A relação entre professores e alunos, dentro da sala de aula, é motivo de avaliação constante. Cada vez mais se discute a importância da formação de vínculos, em especial nas fases iniciais do processo de aprendizagem, principalmente, até o Ensino Fundamental, pois é o momento em que o aluno se desenvolve e constitui-se como sujeito.
“Assim, muitos alunos veem os professores como um espelho. Não tentam ser iguais, porém, reconhecem em nós [professores] a importância do conhecimento que estamos passando, fazendo com que tenham um olhar crítico sobre os temas que estamos trabalhando em sala”, destaca Daniel Schroeder, professor do Colégio Mauá. Entende que, quando o vínculo é constituído, seja com aluno ou com a turma, fomenta-se a importância do conhecimento que é compartilhado.
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Mas formatar e estabelecer esse vínculo não é fácil. Schroeder acredita que cada professor tenta estabelecer essa relação de uma forma, o que se explica também pelo tamanho do País, que possibilita a vivência de realidades e situações muito distintas. “O que se aplica aqui, no nosso município, é completamente diferente da vivência de professores e alunos de uma capital como São Paulo, ou de um município no interior da Região Norte”, explica.
A opção é buscar dentro de suas vivências a oportunidade de aproximação com o estudante, indo além das paredes da sala de aula ou dos muros escolares. “Eu, por exemplo, dentro da minha disciplina [Geografia], busco muito as atualizações instantâneas que as redes sociais, a internet propriamente dita, trazem”, afirma. Isso é possível a partir da evidência da relevância dos assuntos, o impacto deles na vida dos alunos, o que representa o estabelecimento do vínculo educacional.
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Além disso, existe o vínculo afetivo, fundado com o respeito e a confiança mútua, que abrem caminhos para o diálogo e o alcance de soluções positivas. “Em sala, busco formas e alternativas para estabelecer esses vínculos com os alunos. Percebo que muitos deles necessitam de uma atenção mais especial, um ‘bom dia’, saber ‘como estão’, uma simples e rápida conversa sobre assuntos que fogem do conteúdo. É uma boa alternativa para a formação de vínculos próximos, afetivos, simples atos que mostram como o professor está dedicado à turma, ou para algum aluno com dificuldades de relacionamento”, conta.
Para que seja possível estabelecer essa relação, acredita, é preciso dosar os diálogos e que seja compreendido, por parte da turma, que o professor está ali para ser figura de uma conversa mais próxima do cotidiano, mas, em especial, para transmitir e compartilhar seus conhecimentos. “Não há um manual para seguirmos. É um trabalho que exige esforço e paciência por parte do docente”, diz.
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O diálogo para a vida
O papel do professor na formação do cidadão vai muito além do conteúdo que é repassado. A formação do vínculo com o estudante se faz a partir de conselhos sobre as profissões a serem seguidas no futuro, conflitos entre as amizades criadas na escola, até mesmo sobre relatos e dificuldades que os alunos enfrentam no contexto familiar.
“São criados quando o aluno sente uma profunda confiança em seu professor. Refiro-me aos vínculos afetivos, que não são fáceis de se estabelecer. Em alguns casos, atos indisciplinares em sala podem prejudicar a formação dessa relação mais próxima, bem como retrair ainda mais alunos que, por alguma razão, estejam mais afastados”, conta Schroeder.
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A necessidade de adaptação
O acompanhamento do aluno pela escola torna-se ainda mais relevante quando se observa a formação do vínculo entre ele e o professor. Isso é relevante principalmente quando se trata de faixas etárias menores, pois as mudanças, como a troca do docente ao passar de um para outro ano, podem incomodar. “Quando os alunos estão adaptados com um professor e, por algum motivo, ocorre uma troca, o vínculo antigo é ‘quebrado’ e novos deverão ser formados, o que demandará tempo”, aponta.
Com ou sem vínculo, os professores tentam demonstrar a importância do que estão transmitindo, com a ciência de que entre seus alunos podem estar futuros médicos, engenheiros, advogados. “Gostamos de usar em nosso convívio uma frase bem significativa: ‘o professor é o único profissional que forma todas as outras profissões’”, ressalta Schroeder.
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