A região acordou na madrugada desta quinta-feira, 30, com a megaoperação Afluência, deflagrada pela Polícia Federal (PF) de Santa Cruz do Sul e Polícia Civil de Venâncio Aires, com apoio da Brigada Militar, Polícia Penal e Receita Federal. A ofensiva mira uma organização criminosa que comanda uma rede de contrabando especializada em crimes como lavagem de dinheiro e descaminho de mercadorias, principalmente bebidas.
Segundo a PF, o grupo criminoso contava com a participação de fornecedores e intermediários para aquisição dos produtos diretamente com os proprietários de free shops uruguaios ou das lojas de vinhos argentinas. O pagamento era realizado de forma “física” (transposição física, pela fronteira, do dinheiro) ou através da utilização de “doleiros”.
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Após ingressarem em território brasileiro, as bebidas eram transportadas aos depósitos do grupo criminoso e posteriormente remetidas a grandes atacados estabelecidos nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. O nome da megaoperação Afluência refere ao estado de quem expressa riqueza (sinais de riqueza exteriores dos principais investigados).
Também está relacionado ao excesso de movimentação de pessoas ou de coisas que se direcionam para o mesmo local, no caso, a utilização de contas bancárias de terceiros e outorga de procurações, “movimentos” que convergem para uma mesma pessoa (alvo principal). Assim, tem-se a afluência de capitais.
Bebidas eram escondidas em cargas de grãos e frutas
As cargas de bebidas eram transportadas em veículos próprios da organização criminosa, especialmente carretas e caminhões, acondicionadas sob outros produtos como grãos e frutas. Outra forma de envio das mercadorias ocorria por meio de empresas transportadoras com utilização de notas fiscais ideologicamente falsas, emitidas por empresa ligadas ao grupo, para “acobertar” a carga de bebida remetida.
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Para receber os valores pela venda das mercadorias, a organização criminosa valia-se de contas tituladas por dezenas de pessoas físicas e jurídicas (“laranjas”) como concessionárias e locadoras de veículos, construtoras, postos de combustíveis e do ramo de cigarros.
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Os proprietários destas empresas, “misturavam” os recursos ilícitos, mesclando-os com recursos de origem legítima de suas empresas. A investigação indica que o grupo criminoso age de forma estruturada, ao menos, desde janeiro de 2019, tendo movimentado mais de R$ 62 milhões com a venda de bebidas alcoólicas ilicitamente introduzidas em território brasileiro.
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