A equipe de voluntários do posto do Centro de Valorização da Vida (CVV) de Santa Cruz do Sul fará uma ação diferente no mês de setembro. Com a restrição aos eventos presenciais – uma das normas da coordenação nacional do serviço, ainda em vigor, por causa da pandemia de coronavírus – os voluntários vão ampliar a carga horária, ficando mais tempo à disposição de quem precisa de ajuda.
A porta-voz do CVV Santa Cruz, Naira Lisane Zanette, conta que , tradicionalmente, a unidade realiza eventos presenciais, no entanto, em função da pandemia da Covid-19 e sob diretrizes do CVV nacional, a alternativa foi ampliar a jornada de trabalho. Atualmente, o posto conta com 16 voluntários – número recorde no atendimento santa-cruzense. Naira explica que o número de voluntários que se juntaram ao serviço no último ano anima o grupo. “Cada voluntário aumentará o número de horas. Como haverá a programação tradicional do Setembro Amarelo, estaremos com uma maior disponibilidade para atendimento junto ao 188. Aumentando o número de horas, cada um de nós irá doar um pouco mais para o outro”, aponta Naira.
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Cada membro da equipe dispõe de quatro horas semanais ao serviço, mais duas mensais, para planejamento. A intenção, segundo a porta-voz, é deixar aberto para que cada voluntário faça o ajuste necessário à carga horária, elevando o número de tempo que irá disponibilizar ao atendimento. O posto de Santa Cruz do Sul funciona junto ao Corpo de Bombeiros, conectados à rede nacional de atendimento. “Com isso, nós conseguimos aumentar também o tempo de atendimento junto ao serviço”, relata. O número 188 é nacional. Quando alguém liga em busca do acolhimento oferecido pelo CVV, a chamada pode cair em qualquer um dos 120 postos em funcionamento no país. Com maior número de voluntários, a contribuição do CVV Santa Cruz, a todo o sistema, também é muito maior” avalia.
A porta-voz explica que, além do telefone 188, o CVV atende por e-mail, e chat, que podem ser acessados por meio do site do CVV, disponível durante 24 horas de forma sigilosa e gratuita. “Pode acontecer de ter fila de espera no atendimento, então sugerimos que as pessoas aguardem alguns instantes pois a procura em certos horários é mais intensa”, recomenda a voluntária.
O medo da pandemia
Se o isolamento social é um dos fatores causadores da depressão e dos problemas que ela carrega, a incerteza e o medo da doença também viraram tema dos acolhimentos feitos pelo CVV em todo o país. Com uma média de 11 mil ligações atendidas por dia, o serviço não apresentou aumento substancial de acesso nos últimos dois anos. “Além das ligações, ocorrem os acessos pelo chat via internet. Mas o número de ligações por dia, permanece praticamente o mesmo”, diz a porta-voz do CVV.
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Os assuntos tratados no acolhimento via telefone apontam para o drama pessoal da Covid-19, o medo da doença e até mesmo da morte. “A gente procura estender a mão através do telefone para aqueles que estão isolados em casa. Damos acolhimento para fazer com que eles voltem a ver a beleza do sol. Isso é lindo! Não tem como definir”, complementa Naira Lisane Zanette, do CVV Santa Cruz.
Um serviço de doação ao próximo
Além das programações do Setembro Amarelo, o mês que inicia é especial para a Associação Amigos da Vida, mantenedora do posto do CVV em Santa Cruz. Nesta sexta-feira, 3, a entidade completa 16 anos de atividade no município. “Nós queríamos promover um evento, mas como ainda há esta dúvida quanto aos eventos presenciais, decidimos ampliar a carga horária. Este é o grande foco: atender, cuidar e dar o acolhimento às pessoas. Eu acho isso fantástico, pois faremos uma coisa diferente”, avalia Naira.
Mesmo com 16 voluntários na equipe, a busca por pessoas dispostas a fazer parte da rede de acolhimento é constante. “Continuamos com inscrições e treinamentos on-line, pois sempre são necessários mais membros para manter a equipe do posto, assim como termos condições de efetuar mais atendimentos em prol da vida”, diz a porta-voz do CVV Santa Cruz.
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Saiba mais
O Centro de Valorização da Vida (CVV) é uma associação civil sem fins lucrativos, filantrópica, reconhecida como de Utilidade Pública Federal, desde 1973. Presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo e anonimato. Ao todo, são 120 postos em todo o país, e Santa Cruz do Sul tem um deles.
Para ser voluntário é preciso ter mais de 18 anos de idade, pelo menos quatro horas disponíveis por semana e vontade de ajudar pessoas. Como as ligações são gratuitas para quem liga, elas são pagas pelos próprios voluntários que contribuem para manter a instituição.
Quem quiser cooperar com o CVV Santa Cruz, pode depositar nas contas da entidade. Sicredi, agência 0156, conta corrente 38.249-0; Caixa Econômica Federal: agência: 0500, conta 2684-0, operação 013. Os depósitos são feitos para a Associação Amigos da Vida – Santa Cruz do Sul. CNPJ: 07.708.503/0001-65.
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