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BALANÇO

Vinte casos foram investigados como homicídio em 2024

A Polícia Civil apura as circunstâncias de duas ocorrências registradas nessa semana que aumentam para 20 o número de casos investigados como homicídio em Santa Cruz no ano de 2024. No primeiro fato, na véspera de Natal, 24 de dezembro, por volta das 19 horas, a Brigada Militar (BM) localizou o corpo de Nestor Leopoldo Bobrowski, de 63 anos, dentro de uma residência da Rua Feliciano Barbosa, Bairro Senai.

Conforme constatado por um médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que atestou o óbito, o cadáver apresentava alguns sinais de violência, como marcas perto do olho direito, uma perfuração no queixo e sangramento no rosto. A BM havia sido acionada por um vizinho, que notou o desaparecimento de Nestor desde o dia 22 de dezembro.

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O caso está sendo investigado. Porém, embora no registro de ocorrência conste homicídio doloso, conforme o delegado Alessander Zucuni Garcia, não se pode descartar que tenha ocorrido eventual morte natural. Ele aguarda o exame de necropsia completo do Posto Médico Legal (PML) para confirmar a hipótese e causa da morte. O sepultamento de Nestor ocorreu na última quarta-feira, no Cemitério Santo Antônio.

Já na ocorrência mais recente, ainda de acordo com o delegado Alessander, o cenário aponta que a maior probabilidade seja de um homicídio. O cadáver de um homem foi encontrado por uma equipe da Guarda Municipal na tarde da última quinta-feira, próximo a uma caixa d’água em uma área de mata, nas imediações de um centro de distribuição na BR-471, Distrito Industrial.

O corpo encontrava-se em estado avançado de decomposição, e estima-se que permanecia no local há pelo menos dez dias. Por vários fatores, há o indicativo de que o cadáver seja de Douglas dos Santos Nunes, de 31 anos. Ele é natural de Charqueadas e residia durante a semana em um hotel e churrascaria no Distrito Industrial, em Santa Cruz. Familiares perderam o contato com ele no dia 15 de dezembro e registraram um boletim de ocorrência por desaparecimento.

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O cadáver estava próximo de um Fiat Palio bordô, que pertencia a Douglas. Um parente identificou duas tatuagens no corpo que são condizentes com as que o homem tinha. No entanto, a confirmação inequívoca da identidade ocorrerá apenas por meio de técnicas de perícia do PML.

Na cena em que o corpo foi encontrado, os guardas municipais constataram que o veículo estava sem as placas, Ele foi identificado apenas pela numeração do chassi. O Fiat Palio ainda apresentava sinais de depredação, sem as suas rodas, motor e outras peças. O corpo foi localizado embaixo de galhos, ao lado do carro, e estava com vestes desalinhadas e braços para trás.

Há possibilidade de que Nunes tenha sofrido uma lesão na região da cabeça, mas a causa vai ser indicada somente na perícia. O automóvel foi retirado do local por um guincho e passará por análise. Esse crime também está sendo investigado.

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Média aponta um assassinato a cada 18 dias

Com as duas ocorrências dessa semana, chegam a 20 os casos investigados como homicídio em Santa Cruz em 2024. Foram 15 mortes de homens, três de mulheres e duas de adolescentes, em 12 pontos diferentes, nos bairros Dona Carlota (4), Centro (3), Progresso (2), Santa Vitória (2), Bom Jesus, Santuário, Pedreira, Senai, Santo Antônio, Distrito Industrial, distrito de Rio Pardinho (2) e localidade de Alto Paredão.

A média aponta que pelo menos um caso aconteceu a cada 18 dias em Santa Cruz. Embora baixo se comparado ao fim da década passada, o número de homicídios vem sofrendo uma elevação e em 2024 tem sua pior condição, levando em conta os últimos anos. Em 2018 foram 27 registros no município; em 2019 houve 22; e em 2020, mais 30.

Em 2021, os casos diminuíram pela metade, com 15, e caíram ainda mais, para dez, em 2022. Em 2023 voltaram a subir, chegando a 12, e aumentaram neste ano: chegaram a 20, maior número de registros desde 2020. Ao lado, a Gazeta do Sul fez um resumo dos outros 18 casos investigados como homicídio, além dos dois citados acima.

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Jonas Fernando Sizinando, 33 anos

O primeiro assassinato no ano aconteceu na madrugada. Por volta das 3h15 de 10 de fevereiro, Jonas foi morto a tiros em frente a uma distribuidora de bebidas às margens da RSC-471, no distrito de Rio Pardinho. Esse caso nunca foi solucionado pela polícia.

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Celso Ederson Siqueira Benta, 41 anos

Benta foi morto a facadas na noite de 16 de março, nas imediações de um bar que fica na Rua Pedro Soares, Bairro Progresso. Uma filmagem registrou toda a ocorrência. Embora o autor de 25 anos tenha afirmado que agiu em legítima defesa, ele terminou indiciado e deve responder ao caso em júri popular ainda a ser marcado.

Maurício Zart Arend, 36 anos

Em um dos casos mais emblemáticos do ano, Arend foi morto com mais de 50 facadas na tarde de 12 de abril por Karine Ruppenthal Guerreiro, de 39 anos, em um apartamento na Travessa Haun, Centro. A defesa dela alega legítima defesa, e a polícia aguarda o resultado de perícias para dar prosseguimento ao caso.

Letícia Guedes Gularte, 27 anos

Único feminicídio registrado no ano, Letícia foi morta a facadas em 13 de maio pelo seu companheiro, na casa onde morava, no distrito de Rio Pardinho. O homem se matou logo após cometer o crime.

Vitor Juliano da Silva da Cruz, 21 anos

O jovem morreu ao ser executado a tiros na noite de 21 de maio, em Santa Cruz. Ele trafegava em uma motocicleta na Rua Alecrim, Residencial Viver Bem, Bairro Dona Carlota, quando foi alvejado por diversos disparos e morreu no local. Esse crime jamais foi solucionado.

Felipe Soares da Silva, 29 anos

Uma desavença antiga, com agravante de suposta ameaça, acarretou o assassinato a facadas de Felipe, em 25 de maio, na localidade de Alto Paredão. Um homem de 47 anos terminou indiciado pela morte; no entanto, alegou legítima defesa, pois a vítima teria ido até o seu encontro cobrar uma dívida e o ameaçado. Esse caso segue em andamento na esfera judiciária.

Wyllyan Lucas Hermes Santos, 26 anos

Wyllyan foi morto a tiros em 24 de julho, na frente do filho, dentro do Residencial Santo Antônio, no Bairro Progresso. Um suspeito chegou a ser preso em flagrante, mas as testemunhas recuaram em depoimento, afirmando não saber se o acusado era de fato o autor. Com isso, o caso permanece sem conclusão.

João Igor da Silva Rodrigues, 24 anos

O jovem foi morto a tiros enquanto dormia, na madrugada de 21 de agosto, dentro de sua casa, no Loteamento Berçário Mãe de Deus, Bairro Santuário. O caso nunca foi concluído.

Rostem dos Santos Fagundes, 52 anos

A morte do instrutor de autoescola, em 29 de agosto, próximo da Igreja Santo Antônio, foi o crime de maior repercussão no ano. O caso segue em andamento no Judiciário. Emerson da Silva, de 27 anos, está preso e confessou a autoria, mas disse que agiu “na hora da raiva”, após descobrir a traição de sua companheira com Rostem. Afirmou ainda que nunca teve intenção de matar, apenas “dar um susto”.

Geovani dos Santos, 34 anos

Esse homicídio a tiros, em 30 de agosto, quebrou um período de três anos em que o Bairro Bom Jesus não registrava um assassinato. O autor foi identificado, prestou depoimento e confessou, mas alegou legítima defesa após uma briga no Corredor Muller.

João Rogério de Oliveira, 55 anos

Tamanco, como o homem era conhecido, foi morto a tiros no dia 31 de agosto, na Rua Padre Landel de Moura, Bairro Pedreira. Sabe-se que o caso tem conexão com a morte de Geovani dos Santos um dia antes, e a polícia ainda busca esclarecer quem foram os autores.

Tomé Alves de Oliveira, 59 anos

Natural do Ceará, Tomé foi morto a tiros no próprio bar, em 8 de setembro, no Bairro Dona Carlota. Dois homens cometeram o crime. Esse caso nunca foi esclarecido.

Cristian Alan dos Santos, 17 anos

O adolescente foi morto a tiros em 22 de setembro, no calçadão da Marechal Floriano, no Centro. Um jovem de 18 anos, que disparou, responderá pelo crime, enquanto outro, de 25, vai responder por lesão corporal.

Maria Cristina dos Santos, 54 anos

Ela é mãe do adolescente Cristian Alan e foi alvejada ao tentar defender o filho no calçadão da Floriano, em 22 de setembro. O mesmo jovem indiciado pela morte do menor vai responder por esse delito também.

Amilton da Silva Teles, 30 anos

O homem foi morto com três disparos de revólver calibre 38 na cabeça, no dia 9 de outubro, no Corredor Morsch, Bairro Dona Carlota. A investigação continua.

Thiago Luís da Silva, 21 anos

O jovem foi assassinado com tiros no rosto em 8 de novembro. Foi deixado morto no Hospitalzinho, no Bairro Santa Vitória, por um motorista de aplicativo. Esse homem foi localizado e prestou depoimento, negando participação. O caso segue em investigação.

Cristiane Dias Ribeiro, 25 anos

Ela foi morta a tiros no Bairro Dona Carlota, em 16 de novembro. Um homem foi preso, mas apontou sua esposa como a autora.

Henrique de Lima Cassere, 17 anos

O adolescente foi morto com tiros de pistola na noite de 20 de novembro, no Bairro Santa Vitória. A investigação está em andamento.

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