O Hospital São João Evangelista, no município de Segredo, foi interditado após avaliação da Vigilância Sanitária na tarde da última quinta-feira. O órgão, ligado à 8ª Coordenadoria Regional de Saúde,, de Cachoeira do Sul, fez uma verificação na casa de saúde e constatou irregularidades, especialmente na falta de profissionais.
Em entrevista à Rádio Gazeta FM 98.1, de Sobradinho, na manhã desta terça-feira, o coordenador da 8ª CRS, Júlio Lopes, destacou que, no mínimo há oito meses, estão sendo feitas exigências ao hospital de Segredo e que, a cada vistoria, além de não ter sido solucionado o que havia sido apontado, havia alguma nova questão em inconformidade. Os serviços de atendimento no hospital de Segredo estão preventivamente interrompidos pela Vigilância Sanitária, pelo período inicial de 90 dias, até que os responsáveis pela casa de saúde consigam comprovar o regular funcionamento.
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O único setor que pode continuar em funcionamento é a lavanderia, que atende também ao Hospital Regional Cristo Acolhedor (antigo São João Evangelista – unidade 2), em Sobradinho, e o acesso ao laboratório anexo ao estabelecimento de saúde, que possui outro contrato e tem permissão para continuar executando suas atividades. De acordo com o coordenador, foram feitas diversas visitas e solicitações para que houvesse reparos, especialmente no que diz respeito à equipe incompleta.
Lopes explicou que o hospital apresenta dificuldade em deixar claro quais são os profissionais que atuam na casa de saúde. “Não existe um quadro funcional perfeito e o quadro que tem não bate com aquilo que é informado oficialmente no sistema do Ministério. Falta medicamentos, falta farmacêutico, falta enfermeiros, enfim, o hospital não demonstra a menor condição de atuar, porque um hospital geral precisa ter médico 24 horas.”
O coordenador da 8ª CRS salientou ainda a parceria com a administração municipal de Segredo nos últimos tempos tentando fazer com que o hospital não sofresse a interdição. “Mas não é o Executivo Municipal que direciona, comanda e gerencia o hospital. Ele tem uma organização, e é eles, aqueles líderes que estão hoje no comando, que até são novos na região, mas estão no comando tanto do Hospital São João Evangelista de Segredo como do Hospital São João Evangelista de Sobradinho, que parece que mudaram de nome, mas para nós ainda não chegou nenhum documento oficial neste sentido”, disse.
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Lopes destacou que a coordenadoria aguarda a manifestação oficial dos dirigentes do hospital para ver se já têm um prazo para colocar as questões em dia. Ele frisou que a interdição pode ser interrompida imediatamente, à medida em que o estabelecimento de saúde fizer a informação oficial. “Nossa Vigilância vai aferir se realmente a informação que estamos recebendo procede, é verdadeira, com a reparação de todas as inconformidades, obviamente que no mesmo momento, no mesmo ato, é levantado o auto de infração.” Conforme Lopes, a orientação é que a população de Segredo que necessitar de atendimento, de urgência e emergência, deve se dirigir a hospitais nos municípios vizinhos.
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Sobradinho
Em relação ao Hospital São João Evangelista, de Sobradinho, Júlio Lopes mencionou que a 8ª Coordenadoria já fez vistoria, onde houve apontamentos também. “A gente tem tido o olhar atento sim, e não é porque a 8ª CRS só quer olhar para o hospital de Segredo e Sobradinho, não, muito pelo contrário. Mas, nós temos a obrigação de ter um olhar mais crítico, mais atento àquele hospital que a população nos diz ‘lá tem problema, não estão nos atendendo, não tem médico, não tem enfermeiro para me atender, não tem o medicamento'”, disse. Acrescentou que espera que a situação não chegue ao mesmo ponto da unidade de Segredo.
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Diretor afirma que haverá contratação de médico nesta quarta
Em entrevista à Rádio Gazeta FM 98.1, de Sobradinho, também na manhã desta terça-feira, o diretor de ambas as unidades do hospital, Juliano da Silva, salientou que a instituição deve protocolar, em breve, junto à Vigilância, a documentação com a relação de profissional, e que espera que, com a mesma celeridade de prazo dado à casa de saúde por ocasião da interdição, seja resolvido o impasse. Segundo ele, a Vigilância notificou o hospital e, “exatamente quando fechou 26 horas, ela estava de volta para conferir se já tinha o profissional contratado”.
O diretor informou que a partir desta quarta-feira terá um médico contratado para atender durante o dia, de segunda à sexta, no horário das 7 às 19 horas. “Claro, nesse horário a rede básica de saúde está funcionando. Nós vamos manter o atendimento apenas para os pacientes internados. Se tiver pacientes, vai ser por convênio ou particular, até porque o Estado do Rio Grande do Sul não coloca um real na porta de entrada do hospital de Segredo. A gente espera que seja resolvido o impasse no hospital de Segredo”, detalhou Silva.
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O dirigente rebateu a informação em relação ao período de meses em que haveria apontamentos de notificações ao hospital e que, se houve, não teriam chegado à gestão dos hospitais. Ele também mencionou a frequente ida da Vigilância ao hospital. Durante a entrevista, o gestor relatou também a dificuldade para contratação de profissionais, especialmente de médicos.
O diretor descartou ainda a possibilidade de fechamento do hospital e que, se necessário, irá recorrer via judicial. Silva mencionou também, em relação à estrutura física da instituição, o pedido para ingresso no Programa Avançar, ainda sem resposta pelo governo do Estado, e as tentativas de conseguir com que a unidade de Sobradinho passe a ofertar referência regional em alguma especialidade médica, mas que algumas tratativas foram negadas pelo Estado e a única que segue em análise é na área da ginecologia. Ele mencionou também o exemplo da referência em partos, para a qual hoje há necessidade de deslocamento das gestantes até Candelária.
O diretor frisou que busca qualificar os serviços em ambas as unidades, de Segredo e Sobradinho, e que ainda nos próximos dias deve ser divulgado um canal de comunicação direto com a comunidade.
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