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SOS SINIMBU

Voluntárias propõem ação para ajudar as vítimas e também preservar memórias

Lu Gastal mantém vaquinha solidária e teve a ideia de resgatar objetos de valor pessoal

No dia 30 de abril de 2024, a pacata Sinimbu foi atingida pelo maior desastre climático de sua história. E se cada cidade do Vale do Rio Pardo analisava naquele momento suas dificuldades durante a enchente que devastou o Estado, todos também mantinham um olhar atento para o município com pouco mais de 10 mil habitantes, pois as imagens que rodaram o País, da água passando pela Avenida General Flores da Cunha, onde fica a imponente igreja, eram assustadoras.

Desde então, com trabalho incessante do poder público e auxílio de muitos voluntários, o município tenta juntar os cacos e ganhar vida novamente. E uma das ações que está se fortalecendo na arrecadação de valores para as vítimas é a vaquinha solidária SOS SINIMBU. Idealizada pela cachoeirense e filha de sinimbuense Luciana Kaempf Gastal, de 53 anos, o movimento já conta com mais de 900 colaborações em valor e superou R$ 150 mil.

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“Sinimbu, onde passei a infância, é uma cidade acolhedora, pacata, onde a vida era livre. Quando assisti à tragédia toda no dia 30, eu estava ilhada em Cachoeira do Sul e busquei rapidamente tentar arrecadar valores. Uma rede de amor infinita nasceu ali. Em menos de 24 horas, a vaquinha solidária SOS SINIMBU já contava com a adesão de uma quantidade muito grande de pessoas”, contou ela, que é neta do alfaiate de Sinimbu Rodolfo Carlos Neumann.

Lu Gastal, como a produtora rural e referência em trabalhos de artesanato é conhecida, conseguiu uma carona até Candelária, onde passou a pé pela ponte e pegou outra carona para chegar a Santa Cruz e depois ir a Sinimbu, onde viu a casa dos avós, construída em 1950, completamente devastada. “Foi uma situação desesperadora, chegar em Sinimbu e ver as casas vazias, com pessoas perambulando sem saber aonde ir, onde pedir”, disse a mulher, que também é neta do santa-cruzense Rodolfo Eduardo Kaempf.

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O recurso que está sendo arrecadado no site vakinha.com.br/sos-sinimbu será revertido para compra de imóveis e itens domésticos para as famílias que perderam tudo na enchente que devastou o município.
Em paralelo ao trabalho de arrecadação de dinheiro, Lu Gastal, junto de sua amiga Viviane Schuch Rizzolo, a Vivi, dá os primeiros passos em um projeto que visa manter viva a memória do município, resgatando itens de valor pessoal inicialmente colocados fora. “As pessoas foram devastadas, as famílias foram devastadas, as histórias foram devastadas. As memórias estão debaixo da lama. Nunca mais Sinimbu será como antes. A partir de todo esse trabalho a ser realizado agora, haverá uma nova história, e aí entra essa outra ideia que estou desenvolvendo com a Vivi”, revelou ela, que mora em Porto Alegre e tem negócios em Santa Cruz.

“Começamos a juntar no lixo, da frente das casas, coisas que poderiam fazer parte dessas histórias que hoje estão debaixo da lama, como por exemplo algum móvel, cristaleira, um espelho, uma cadeira, uma chaleira. Nossa ideia é juntar tudo, reformar e recontar essas histórias. A gente não pode esquecer de onde a gente vem”, frisou Lu Gastal, que é autora do livro Relicário de afetos.

Enquanto esse projeto engatinha, ela faz um apelo. “Por favor, peço às pessoas que continuem doando para a vaquinha, pois a prioridade é o auxílio a todos que precisam.”

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