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Vigiar é preciso!

Por vezes acho que as pessoas alienadas são mais felizes. Afinal, elas ignoram as notícias, quase sempre negativas, o que considero um grave defeito da imprensa. Bons exemplos persistem em todos os lugares. Dar publicidade a eles é valorizar e dar inspiração para que sejam copiados.

No tsunami da Operação Lava-Jato é preciso cuidado para não oscilar entre os dois extremos. Um de total pessimismo, de generalização de que todos que transitam pelas hostes políticas são feitos da mesma cepa. O percentual de envolvidos – ou somente citados – é pequeno diante do universo de congressistas.

De outro lado, é preciso analisar de maneira crítica o comportamento daqueles que mereceram o nosso voto, uma procuração. Diante dos pessimistas incorrigíveis, costumo lembrar que foi através da política que saímos das trevas da ditadura. Os anos de chumbo foram vencidos pela atividade vigorosa nos parlamentos, nas ruas, nas tribunas públicas e na mobilização popular.

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A vigilância é pressuposto indispensável da democracia. Pensar inocentemente que antigamente tudo era ético, transparente e seguro é simplificação. A família Odebrecht locupletou-se do dinheiro público por décadas. Não esconde, se vangloria, como se nota através dos vídeos divulgados à exaustão nos últimos dias.

Quando um escândalo chega à mídia, imagino o desconforto dos familiares do acusado. Penso na ida dos filhos à faculdade, no ambiente de trabalho da esposa e no constrangimento de amigos de churrasco do citado. No caso da Odebrecht, nota-se um orgulho transmitido por três gerações disfarçadas de homens de negócios, que eram ladrões engravatados que gravitaram em torno do poder.

Há muitas dúvidas sobre os rumos da política a partir de 2018, quando enfrentaremos uma nova eleição para escolher deputados, governadores e presidente da república. É fundamental manter a vigilância porque as regras serão definidas em breve. E mostrarão se a Lava Jato servirá para sanear o coração da política ou simplesmente foi mais um espasmo que fará as pessoas honestas fugirem da política, deixando o destino de nossas cidades, Estados e do País nas mãos de prepostos dessaes mesmos grupos que assaltaram os cofres públicos. Não podemos nos omitir. É normal o clima de ojeriza e de revolta, mas é preciso ficar atento.

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