A União dos Ex-Alunos e Amigos da Escola Auxiliadora (Uneama) completa 30 anos nesta sexta-feira, 28. A entidade foi a responsável por viabilizar a restauração da antiga Escola Militar, hoje Centro Regional de Cultura Rio Pardo. Para marcar a data, o Centro realiza uma homenagem aos seus fundadores e membros que se uniram durante este período numa trajetória de cultura, arte, história e valorização das riquezas patrimoniais, das memórias e da preservação.
Em função da pandemia, não haverá programação presencial, mas a celebração da data ocorre com a divulgação de um documentário que conta um pouco da história da entidade. O vídeo Uneama – 30 anos foi lançado de forma virtual na noite desta sexta-feira, 28, na página do Centro Regional de Cultura, no Facebook. O vídeo conta com imagens e depoimentos da arquiteta Vera Lúcia Schultze e Mônica Onófrio Laste, filha da idealizadora Adir Fanfa Onófrio, a Dona Dila, como é carinhosamente conhecida na comunidade.
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Para a presidente do Centro Regional de Cultura Rio Pardo, Cibele Saraiva, é muito importante celebrar as três décadas de atuação da entidade. “É a valorização da nossa história e da luta pela preservação do nosso patrimônio. Mas a maior conquista desse grupo não foi apenas o restauro do prédio, foi o resgate do sentimento de pertencimento e autoestima de toda a cidade.”
Conforme Cibele, ao longo destes 30 anos, além dos fundadores, muitas pessoas se uniram a este trabalho histórico e cultural, dedicando seu tempo, profissionalismo e atenção ao grande projeto que culminou no restauro do prédio da Antiga Escola Militar, agora devolvido à comunidade como Centro Cultural. “Foi a maior obra restaurada na época e trouxe vida nova para o Centro da cidade, por meio de seus espaços culturais, servindo a toda comunidade rio-pardense e da região.”
A arquiteta Vera Lúcia Schultze acredita que a comemoração relembra o papel fundamental da Uneama na obra de restauro do Centro de Cultura, atualizando sua memória. “Eu diria que a Uneama não foi uma instituição, foi um projeto. Foi inicialmente um sonho que passou a ser um projeto quando algumas pessoas se reuniram de forma fundamental para esse embrião se formar”, conta.
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O prédio centenário em estilo neoclássico levou 34 anos para ficar pronto e abrigaria um hospital, antes de ser cedido para as tropas do Império, em 1882. O espaço foi utilizado pelos militares até 1928 e depois vendido para instalação do Instituto Nossa Senhora Auxiliadora, que manteve as atividades escolares até 1965. O edifício foi doado ao governo gaúcho e tombado pelo Patrimônio Histórico do Estado em 1983.
Por intermédio da Uneama, as obras de restauro começaram em 2002 com recursos para execução via Lei de Incentivo à Cultura (LIC), com o patrocínio da Refap S/A. O trabalho custou R$ 3,7 milhões e foi finalizado em dezembro de 2005, quando foi inaugurado o Centro Regional de Cultura, cuja missão é promover e divulgar a cultura na região.
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O prédio de 136 anos e mais de 1,8 mil metros quadrados pertence ao Estado, que mantém contrato de cedência com a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) que administra o Centro de Cultura. No local funcionam um polo EaD da Universidade Cruzeiro do Sul, a Biblioteca Pública Municipal, a Biblioteca Infantil, o Memorial do Exército, o Conservatório de Música, sala de exposições, um auditório com 100 lugares e parte do acervo do Museu Barão de Santo Ângelo. O local se mantém com repasses da Prefeitura de Rio Pardo. Em 15 anos de atividades, o Centro Regional de Cultura já recebeu mais de 300 mil visitantes.
A idealizadora do projeto foi a professora Adir Fanfa Onófrio, que morava em frente ao prédio. Da janela de casa, via ano a ano o edifício onde estudou envelhecendo e se deteriorando. Ao constatar a degradação causada pela ação do tempo, ela resolveu convidar pessoas da comunidade para resolver a situação. “A Dila, junto com essas pessoas, criou o sonho de restaurar o prédio, a memória viva dos rio-pardenses. A Uneama foi fundamental para esse projeto se realizar porque foi a voz da comunidade no diálogo com o Estado”, relata Vera Lúcia.
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