Muito se ouve falar sobre fáscia, mas, apesar disso, diversas pessoas não têm conhecimento da existência e o que, de fato, ela é. Muitos problemas de saúde, como dor e até mesmo fatores relacionados à beleza, tem origem na fáscia. O papel é bastante significativo dentro da estrutura complexa que é o corpo humano.
De acordo com a fisioterapeuta Cássia Costa Bordignon, que atua na clínica Antonio’s, de Santa Cruz do Sul, a fáscia é um tecido conjuntivo fibroso, um emaranhado de fibras organizadas e tridimensionais semelhante a uma teia de aranha, que recobre todas as estruturas corporais, como músculos, tendões, nervos, veias e órgãos. “É essencialmente o que mantém nosso corpo conectado, pois está nele todo”, salienta a profissional.
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Ela tem a função de proteger, envolver, sustentar, posicionar, nutrir e auxiliar na contração do músculo. Ou seja, desempenha um importante papel de suporte para o sistema musculoesquelético, permitindo que as pessoas executem atividades funcionais como ir da posição sentada para a posição em pé e ser capaz de caminhar, pular e correr.
Além disso, sangue, nervos e músculos são envolvidos e penetrados pela fáscia, deixando que músculos e órgãos deslizem suavemente uns contra os outros. Em condições saudáveis, o sistema fascial fica relaxado e pode fornecer amortecimento e suporte em todo o sistema, permitindo a movimentação sem restrições ou dor. “Quando saudável, a fáscia possui a capacidade de se moldar, ser flexível e se adaptar a estímulos externos. Mas, quando ocorre um trauma, uma inflamação e/ou processo de cicatrização, ela perde a elasticidade e fica rígida, causando tensão em todo o corpo. Isso explica por que um problema no pé pode repercutir no quadril. Alterações posturais, movimentos repetitivos, lesões, sobrecargas, cirurgias e sedentarismo também são fatores de tensão e dor miofascial”, acrescenta a fisioterapeuta.
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Entre os traumas estão quedas, acidentes de carro, cirurgias ou simplesmente a postura incorreta, que é bastante comum entre as pessoas, assim como lesões por esforço repetitivo, que apresentam efeitos cumulativos no corpo. As alterações que esses traumas provocam no sistema fascial influenciam no conforto e nas funções do corpo, podendo desencadear uma série de outros problemas. Os sintomas podem ser dores musculares, dores de cabeça ou restrições nos movimentos.
Como tratar
Cássia explica que a fáscia muscular se divide em superficial e profunda. A superficial é a camada tratada na técnica de liberação miofascial e se localiza logo abaixo da pele, como se fosse uma roupa que vestimos, da cabeça aos pés. Um tecido inteiriço, sem costuras, que faz cada parte do corpo ser conectada. “As restrições miofasciais são tratadas com a liberação miofascial, terapia manual e/ou instrumental. É uma técnica muito agradável, realizada semanalmente, com resultados visíveis na primeira sessão.
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Após a aplicação, a sensação é de leveza, relaxamento e elasticidade dos músculos, alívio dos sintomas de desconforto e melhora dos movimentos articulares”, garante a fisioterapeuta. A técnica, além de tratar dores, é usada também para melhorar a função e a flexibilidade muscular, recovery esportivo, prevenção de lesões, pré e pós-treino muscular, rigidez articular, aprimoramento da postura e relaxamento.
Benefícios da liberação
- Alívio de dores
- Melhora dos movimentos
- Equilíbrio corporal
- Melhora da circulação
- Consciência corporal
Contraindicações e cuidados com a fáscia
- A liberação miofascial não pode ser aplicada se o paciente apresentar febre.
- Na prática de esportes de precisão, como padel, tênis e basquete, não é indicado fazer no dia da competição, mas não oferece problema dias antes ou após a partida.
- Caso a pessoa tenha problemas circulatórios, hipersensibilidade à dor, lesões musculares diagnosticadas, use medicamentos anticoagulantes, tenha hematomas ou seja gestante no primeiro trimestre, a técnica pode não ser indicada. Portanto, o ideal é procurar um fisioterapeuta antes de iniciar o tratamento.
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