Presente em Santa Cruz do Sul para a reunião do Conselho Superior da Brigada Militar (BM), o comandante-geral da instituição, coronel Cláudio dos Santos Feoli, concedeu entrevista nessa quarta-feira, 26, pela manhã na sala de reuniões do Charrua Hotel. Ele detalhou algumas das ocorrências recentes que geraram repercussão no Estado, entre elas o assalto a carro-forte no Aeroporto Hugo Cantergiani, em Caxias do Sul, na quarta-feira da semana passada.
Naquela noite, pelo menos dez criminosos fortemente armados com fuzis roubaram R$ 30 milhões. Eles tripulavam caminhonetes com adesivos que simulavam os da Polícia Federal e vestiam fardamentos falsos da instituição. Em confronto, o sargento Fabiano Oliveira, de 47 anos, faleceu após ser atingido no tórax, assim como um bandido, do Piauí.
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Com este último, foram localizados R$ 15 milhões roubados. Ainda assim, o valor restante é o maior já levado por criminosos em uma ocorrência do tipo no Rio Grande do Sul. Desde então, as forças de segurança trabalham para elucidar o caso. Até essa quarta, quatro homens haviam sido presos. Feoli confirmou que um quinto envolvido foi capturado na madrugada dessa quarta-feira. “Este foi preso em Minas Gerais. Outros dois foram no Paraná, um em São Paulo e um em Torres”, comentou.
Para o comandante, está claro que, embora a maioria dos autores identificados seja de outros estados e existam suspeitas de que facções do centro do País estejam envolvidas, pessoas próximas de onde o ataque ocorreu devem ter algum tipo de participação. “Os assaltantes tiveram no mínimo alguma facilitação local, diante de uma série de coincidências que se verifica nessa ocorrência.”
Quando os autores atacaram, o dinheiro, que seria de um banco privado, teria acabado de chegar de Curitiba, no Paraná, em uma aeronave que pousou no aeroporto de Caxias do Sul. Eles também agiram durante um momento em que parte do efetivo da BM de Caxias do Sul fazia a segurança na partida entre Juventude e Vasco, na cidade.
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Armas de guerra
Conforme o comandante-geral da BM, na medida em que os criminosos vão sendo presos, é possível determinar qual a participação de cada um e identificar os que faltam. “Esta foi uma ocorrência sui generis, que há muitos anos não víamos no Rio Grande do Sul. Nos chamou a atenção a quantidade de armas de guerra que visualizamos nos vídeos, e tivemos a certeza da utilização diante dos estojos deixados no aeroporto”, disse ele.
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Para Feoli, a questão do armamento leva a uma reflexão. O assalto em Caxias do Sul evidenciou uma fragilidade de políticas para conter a migração de armas de outros países para o Brasil. “Por exemplo, havia mais de uma .50, que é uma arma que derruba uma aeronave, e fuzis calibres 762 e 556. Essas armas não são fabricadas e liberadas para qualquer pessoa no País e a gente sabe, por dados de Inteligência, que a esmagadora maioria delas vem das linhas de fronteira.”
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O comandante revelou que os autores provavelmente são membros de organizações criminosas de outros estados. Entre os cinco presos, segundo Feoli, há indivíduos que participaram do planejamento do roubo, do acompanhamento e da pós-execução. O assaltante que faleceu atuou diretamente na ocorrência, no aeroporto, e teve R$ 15 milhões encontrados embaixo de seu corpo, dentro de uma caminhonete.
“Temos a lamentar a morte do sargento Fabiano, que deve ser considerado por todo o povo gaúcho um herói tombado no cumprimento do dever, em acolhimento de toda a sociedade. Deixa filhos, esposa e mãe extremamente devastados, assim como toda a instituição”, destacou. “A gente espera, o mais rápido possível, ter a elucidação de todo esse acontecimento, para que a gente possa dar fim a essa ocorrência que nos trouxe a vítima do sargento Fabiano.”
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