
E as substâncias que não foram objeto de estudos? Cabral explica que quanto a essas não é possível avaliar as consequências no feto. Por isso, é necessário que médico e paciente se atentem para não correr riscos desnecessários. Os vômitos intensos e não tratados podem prejudicar o feto, gerando atrasos em sua maturação intelectual. É preciso tratar essa condição, mas com toda a segurança. Não devemos correr risco quando o assunto é a saúde de um bebê”, ressalta o médico.
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