Centro-Serra

VÍDEO: veja últimos momentos de jovens de Sobradinho antes de desaparecerem

A Polícia Civil segue trabalhando para desvendar o mistério sobre o desaparecimento de dois jovens moradores de Sobradinho. Andrei dos Santos Soares, de 18 anos, e Henrique Nunes Machado, 20, não foram mais vistos nem fizeram contato nas últimas três semanas, desde a madrugada do dia 27 de agosto, um sábado, após um baile no Ginásio Bonitão, em Lagoa Bonita do Sul, do qual participaram.

O caso completa 21 dias neste sábado, 17. A reportagem da Gazeta do Sul teve acesso exclusivo a imagens de câmeras de segurança que mostram os últimos momentos dos jovens antes de desaparecerem. No vídeo, às 3h34 da madrugada de 27 de agosto, Andrei e Henrique passam caminhando em frente a um ponto onde há câmera, seguindo em direção ao baile.

Segundo a mãe de Andrei, Roseli dos Santos Soares, de 34 anos, seu filho aparece com a camiseta com que saiu de casa naquela noite. “Deu para ver no jeito de caminhar que era meu filho. A estampa da camiseta também é a mesma com que ele estava. As roupas batem com as que eles usaram”, disse a mulher. Ela revelou detalhes da noite do desaparecimento, uma sexta-feira. Conforme Roseli, Andrei estava tirando carteira de motorista e havia ido a uma aula.

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Andrei e Henrique estavam juntos no dia | Foto: Arquivo pessoal

“Quando ele chegou em casa, tomou um banho e convidou meu outro filho, de 14 anos, para ir no Centro, mas ele não quis. Aí, o Andrei me disse que ia dar uma volta no Centro, mas voltava logo. Não entendo como ele foi para esse lugar, ele nunca gostou de baile”, comentou a mãe. “Vem sendo terrível, é uma angústia muito grande. Os dias estão passando, vamos atrás de notícias e não conseguimos nada. Estamos na estaca zero”, complementou Roseli.

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Da mesma forma, os familiares de Henrique também vêm sofrendo. Segundo Lorenilda Soares da Rocha, de 28 anos, prima do jovem e com quem ele morava, o rapaz de 20 anos também não havia saído para ir à festa. “Ele disse que iria no Centro com o Andrei, mas voltaria cedo, que era para eu deixar a porta aberta, porque ele trabalharia no sábado pela manhã”, relatou a mulher.

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Golpistas pedem dinheiro a familiares por informações falsas

Não bastasse a angústia pela falta de informações sobre seus filhos, os familiares de Andrei e Henrique precisam conviver com a maldade de estelionatários que tentam ganhar dinheiro com o sofrimento deles. Ao longo das últimas semanas, criminosos vêm mandando mensagens para os parentes dos desaparecidos, pedindo dinheiro para revelar informações.

“Ainda por cima, diante de tudo isso, recebemos ligações, mensagens no WhatsApp, pedidos de valores. Um homem me pediu R$ 200,00, que mandava informações. A gente fica apreensivo, não sabemos se é verdade ou não. Levamos ao conhecimento da polícia, que disse que é golpe”, comentou Lorenilda. Para Roseli, ligaram identificando-se como chefes de facções, citaram os nomes de Andrei e Henrique, e disseram que dariam a localização de onde estavam. “Ainda me mandaram uma foto de uma pessoa que era parecida com meu filho, cheia de sangue, amarrada”, disse ela.

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Em outro caso, um homem afirmou a ela que se não pagasse a dívida que o filho tinha, iria matar toda a família. “Eu disse que ele não usava droga, aí ele falou ‘chega de enrosco para o nosso lado, vamos resolver’. Ele disse que os guris mexeram com coisas erradas e pegaram buchas de cocaína, aí falei que meu filho não era usuário. Por fim, ele disse que era por isso que meu filho ainda estava vivo, e que era para eu depositar R$ 1 mil via Pix, depois mais R$ 2 mil, se a gente quisesse ver ele de novo”, salientou a mulher de 34 anos.

Pela primeira vez, delegada admite hipótese de homicídio

Delegacia Graciela investiga o caso

O caso é investigado pela Delegacia de Polícia (DP) de Sobradinho. Conforme a delegada Graciela Foresti Chagas, o principal suspeito de ser o responsável pelo desaparecimento dos jovens é um homem que comandava o tráfico de drogas no município de Salto do Jacuí. Atualmente, ele está foragido do sistema prisional. Possui uma longa ficha na polícia, por crimes como homicídio, tráfico de drogas, roubo e outros. Embora seja de Salto do Jacuí, os pais desse suspeito compraram propriedades e fixaram residência em Lagoa Bonita do Sul, onde ocorreu o baile. Na casa dos parentes do acusado, na localidade de Alto Pilão, foram apreendidas roupas que continham vestígios de sangue.

Na última segunda-feira, 12, as mães dos jovens desaparecidos foram levadas ao posto de criminalística do Instituto-Geral de Perícias (IGP) de Santa Cruz do Sul, para coleta de material genético a fim de realizar uma comparação com o sangue nas roupas. Além de Andrei e Henrique, mais três rapazes estavam no carro que saiu de Sobradinho e foi até o baile em Lagoa Bonita do Sul.

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Em mandados de busca, a polícia também apreendeu drogas, estojos de munições deflagradas e telefones. Pelo menos dois dos três rapazes que acompanhavam os jovens desaparecidos no carro são vinculados ao tráfico. Até então, a Polícia Civil não havia falado sobre a hipótese de homicídio. Nessa sexta-feira, em entrevista à Gazeta do Sul, pela primeira vez a delegada Graciela Foresti Chagas confirmou que há a suspeita de que Andrei e Henrique tenham sido assassinados.

“Continuamos tomando depoimentos e realizando buscas, assim como recebendo análises de elementos que estão chegando de medidas cautelares que havíamos solicitado. Podemos confirmar que trabalhamos agora com a hipótese de homicídio. Nossa principal expectativa no momento é pela resposta do IGP quanto à análise do sangue coletado na residência do pai do principal suspeito”, comentou Graciela.

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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