Enquanto o mundo todo volta as atenções ao Rio de Janeiro para acompanhar o desempenho dos maiores atletas que disputam a Olimpíada, uma pequena parcela da população garante, nos bastidores, o funcionamento de todas as atividades. Na edição deste ano dos Jogos Olímpicos, trabalham cerca de 155 mil pessoas, entre 6,5 mil funcionários fixos, 85 mil temporários e 70 mil voluntários. Diogo Freitas, Gabrieli Jacbos, Isadora Gonçalves Aires, João Vitor Jost Santana e João Vitor Santos estão entre os moradores do Vale do Rio Pardo que fazem parte desse grupo.
Os estudantes ficaram sabendo da oportunidade de trabalhar na Rio 2016 pela internet, inscreveram-se e, desde então, participaram de diversos treinamentos. Após a chegada da Carta Convite, documento oficial de pré-seleção, passaram por uma seleção presencial em Porto Alegre, no início deste ano, e por dinâmicas online sobre relacionamento interpessoal, cursos de inglês e instruções de segurança. No caso de Isadora, também houve uma viagem ao Rio, em abril, para um treinamento.
A jornada de trabalho é diferente para cada um, conforme a disponibilidade informada previamente pelos voluntários. Em média, eles trabalham durante dez dias, com carga de oito horas diárias, e recebem apenas uniforme, dinheiro para o transporte público até as arenas e alimentação no horário de trabalho. Apesar de não receberem nenhum tipo de salário, a possibilidade de fazer parte de algo grandioso, conhecer pessoas de diversos lugares do mundo e praticar outros idiomas motivou os gaúchos a se deslocarem até a capital fluminense.
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A paixão pelos esportes e a possibilidade de colocar a experiência no currículo também tiveram peso na hora da decisão. Desde o momento da inscrição, foram mais de dois anos de preparação e expectativas que se concretizam nas próximas semanas.
Assistência para o Azerbaijão
Diogo Freitas é natural de Cachoeira do Sul, estuda Produção em Mídia Audiovisual na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e tem 21 anos. No Rio de Janeiro desde o último dia 24, trabalha na Vila Olímpica, onde ficam os apartamentos dos atletas. Como assistente do Comitê Olímpico do Azerbaijão, sua função é ajudar os chefes da delegação do país e os atletas no que eles precisarem. O que levou Diogo a se voluntariar foi a possibilidade de conhecer outras culturas e praticar seu conhecimento nos idiomas inglês e espanhol. “O trabalho em si está bem bacana, porque é imersão total em ambiente olímpico mesmo e a vila está linda”, conta.
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Tirando os custos com passagem aérea e alimentação fora do horário de trabalho, ele não vai ter que gastar com mais nada, dado que optou por um tipo diferente de hospedagem: o CouchSurfing. Em tradução literal, o termo em inglês significa “surfe de sofá”. Trata-se de uma rede social que faz a ponte entre turistas que procuram hospedagem grátis e pessoas que gostariam de receber esses visitantes.
Satisfação em apoiar organização de evento internacional
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Gabrieli Jacobs tem 29 anos, é relações-públicas e irá trabalhar durante dez dias no Parque Olímpico da Barra, na Área Comum, onde serão disputadas cerca de 15 modalidades. Para reduzir os gastos com hospedagem, vai contar com a ajuda dos amigos. “Morei no Rio por um tempo e conheço bastante gente por lá, meu único gasto foi com as passagens aéreas”, conta. Integrante da ONG Parceiros Voluntários, a santa-cruzense faz trabalho voluntário há muitos anos. A satisfação pessoal em ajudar em um evento internacional, o gosto por esportes e a chance de conhecer pessoas de diversos lugares do mundo foram os principais motivos que levaram a jovem a querer participar. Na área em que trabalha, a participação nos Jogos Olímpicos também pode ser um diferencial no currículo.
Paixão de longa data pelo esporte
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João Vitor Santos desejava ser voluntário desde a Copa do Mundo Fifa. Ele conta que sempre acompanhou diferentes modalidades de esportes, área com a qual tem grande ligação. Natural de Santa Cruz do Sul, acredita que, através do trabalho voluntário, vai conseguir ajudar os outros enquanto realiza o sonho de estar em meio aos Jogos Olímpicos.
O amigo e xará, João Vitor Jost Santana, foi incentivado por João Santos e pela mãe, a professor Carmen Jost, a participar também. Natural do Rio, conseguiu hospedagem para os dois na casa de uma amiga de infância e aguardou ansioso pelo evento, onde espera praticar o inglês. Os amigos trabalham no mesmo setor, no Maracanã e no Maracanãzinho, como assistentes de evento, onde orientam e recebem o público. Atualmente, Santos e Jost, ambos com 18 anos, fazem cursinho pré-vestibular, o primeiro para Engenharia e o segundo para Medicina.
Fazer parte de algo maior
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Isadora Gonçalves Aires é de Santa Cruz do Sul e estuda Jornalismo na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). A vontade de ser voluntária vem desde a Copa do Mundo. Na época, ela era menor de idade e não pôde participar. Agora com 20 anos, vai trabalhar no grupo de Operações de Imprensa até o dia 21 e está se hospedando na casa de familiares. Integrante do setor de assessoria no Centro de Esportes Aquáticos Maria Lenk, sua função é assistente de fotógrafo, auxiliando em questões técnicas e de logística.
Os motivos para ser voluntária são diversos: adora o Rio de Janeiro, gosta de esportes e acredita que, através deles, as pessoas se tornam mais unidas e colaborativas. Além disso, fica empolgada com a oportunidade de estar nos bastidores de um evento com o porte da Olimpíada. “É legal pensar que meu trabalho vai ser parte de algo maior, de relevância mundial”, comenta.
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