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Volta às aulas é marcada por reencontro, ansiedade e esperança em Sobradinho

Há quase dois anos, foi confirmado, no Brasil, o primeiro caso do coronavírus. Um inimigo invisível aos olhos, mas que afetou diretamente milhões de pessoas ao redor do mundo. O impacto da pandemia por Covid-19 foi e continua sendo sentido em diferentes segmentos, com grande ênfase para as áreas da saúde e da economia. Não dá para esquecer, porém, da educação.

A pandemia impôs grandes desafios para professores e estudantes, em especial, na educação básica. O fechamento dos espaços, devido ao isolamento como forma de barrar e diminuir as taxas de contágio e o número de infectados, provocaram a necessidade de mudanças rápidas e bruscas no sistema de ensino. Mas como manter o vínculo, fundamental às relações humanas, a troca e compartilhamento de ideias, de conteúdo, de aprendizado? Esse e outros questionamentos surgiram dia após dia, ao longo desses dois anos.

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Na rede municipal de ensino de Sobradinho retornaram às aulas no ensino básico (EMEBs), nessa segunda-feira, 21, mais de 1,1 mil alunos. Eles estão distribuídos em sete escolas e recebem assistência de aproximadamente 110 profissionais da educação e 30 funcionários, além de estagiários que atuam com monitoria através do CIEE.

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Conforme a coordenadora das EMEBs, Zaira Pohlmann Moreira, os preparativos iniciaram em janeiro, com processos seletivos para contratação de novos profissionais. Em fevereiro, ocorreram reuniões com equipes diretivas e encontro de formação para os profissionais da educação com o palestrante Paulo Bento. “Queremos que aconteça tudo da melhor forma possível e que tudo se acomode para podermos começar os projetos de reforço escolar que vão ocorrer em todas as escolas, anos finais e iniciais, dentro das áreas de Português e Matemática. Após este período remoto, há ainda mais necessidade destes reforços. A ideia é que tenha início em março. As escolas farão uma avaliação diagnóstica e encaminharão os alunos para este reforço em turno inverso”, destaca a coordenadora. “Esperamos que o Covid dê um alívio neste ano, também para que possamos ter nosso quadro profissional completo e que os alunos possam ter um ano 100% presencial”, acrescenta Zaira.

Nessa semana, portanto, educadores e estudantes voltaram às salas de aula, seguindo as determinações em prevenção à Covid-19. O início deste ano letivo na E.M.E.B. Borges de Medeiros, no Bairro Maieron, foi marcado pela ansiedade e alegria do reencontro entre colegas e professores. Afinal, apesar de em 2021 terem tido aulas presenciais desde maio, o formato de escalonamento (divisão dos alunos em turmas com aulas em semanas diferentes) fez com que alguns colegas não tivessem contato frente a frente por meses, a não ser pelas telas.

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E por falar em telas, a tecnologia foi uma grande aliada ao longo deste período de distanciamento. Aulas remotas, orientações, pesquisas… palavras e ações realizadas através de toques e dependentes de boa conexão. A surpresa negativa da pandemia, não deu espaço de tempo nem sequer para preparativos e obrigou a muitos a se debruçarem sobre smartphones e computadores, ou ainda, a livros, fotocópias e apostilas.

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O reencontro

Para os colegas do 9º ano, Arthur Capelari, Bruno Helmann e as gêmeas Isadora e Luiza Wandes, todos de 14 anos, o primeiro dia de aula gerou grande expectativa. “Eu não consegui nem dormir direito. Eram 6 horas já estava acordado para o primeiro dia. E falei em casa: ‘é hoje’. Voltar para a escola, rever os amigos e estudar cada vez mais”, revelou Arthur.

Bruno, Arthur, Isadora e Luiza do 9º ano

Para Isadora, o aprendizado durante a pandemia, à distância, foi mais difícil do que em sala de aula, e deixou algumas lacunas. “Nas aulas com material impresso e depois no on-line, que foi menos tempo, tivemos muito mais dificuldades do que presencialmente. Não foi possível alcançar todo conteúdo do ano, então algumas coisas acabaram faltando. É um pouco difícil estudar em casa. É preciso seguir uma rotina”, destacou ela.

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Já Bruno acrescentou que foi necessária muita concentração. Os estudantes ainda foram unânimes em reforçar a importância da valorização dos professores. “É muito melhor tirar dúvida de forma presencial, apesar de os professores estarem presentes no on-line. Até mesmo foi mais tranquilo com as turmas escalonadas e menos alunos, pois com menos gente era mais fácil de sanar as dúvidas”, pontuou Isadora. “Foi bem mais fácil, mas é bom rever os amigos. Fiquei feliz que juntaram as turmas, pois não via elas (gêmeas e outros colegas) faz tempo”, acrescentou Arthur. “Agora é recuperar o que a gente perdeu. Recapitular também o que ficou”, acrescentam eles, que aguardam a chegada de um novo ciclo, o ensino médio.

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O sentimento de ansiedade para rever os amigos, também é compartilhado pelas colegas do 6º ano, Luiza Blanke, de 10 anos, e Helena Dahlke Lindner, Gabriela de Castro Ramos e Isis Wachholz, de 11 anos. A saudade do ambiente escolar era grande. “Sim, muita saudade”, disse Helena. “Houve dificuldades que os pais tinham que explicar para nós. Tinha gente que não tinha celular, apenas o dos pais, então também era difícil para alguns ter acesso a qualquer horário”, destacou Isis. “Esperamos que todo mundo consiga se dar bem, consiga passar de ano”, ressalta Gabriela. “E que não seja necessário mais usar essas máscaras”, acrescentou Luiza, que assim como todos, aguarda pelo fim da pandemia. As estudantes garantiram que vão aproveitar ao máximo a busca de conhecimento.

Luiza, Helena, Gabriela e Isis, alunas do 6º ano

O retorno e a acolhida

Conforme a diretora da escola, Lariane Kopp, o educandário inicia o ano com mais de 300 alunos matriculados entre os dois turnos de aula. “Viemos de dois anos da pandemia. Ano passado voltamos, mas tudo ainda muito restrito, com horários diferentes de entrada e saída e escalonamento. Então este ano voltamos de forma ‘normal’, com expectativa de ser cada vez melhor. Ainda temos os protocolos a seguir, mas mais tranquilo em função de que muitos já se vacinaram. Temos medo de que possa haver contágios, mas é preciso seguir, ter aulas em sala”, destaca.

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Diretora Lariane e supervisora Ibraima

Neste sentido, há um movimento de acolhida, ajustes e também um diagnóstico por parte dos docentes de como está cada turma e, individualmente, cada estudante. “Serão necessários estes diagnósticos também para avaliação da aprendizagem e quais ações deverão ser realizadas, bem como de qual ponto os professores devem partir com o conteúdo e, se necessário, fazer mais planejamentos para cada turma até que consigam chegar em um ‘nivelamento’”, salienta a diretora. “Estamos no caminho certo. Mas é necessário ter paciência, são muitas adaptações. Foi preciso uma grande reinvenção dos professores quando começou a pandemia e agora uma nova, nesta retomada”, acrescenta Lariane.

Apesar dos desafios, a pandemia, segundo elas, trouxe maior proximidade entre escola e famílias. “Ficamos mais integrados com pais e responsáveis, pois estavam em contato direto pelas redes sociais ou telefone. Houve também uma maior valorização do professor. Antigamente se dizia que o professor seria substituído pelas tecnologias. Elas estão aí, mas o professor é insubstituível, mostrando o quanto o professor é importante”, enfatiza Lariane. Conforme elas, a comunidade escolar é muito participativa. “Somos privilegiados com esta participação das famílias”, destacam.

Ensino infantil

Nas escolas de educação infantil, que retornaram em 7 de fevereiro, conforme a coordenadora Marlete Zuchetto, estão matriculadas aproximadamente 480 crianças, atendidas em seis educandários, sendo 80 professores e monitores e mais 16 funcionários.

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