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VÍDEO: tradição da música e dos poemas se mantém entre as novas gerações

Eduardo Frey e a esposa Jutta Christine Drögemüller Frey: cultura preservada em casa

Depois de quase 171 anos, o legado deixado pelos primeiros imigrantes que chegaram à região em 1849 permanece vivo. Além de construírem materialmente a colônia, os alemães buscaram estruturar uma vida cultural, artística e social. E, a partir da música folclórica e dos poemas que vieram com os imigrantes, muitas famílias preservam essa tradição popular de geração em geração.

Morador de Santa Cruz do Sul, o casal de professores de língua alemã Jutta Christine Drögemüller Frey, que é natural da Alemanha, e Eduardo Frey, brasileiro, destaca que as canções estão presentes até na forma de ensinar. “O próprio alfabeto é ensinado cantando em alemão. Além da leitura, da produção textual e dos exercícios, a música é uma das ferramentas mais importantes nas salas de aula da Alemanha. É um benefício pedagógico para o raciocínio lógico dos estudantes”, explica Jutta.

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Como exemplo, ela cita a maneira como a filha adotada do casal aprendeu as primeiras palavras em alemão. “Nossa filha, quando chegou à Alemanha, aos 4 anos, só falava português. Lembro que era época do Advento, quando as famílias se reúnem para cantar e fazer poemas. Logo nos primeiros dias, encantada com as melodias, ela disse suas primeiras palavras em alemão”, conta.

Até pouco tempo o casal Frey e a filha moravam na Alemanha, na pequena cidade de Stemmen, região localizada entre Hamburgo e Bremen. Atualmente, Jutta é professora de língua alemã no Colégio Mauá e na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Ela recorda que os avós e os pais tinham por hábito reunir as crianças e adultos para tocar e cantar dentro de casa.

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“Eu me adaptei muito bem aqui no Brasil, pois a estrutura familiar que o Eduardo me trouxe é a mesma que eu tinha com meus pais e avôs, com a música sempre muito presente. Na casa dos meus pais, todos cantavam e tocavam algum tipo de instrumento. Eu mesma, quando pequena, aprendi a tocar piano. Fazíamos canções e poemas relacionados às datas festivas, como aniversários, casamentos e outros. Tudo envolvia a música”, afirma.

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Integrante do Centro Cultural 25 de Julho, que mantém a tradição germânica em Santa Cruz do Sul, o casal participa do coral e de outras apresentações. Os dois têm um repertório de músicas alemãs bastante variado. “Gostamos muito de tocar e cantar, mas a nossa preferida é a Canção da Despedida. É a despedida dos imigrantes alemães da pátria amada. Em alemão é chamada de Nun ade, du mein lieb Heimatland. Outra canção que é bastante conhecida e tocada no mundo todo, de origem germânica, é Noite Feliz. Em alemão, é Stille Nacht”, conta Eduardo Frey, que é natural de Venâncio Aires e dá aulas de alemão em uma escola particular em Vera Cruz e em outra de Santa Cruz.

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O NATAL DOS ALEMÃES

Na Alemanha, o tempo de Natal (Weihnachtzeit, em alemão) começa com o período de Advento, tempo de expectativa para a comemoração do nascimento de Jesus. Essa época de preparação inicia-se no quarto domingo antes do 25 de dezembro. O símbolo da época é o Adventskranz, ou coroa do Advento, uma guirlanda com quatro velas que são acesas de acordo com os domingos que antecedem o Natal.

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No dia 24, as famílias participam das missas e cultos. A ceia, diferente daqui, ocorre sempre no dia posterior. “Como é inverno neste período e escurece muito cedo, no dia 24, primeiro são realizados o culto e a missa, por volta das 16 horas. Até aqueles que não estão muito acostumados a cantar acabam participando da celebração. Depois eles vão para casa e comem salada de batata com maionese e salsicha, e no dia 25 fazem a ceia com uma carne assada no forno”, conta Jutta.

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