Polícia

Vítima de feminicídio registrou ocorrência contra agressor quatro dias antes de ser assassinada

Morta a tiros pelo ex-companheiro na última sexta-feira, 8, no Centro de Santa Cruz do Sul, Heide Juçara Priebe pediu ajuda para fazer cessar a violência de que era vítima dias antes do crime. Entre as provas juntadas ao inquérito está que a mulher de 63 anos havia procurando a polícia para registrar o receio que tinha das atitudes de Servo Tomé da Rosa. No dia 4 de julho, segunda-feira da semana passada, ela registrou um pedido de medida protetiva contra ele.

A medida para que ele mantivesse distância da mulher foi autorizada pelo Poder Judiciário já no dia seguinte, terça-feira, 5. “Na ocorrência, ela disse que não suportava mais essa situação. Ele insistia em uma reconciliação e a perseguia, insistia nessa volta. Ele nos relata isso, essa questão de não aceitar o fim de um relacionamento, o que, infelizmente, vemos acontecer muito, de homens não aceitarem que as mulheres não querem mais ficar com eles. Não podemos admitir que uma pessoa se ache dona da outra”, comentou a delegada Raquel Schneider.

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Ainda segundo ela, as medidas protetivas tendem a ser efetivas contra agressores. Contudo, no caso de Heide, não houve tempo de ela levar ao conhecimento das autoridades policiais que Servo havia descumprido a medida, para que fosse preso preventivamente. A mulher foi alvejada a cerca de 600 metros do local de trabalho, na 13ª Coordenadoria Regional de Saúde (13ª CRS), que fica no início da Rua Júlio de Castilhos, via próxima da Travessa Tenente Barbosa, na parte alta do Centro de Santa Cruz.

A delegada ressaltou que, quando se pede uma medida protetiva, os agentes da Deam costumam recomendar para que as mulheres tomem cuidado. “A gente não sabe até onde vai a capacidade humana de agressão. Por isso, orientamos para que alterem um pouco sua rotina. Nesse caso, ele sabia onde poderia encontrar a vítima, e qual o horário. Infelizmente, temos que pedir que as mulheres tomem alguns cuidados, por conta dessa situação envolvendo homens agressores. Se a vítima tomar alguns cuidados, sabedora de que ele descumpriu e noticiando isso, ele vai sofrer as consequências.”

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Relembre o crime

O caso de feminicídio, que chocou Santa Cruz do Sul, aconteceu por volta das 17 horas da última sexta-feira, na Travessa Tenente Barbosa, no Centro. Enquanto caminhava e tentava fugir da abordagem agressiva do ex-companheiro, Heidi Priebe foi baleada por ele. O autor atirou à queima-roupa contra Heide. Um disparo teria acertado a cabeça e outro o braço. Depois, o homem tentou se matar com um tiro no peito.

Levada ao Hospital Santa Cruz (HSC), ela passou por cirurgia, mas acabou falecendo por volta das 22 horas de sexta. Servo Tomé da Rosa, que chegou a ser preso pela Brigada Militar (BM), também foi conduzido à casa de saúde, onde recebeu atendimento. Desde sexta-feira, ele já estava sob custódia na casa de saúde, em prisão em flagrante. O nome dele não foi revelado pelas autoridades policiais, mas a equipe de reportagem apurou que trata-se de Servo Tomé da Rosa.

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Guilherme Bica

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