Dos casos investigados pela Delegacia de Polícia (DP) de Rio Pardo, o estelionato é, de longe, o crime com maior incidência de registros. Alguns golpes, embora antigos e simples, fazem muitas vítimas, como o do falso sequestro. A trama criada pelos criminosos é bastante exitosa, pois brinca com o emocional das pessoas. No geral, consiste em ligar para a vítima, dizendo ter sequestrado algum familiar dela; os criminosos colocam outra pessoa para falar ao telefone, se passando pelo refém; em seguida pedem dinheiro para que seja libertada. Conforme o delegado Anderson Faturi, somente nestes últimos dias, dois casos do golpe foram registrados em Rio Pardo.
No primeiro episódio, uma mulher recebeu ligação de um número privado, por volta de uma hora da manhã, desse sábado, 2. O homem alegou estar com a filha da vítima e que a mãe deveria pagar o resgate, isso porque os bandidos estariam fugindo da polícia e se refugiaram na casa da jovem. A mulher estava acompanhada do marido, que tentou ligar para a filha, mas, no desespero, acabou ficando nervoso e não conseguiu. Os criminosos fizeram com que a vítima depositasse R$ 800,00 em uma conta, via internet. Depois disso, a obrigaram a desinstalar o aplicativo do banco do celular, sob ameaça de matar a suposta refém. Mais tarde, após desligarem o telefone, o casal constatou que se tratava de um golpe.
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No segundo caso, durante a tarde dessa segunda-feira, 4, o prejuízo foi ainda maior. Por volta das 13 horas, uma mulher de 47 anos recebeu uma ligação de um número desconhecido, sendo que, quando atendeu, o suspeito lhe disse que estava com a sua filha e exigiu dinheiro para entregar a mesma com vida. No desespero, a vítima acabou falando o nome da filha, a partir de então, o golpista passou a usar essa informação para intimidar a mulher ainda mais. O estelionatário exigiu a transferência bancária de R$ 1 mil. Após isso, mandou que a vítima fosse até a “Praça da Corsan”, como é chamada a Praça São Francisco, no Centro, local onde o indivíduo entregaria sua filha. Chegando lá, o golpista exigiu mais R$ 1 mil, valor que novamente foi transferido pela vítima em uma lotérica.
Prejuízo
A mulher de 47 anos retornou à Praça São Francisco e lá, por telefone, o criminoso exigiu mais R$ 3 mil. A vítima informou que não tinha esse valor, então o estelionatário a mandou efetuar a transferência do que ainda tivesse. A mulher foi até uma agência da Caixa e transferiu mais R$ 2 mil para uma conta, de uma agência da Caixa de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, indicada pelo criminoso. Após isso, o suspeito afirmou que iria deixar a filha dela em casa. Nesse momento, a mulher desconfiou que se tratava de um golpe e pediu ajuda para uma pessoa do comércio local, a Brigada Militar foi acionada e a levou até a casa da filha, chegando no local a mulher percebeu que a jovem estava na residência e que se tratava de um golpe, o do falso sequestro. No total, a mulher perdeu R$ 4 mil.
A Polícia Civil afirma que é importante, no momento da ligação, a pessoa se manter calma, entrar em contato com o familiar que supostamente foi sequestrado para confirmar a veracidade dos fatos. Em nenhum momento deve realizar a transferência de valores pedidos antes de verificar a situação ou mesmo revelar detalhes pessoais. As autoridades ainda orientam as vítimas a sempre procurar ajuda da polícia. Os casos citados geraram um prejuízo total de quase R$ 5 mil e serão investigados.
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