O Rio Grande do Sul vem experimentando uma desaceleração da pandemia, com a redução dos indicadores de novos casos, internados e mortes em decorrência da doença. A partir disso ocorreram flexibilizações nos protocolos, com muitas mudanças aprovadas nas últimas semanas. Agora, governos e sociedade já discutem, inclusive, a realização de grandes eventos com a presença de público. Acerca disso, o médico infectologista e professor da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Marcelo Carneiro, uma das referências no Vale do Rio Pardo sobre a Covid-19, afirma que é possível, mas as regras ainda devem ser seguidas para garantir a segurança de todos.
Ao analisar o retorno do público aos eventos, Carneiro salienta que isso pode ocorrer, mas ainda sob os devidos cuidados. “É seguro se nós tivermos duas doses aplicadas, ou seja, esquema vacinal completo. As pessoas que querem ir a eventos de grande porte ou que tenham aglomeração precisam manter o distanciamento e o uso correto da máscara, cobrindo o nariz e a boca, e vacinal completo”, enfatiza.
Para as pessoas que não se vacinaram ou estão com apenas uma dose do imunizante, a recomendação é aguardar. “Esquema vacinal incompleto não é garantido, isso tem que ficar muito claro. A retomada de eventos é para pessoas que estão completamente imunizadas. E sempre lembrando que a vacinação é realizada para diminuir o risco de internação, ou seja, formas graves da doença”, completa o médico.
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Ainda na esteira da vacinação, ele destaca que as internações hospitalares reduziram nas últimas semanas, e os internados possuem um perfil. “Nós percebemos que as pessoas que estão ficando doentes são as que não têm vacinal completo, e as mais graves, inclusive, porque não tem nenhuma vacina. Por escolha, elas não se vacinaram“, alerta o infectologista.
A exemplo de outros especialistas, Carneiro demonstra preocupação com a variante Delta, que já possui transmissão comunitária confirmada no Rio Grande do Sul. Essa nova cepa é mais transmissível e já corresponde a cerca de 30% dos novos casos no Brasil e 18% no Estado. Diante disso, a orientação é para que todas as pessoas continuem se cuidando e também cuidando do próximo para evitar a disseminação da Covid-19 e continuar desacelerando a pandemia.
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Ao comentar sobre a possibilidade de realizar a Oktoberfest com a presença de público, Marcelo Carneiro analisa que seria possível no cenário atual, mas ainda é cedo para afirmar. “É importante dizer que neste momento, com a situação epidemiológica atual e a manutenção de todos os cuidados e restrições para pessoas que ainda não estão com vacinal completo, hoje estaria tranquilo. Até outubro ainda tem dois meses, então a gente precisa tomar cuidado. Essa avaliação sobre o que vai acontecer em outubro ainda é muito precoce.”
Em relação ao que deve ser feito para permitir eventos com público e garantir a segurança dos presentes, Carneiro volta a enfatizar a importância dos protocolos. “A melhor forma é cumprindo com todos os protocolos já estabelecidos e, sem dúvida, ser bem mais rigoroso”, salienta. Em sua compreensão, o ideal seria cobrar esquema vacinal completo e, se possível, teste negativo para todos os participantes. “Os organizadores têm que se preocupar em identificar os assintomáticos, não só os que entram mas também os que vão trabalhar no local, para evitar que as pessoas se infectem no evento.”
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