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SEM RESPOSTAS

Virada de ano para tentar recuperar os prejuízos

Foto: Alencar da Rosa/Banco de Imagens

Empresário Luiz Carlos Priebe foi uma das vítimas de ladrões este ano em Santa Cruz

O Natal passou e 2024 se aproxima. Mais do que o período simbólico da virada, o momento marca também a renovação das energias, em busca de um futuro melhor. Para quatro famílias santa-cruzenses, no entanto, o novo ano será para superar o prejuízo deixado no velho. Isso porque as quatro tiveram suas residências ou estabelecimentos invadidos por criminosos, em furtos de grandes proporções, com perdas incalculáveis.

Os crimes foram revelados com exclusividade pela Gazeta do Sul, que voltou a conversar com as vítimas para verificar os desfechos. Todas foram unânimes em dizer: não há respostas sobre seus casos. Também não há mais esperança de terem os bens recuperados, ou mesmo os autores dos crimes identificados e responsabilizados. Para o empresário Luiz Carlos Priebe, de 63 anos, o sentimento é de frustração.

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Seu estabelecimento, que fica no início da Avenida Paul Harris, na região central da cidade, foi alvo de criminosos na madrugada de 15 de outubro. Eles levaram R$ 300,00 em dinheiro, quilos de carnes, um botijão de gás, sistema de som com caixas, notebook, uma motosserra com roçadeira adaptada, dezenas de maços de cigarros, chocolates, chicletes e um faqueiro. Nada foi recuperado, e os autores não foram localizados até hoje.

Câmeras de segurança chegaram a flagrar a movimentação quando eles estacionaram um Gol na Rua Carlos Trein Filho, que dá para os fundos do Bar do Priebe. O bando então acessou uma creche, pulou o muro que faz divisa com o estabelecimento e entrou na propriedade, que conta com quadra, quiosque, bar com mesas de sinuca e um salão. Os bandidos deixaram evidências, como digitais em um dos vidros do estabelecimento.

No boné de um deles, esquecido na fuga, e também em um litrão e um latão de cerveja consumidos durante o crime, existia a possibilidade de coletar fragmentos de DNA para possíveis confrontos com material biológico de suspeitos. “Nas janelas eram bem nítidas as digitais. Nada disso foi feito. Não foram atrás de nada. Fico bem triste, porque a gente fica sem nenhum esclarecimento ou resposta”, disse Priebe, que cuida do ponto com a esposa Iara, de 58 anos.

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Embora o prejuízo financeiro tenha sido muito grande, o sentimental, em um dos itens levados, é o que mais marca o empresário. “No notebook tinha as recordações nossas do passado, nossas fotos de família, que vão se perder no tempo. Não tem dinheiro que pague isso, pois era nossa história e a gente sabe que nunca mais vamos recuperar.”

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O jeito é guardar roupas e micro-ondas no carro

Provavelmente o furto mais inusitado do ano em Santa Cruz foi o que ocorreu com o aposentado Rogério Soares Souza, de 62 anos. Morador da Rua Joaquim Murtinho, na divisa dos bairros Centro e Bonfim, ele saiu de sua residência no dia 3 de agosto para ir a Montenegro, onde possui imóveis, e Porto Alegre, onde tinha uma consulta médica e mora seu filho.

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No dia 10 de agosto, pela manhã, recebeu uma ligação de uma vizinha. Ela perguntou se ele estava se mudando, pois vira uma escada perto de uma parede da casa dele e percebeu que o ar-condicionado havia sido retirado. O fato soou estranho ao aposentado, que afirmou à vizinha que não tinha planos de se mudar. Voltou a Santa Cruz no mesmo dia e, quando chegou em casa, abriu a porta da garagem e enxergou os danos. A residência estava revirada.

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Absolutamente tudo foi levado: televisão, notebook, máquina fotográfica, ventilador, máquina de cortar grama e até eletrodomésticos de maior porte, como geladeira, fogão e micro-ondas. Mais do que isso, os ladrões furtaram uma cama, poltrona, pratos, talheres, copos, ferramentas, uma torneira de água filtrada e até as escrituras daquela residência e de terrenos que ele possui em Montenegro.

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Levaram ainda itens como pasta de dentes, além de toda a fiação elétrica do imóvel, até peças de vestuário como meias e cuecas. O homem foi atrás e apurou a possibilidade de um caminhão, que circulava nas proximidades da casa no dia do crime, ter sido usado pelos autores. Procurado pela Gazeta, o morador afirmou que nada foi recuperado.

Objetos comprados por vítima são guardados no porta-malas | Foto: Arquivo Pessoal

Jamais obteve retorno sobre a identificação do caminhão utilizado no crime, ou de autores, mesmo que o veículo, em seu trajeto, tenha passado por pontos onde há videomonitoramento. Chegou a apontar um possível suspeito, mas terminou sem averiguação de autoria. “Se os bandidos fizeram uma vez, podem fazer de novo. Por isso, comprei pouca coisa, apenas novas roupas e um micro-ondas, que guardo no porta-malas do carro. Também coloquei cadeado em alguns itens.”

“Prefiro acreditar na justiça divina”

Outro furto de grandes proporções aconteceu no dia 20 de agosto, em uma residência do Loteamento Estância Jardim, Linha Santa Cruz. Criminosos acessaram o local mediante arrombamento e levaram um revólver registrado, joias, notebook, uma mochila e R$ 500,00. Eles ainda consumiram alguns alimentos, como chocolates. A família de cinco pessoas não estava no momento do crime.

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Eles haviam saído por volta de 11 horas para um aniversário em uma moradia da região, que fica a cerca de 30 minutos do Loteamento Estância Jardim. Quando retornaram, às 18 horas, encontraram a residência arrombada pela porta. Os bandidos também sujaram o chão e subiram na cama para pegar itens de cima do armário. Por imagens de câmeras de segurança verificadas em alguns pontos de Linha Santa Cruz, foi possível identificar que a ação teria acontecido por volta de meio-dia.

Os ladrões colocaram os objetos em duas malas e uma mochila, e saíram do imóvel a pé. Aguardaram um comparsa nas imediações de uma loja na Avenida Prefeito Orlando Oscar Baumhardt, em Linha Santa Cruz, e depois fugiram. Conforme uma vítima que mora no imóvel, nada foi recuperado e jamais deu-se retorno à família sobre as investigações.

O sentimento é o mesmo de uma empresária santa-cruzense do ramo de semijoias. “É triste. Tento nem lembrar mais para não voltar a sentir a indignação. Prefiro acreditar na justiça divina, que não falha nunca, principalmente por acabar assim, em nada.” O relato remete ao caso registrado em 16 de outubro. O estabelecimento dela funciona na região central da cidade e foi invadido por criminosos.

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Eles utilizaram uma escada para acessar o segundo andar do prédio, passaram por um escritório de advocacia que é vizinho do ponto, adentraram o corredor e arrombaram a porta da loja, durante a madrugada. De lá, levaram cerca de 150 peças de semijoias, sendo 80 anéis, todos cravejados em pedra zircônia, além de brincos e muitas pulseiras.

Os criminosos também levaram do estabelecimento um notebook da marca Acer, cor grafite, e um iPhone 11 preto. Nada disso foi recuperado. O sentimento de frustração para a mulher ocorreu principalmente porque ela afirma ter conseguido uma imagem que mostra os ladrões em ação. “Nada foi recuperado e nada aconteceu com a pessoa que furtou, mesmo com o rosto dela sendo gravado. Às vezes o difícil é ter a prova, mas nem quando se tem, adianta.”

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