Estudo da oncologista Cristiana Tavares, do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), no Recife, mostra que a violência doméstica pode contribuir para o surgimento ou agravamento do câncer de mama. Esses dados fazem parte de sua dissertação de mestrado em Perícias Forenses, defendido na Universidade de Pernambuco (UPE). Das 200 mulheres entrevistadas, 84 descobriram a doença após ter sido agredidas pelos maridos ou namorados. Isso representa 42% dos casos analisados pela médica.
Em sua pesquisa, a médica concluiu que uma das explicações para isso é o estresse crônico que elas sofrem e que afeta o sistema imunológico. De acordo com a oncologista, há estudos que mostram que, quando a pessoa passa por um trauma profundo ou uma depressão, por exemplo, esses estresses podem diminuir as defesas do organismo. Assim, o corpo não se defende das células cancerígenas como deveria.
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Nos próximos dias 21 e 22, a oncologista será uma das palestrantes da 9ª Conferência de Lideranças Públicas Femininas, evento realizado pela Femama (Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama) para discutir temas ligados à mulher, em especial o câncer de mama. Durante os dois dias do evento serão apresentados mais estudos e haverá discussões de temas como câncer de mama em mulheres negras (são as que mais morrem da doença) e em pessoas transgênero, a importância dos movimentos sociais na luta pelo protagonismo feminino nas políticas públicas, o papel do Poder Legislativo na construção de políticas públicas baseadas em causas.
Entre as palestrantes, estão parlamentares, pesquisadoras e médicas, como a deputada federal Silvia Cristina (RO), dra. Ligia Pinto (líder do Comitê de Políticas Públicas do Grupo Mulheres do Brasil), as mastologistas Annamaria Massahud (presidente da SBM/MG) e a oncologista Angelica Nogueira Rodrigues (presidente do grupo EVA), entre muitas outras mulheres líderes em suas áreas de atuação. Também serão discutidos dois temas que são bandeira da Femama: o desafio a acesso de testes genéticos e genômicos na oncologia e os diversos desafios de acesso ao diagnóstico precoce e ao tratamento ágil e adequado.
“São tópicos muito importantes para a Femama e, recentemente, tivemos duas vitórias nesse sentido”, explica a presidente da entidade, dra. Maira Caleffi. “Primeiro comemoramos a publicação da Portaria 3712/20, do Ministério da Saúde, que liberou R$ 150 milhões para o fortalecimento do acesso às ações integradas para rastreamento, detecção precoce e controle do Câncer no Sistema Único de Saúde para os estados, que fazem o repasse para os municípios.
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“A segunda vitória foi a aprovação, por unanimidade, na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, do PL 265/2020, que tem por objetivo atribuir ao Sistema Único de Saúde (SUS) o dever de custear a realização de testes genéticos germinativos e genômicos tumorais para fins de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento personalizado dos cânceres de mama e ovário. Esse PL passará ainda por outras comissões.
O evento será totalmente online. Para conhecer a programação e se inscrever basta entrar no site (acesse aqui).
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