As pessoas que integram as mais diferentes cadeias produtivas – em especial no começo delas, que é no meio rural – estão buscando mais conhecimento, seja pela orientação de órgãos técnicos, como a Emater, seja pelos meios tradicionais de ensino, como a universidade. Andrieli Tkasczyk da Cruz, 32 anos, de Dois Irmãos, localidade no interior de São Mateus do Sul, no Paraná, é um exemplo. O diferencial é que a sua primeira formação não foi direcionada à propriedade: tem licenciatura em História.
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Professora apta a trabalhar na educação, optou, em um primeiro momento, por gerenciar a propriedade com os pais Antônio Gonçalves da Cruz, 62, e Iracema Tkasczyk da Cruz, 63. O irmão mais velho, Alexsandro, mora na cidade, atuando na área comercial. No meio rural, eles trabalham em uma área de 19,33 hectares, fazendo do tabaco o carro-chefe. Na safra atual foram plantados, e já estão colhidos, entre 25 mil e 30 mil pés.
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A terra dos Tkasczyk da Cruz teve nos antepassados os pioneiros na escolha do tabaco como fonte de renda. Atualmente, vai muito além disso. Em um sistema de troca de mão de obra com vizinhos e contratação de maquinário terceirizado, eles também produzem soja, milho, feijão e animais para o consumo e, quase como uma referência no município, a erva-mate. São Mateus do Sul é a terra da erva-mate no Paraná, recebendo destaque como local de escolha dos poloneses para morar e ponto de referência na extração do xisto. É uma das áreas no mundo com a maior reserva do mineral, contando com uma unidade de industrialização da Petrobras.
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Fé renovada
Quem chega na propriedade dos Tkasczyk da Cruz logo percebe que se trata de uma família de fé religiosa. Na frente da casa, em destaque, está uma imagem de Santo Antônio, o padroeiro do município. O pai, com o mesmo nome do santo, é ministro da igreja local e puxa prece e oração para abençoar o alimento que será servido à equipe da Expedição Os Caminhos do Tabaco.
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A filha é missionária, tendo contabilizado participação nas missões em comunidades vizinhas. Dessa forma, reforçam a fé no santo para que os resultados sejam positivos. Parece que tem dado certo. Mesmo com tanta ocorrência de granizo no Paraná, nada houve na propriedade. Até a soja, que sofre com a estiagem em outros locais, vai apresentar bons resultados, apesar de uma pequena quebra. “Santo Antônio está nos defendendo das pedras (granizo), da estiagem e de tudo, mas não é para a função de casamenteiro”, brinca Andrieli.
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Irmãos Mance enfrentam a falta de mão de obra
A localidade de Faxinal dos Quartins, em Palmeira, no Paraná, tem um exemplo positivo de sucessão rural. A família Mance é composta do casal José Antônio e Eva Ucoski e de mais seis filhos (Eliandro, Elineu e Evanir; Jozieli, Elcieli e Eliane). Os rapazes, mesmo já tendo buscado novos caminhos na cidade, acabaram voltando para a casa dos pais e garantem a continuidade da produção de tabaco, soja, milho e outros produtos para a subsistência.
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Mesmo seguindo o exemplo e a escolha do cultivar, eles têm reduzido a quantidade. Já chegaram a ter 270 mil pés do tipo Virgínia, mas na safra atual colheram cerca de 100 mil. A sensível redução se deve ao que é considerado um dos principais problemas enfrentados no meio rural – a falta de mão de obra. “Está muito caro para pagar a mão de obra e, além disso, não encontramos pessoas qualificadas”, destaca Eliandro.
Mesmo com menor produção, pais e filhos mantêm a propriedade em funcionamento durante todo o ano, chegando a locar outras áreas para incrementar o volume. “O pessoal não sai da roça, porque tem esperança. Dá uma chuva e já se motiva de novo e vai plantar”, diz José Antônio.
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