Após a confirmação, na semana passada, do primeiro caso infectado pela variante P1 do coronavírus, o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) reforçou o monitoramento sobre possíveis outros casos e já enviou 65 amostras de exames RT-PCR de pacientes gaúchos para análise na Fiocruz, no Rio de Janeiro.
A P1 é um tipo de mutação que está associada ao aumento dos casos de coronavírus em Manaus e, até o momento, segue o padrão de apresentar um agravamento dos casos de forma mais rápida, comparado a outras formas do vírus.
LEIA MAIS: Aumentam evidências de que variante brasileira seja mais contagiosa, diz Opas
Publicidade
O trabalho da vigilância priorizou casos recentes da Serra (região onde foi detectado esse primeiro caso de P1 no RS), outros ocorridos em Porto Alegre e regiões de divisa (possíveis pontos de entrada), assim como em demais cidades do Estado (para abranger uma maior área geográfica). O prazo para o resultado do sequenciamento genético dessas amostras é de até 21 dias.
“Precisamos entender o comportamento dessa linhagem do vírus aqui no Estado, que pode ser diferente do que ocorreu em Manaus”, afirmou a secretária da Saúde, Arita Bergmann. Segundo ela, ao identificar o tipo de vírus e suas características, podemos fazer um melhor controle da transmissão, vacinação e tratamento.
A diretora do Cevs, Cynthia Molina-Bastos, explica que essas análises servem para entendermos qual tipo de vírus e, junto a outros fatores, auxiliar na tomada de decisões. “Saber as linhagens do vírus é uma variável levada em conta em conjunto com outras questões como os números de óbitos, hospitalizações e casos”, comenta. Ela também explica o que difere a P1 das demais variantes até o momento identificadas. “Não há ainda uma comprovação de que ela é mais grave do que as outras, mas o padrão que começamos a observar é que é uma infecção com o agravamento mais rápido”, relata.
Publicidade
LEIA TAMBÉM: Vacina da Pfizer neutraliza variantes do Reino Unido e da África do Sul
As mutações de vírus são frequentes e não representam necessariamente uma alteração em sua ação. Podem, por exemplo, alterar as características do vírus e impactar no quadro clínico e na resistência às vacinas.
Assim que saírem os resultados, os dados serão compilados em uma nova edição do boletim genômico do Cevs. O balanço mais atual, com dados até 13 de fevereiro, aponta que já foram identificadas no Rio Grande do Sul 19 linhagens do vírus Sars-CoV-2 (responsável pela Covid-19). Foram concluídas até agora as análises de 318 amostras de residentes de 94 cidades gaúchas (sendo que outros 19 exames não apresentavam registro de local de residência). As linhagens mais frequentes no Estado foram as mesmas também identificadas no restante do Brasil: B.1.1.33, B.1.1.28 e P.2.
Publicidade
LEIA MAIS: ACOMPANHE A COBERTURA COMPLETA SOBRE O CORONAVÍRUS