Diferente do que ocorreu no processo que levou ao afastamento do presidente Fernando Collor de Melo em 1992, Dilma Rousseff (PT) só terá que se afastar da presidência se, após a Câmara aprovar a continuidade do impeachment, o Senado tomar a mesma decisão. Portanto, mesmo se for derrotada neste domingo, Dilma ainda tem chance de reverter o quadro e liquidar o processo.
No entanto, Se os votos favoráveis ao impeachment na Câmara forem muito superiores aos contrários, a pressão sobre o Senado pela continuidade do processo aumenta. É o que observa o professor de Ciência Política da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Rodrigo Stumpf González. Ele reconhece, no entanto, que há diferenças entre as duas casas legislativas. “O Senado não é antigovernista, o Renan Calheiros é contra o afastamento de Dilma e não tem como negar que a figura do José Sarney é importante dentro do Senado”, analisa.
Já para o professor de Ciência Política da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Dalson Britto, o ritmo da votação e os indecisos é que determinarão o resultado na Câmara. “Os deputados não gostam de estarem isolados, por isso a importância dos primeiro votos”, salienta. “Muitos parlamentares se apresentam como indecisos simplesmente para aumentar o poder de barganha e dessa forma conseguir uma oferta mais vantajosa, de ambos os lados”, ressalta o professor.
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