A tranquilidade marcou o retorno das aulas ao modelo 100% presencial em todas as redes de ensino de Santa Cruz do Sul. Desde essa segunda-feira, 8, a volta dos estudantes às escolas é obrigatória, conforme decreto assinado pelo governador Eduardo Leite, com a permanência em casa sendo permitida somente em casos de necessidade médica específica. Cabe relembrar que, desde agosto, até a última sexta-feira as famílias podiam optar entre os formatos remoto e presencial e, com isso, a maioria dos alunos já estava nas salas de aula, reduzindo o impacto dessa mudança.
No Polivalente, uma das maiores instituições da rede pública do município, o incremento no número de estudantes foi de aproximadamente 15%. Nos turnos manhã e tarde, conforme o diretor Gerson Kist, a situação é tranquila e todos serão acomodados normalmente nos diversos espaços disponíveis, respeitando o distanciamento e sem a necessidade de revezamento.
À noite, porém, a única turma do terceiro ano do Ensino Médio excede a capacidade de todas as salas. Para evitar o escalonamento, considerado prejudicial pelo diretor, os adolescentes serão transferidos para o auditório, local onde as regras podem ser cumpridas. Se a tentativa for bem-sucedida, as aulas devem permanecer dessa forma até o fim do ano letivo.
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Situação semelhante ocorre na escola Alfredo Kliemann, no Bairro Bom Jesus. De acordo com a diretora Márcia Pires os alunos da manhã e da tarde já haviam retornado quase na totalidade. Os do nível Médio noturno, contudo, ainda continuavam na modalidade virtual em número considerável e começaram a retornar na semana passada. Ela ressalta que todas as regras estão sendo cumpridas, como o distanciamento, disponibilidade de álcool gel e o recreio dividido em dois períodos para evitar aglomerações.
Em relação a essa distinção entre os turnos, Márcia salienta que ela se explica pelo perfil dos estudantes. “Durante a pandemia muitos começaram a trabalhar, então isso interferiu. Para eles é mais difícil o retorno.” Diferente do Polivalente, a Alfredo Kliemann não enfrenta problemas de excesso e todas as turmas foram acomodadas sem a necessidade de escalonamento.
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Na Escola Educar-se a mudança teve um impacto pequeno. Isso porque todas as crianças e adolescentes já haviam retornado entre agosto e outubro, e somente um aluno permanece em casa por motivos de saúde. A diretora Valderez Kern ressalta que a instituição realizou um trabalho contínuo junto às famílias com o objetivo de esclarecer dúvidas e incentivar o retorno ao presencial sempre que possível.
“Em função do caráter emocional e pedagógico, é muito mais rica essa sociabilização entre os nossos alunos, de vir à escola, não ficar no virtual”, avalia. Ela reconhece o papel da tecnologia ao longo da pandemia, mas reforça a importância do ambiente escolar e da convivência para o aprendizado. “Estava todo mundo carente de encontros e dessa presencialidade.”
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O ponto de vista é compartilhado pela secretária estadual da Educação, Raquel Teixeira. “Talvez o maior desafio a ser enfrentado no pós-pandemia seja a desigualdade, e ela começa pela desigualdade educacional”, analisa. “Retomar as aulas presenciais é o caminho para mitigar as perdas, cognitivas e socioemocionais.” Os dados do último Censo Educacional mostram que o Rio Grande do Sul tem cerca de 1,5 milhão de matriculados na rede de ensino básico.
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