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ARMAGEDDON

VÍDEO: quem é Toquinho, alvo da megaoperação dessa sexta-feira

Foto: Banco de Imagens/Gazeta do Sul

Toquinho foi preso em 2013 pela Brigada Militar: longa ficha

“E aí, cupincha!”

“Tão aonde?”

“Nóis temo indo lá pro Chico.”

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“Bá, lá não dá! Viu, ele falou que é pra ir lá no Faxinal e já pegar o outro. A polícia vai lá pro Cambuim, enquanto isso pega o do Faxinal.”

“Tá na mão, cupincha! Peguemo o Kiko, mano!”

“Tá, vai ali, pega o Denis no Faxinal e larguem pra banda de Rio Pardo. Entrem por fora, o Kety sabe entrar por fora.”

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Os trechos acima são de um diálogo por telefone celular, interceptado pela Polícia Civil. Em uma das linhas está Cláudio Mendes Pacheco, o Toquinho, 43 anos, principal alvo da megaoperação Armageddon, deflagrada nessa sexta-feira sob o comando da Delegacia de Polícia (DP) de Vera Cruz. De dentro de uma cela da terceira galeria do pavilhão C da Penitenciária Estadual do Jacuí (PEJ), em Charqueadas, ele coordenava seus comandados que, a bordo de um Fiesta vermelho, minutos antes, haviam assassinado Fagner Adriano Alves, o Kiko, de 36 anos, com requintes de crueldade – a tiros de pistola calibre 9 milímetros e espingarda calibre 12. A execução ocorreu na casa da vítima, na Travessa Amazonas, Bairro Bom Jesus, em Santa Cruz do Sul.

O objetivo do bando era matar também o irmão de Fagner, Denis, morador do Bairro Faxinal Menino Deus. No entanto, este não se encontrava e escapou da morte. Os irmãos integram a chamada família Moranga, que por anos esteve no radar da polícia. Mas não foi por isso que ambos foram marcados para morrer pela facção liderada por Toquinho: ele ordenou os ataques apenas porque a companheira de um comparsa seu, também apenado, teria se envolvido com Denis. “Tomou um de 12 na cara, assim de cima. Os guri encostaram e deram. Judiaram do corpinho”, disse Toquinho, dois dias depois, em outro áudio interceptado pela DP de Vera Cruz.

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Sua frieza é demonstrada também pelo grande número de ocorrências que possui em sua ficha. São sete registros por homicídio, além de outros crimes.

Confira imagens da operação e áudio de entrevista com o delegado Paulo César Schirrmann

O alvo número 1

Mesmo após ter sido responsável por indiciar Chapolin, que é o líder da facção Os Manos na região, e também o braço direito dele, Cássio Alves, na operação Cúpula, deflagrada em 18 de janeiro de 2019, a DP de Vera Cruz não parou de investigar os crimes relacionados ao tráfico de drogas em seu município de base e em outras cidades da região. Embora a prisão de Cássio tenha sido considerada a principal naquela oportunidade e chamado a atenção pela importância dele dentro da facção Os Manos, Toquinho, ainda que já cumprindo pena, também foi indiciado.

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Desde então, seus movimentos continuaram sendo monitorados. Os elementos apurados durante a investigação que culminou na megaoperação Armageddon indicam que, mesmo do interior do presídio, Toquinho continuou comandando crimes, atuando no comércio de entorpecentes em Vera Cruz e em alguns bairros de Santa Cruz e Cachoeira do Sul. Ele permanece um integrante de renome dentro da organização criminosa, voltada para o narcotráfico e homicídios e que domina o comércio de drogas no Vale do Rio Pardo.

Sua escalada no mundo do crime foi meteórica. Da primeira ocorrência, em 1998, por um furto de máquina de lavar roupas em uma residência, Toquinho passou a assaltos a estabelecimentos comerciais, violência doméstica, porte ilegal de arma de fogo e tráfico. A Polícia Civil apurou que o investigado, por telefone, da prisão, disse a comparsas que sua região (o Vale do Rio Pardo) é toda dominada pela facção Os Manos e que seus aliados mataram todos os rivais.

Também revela que, na época em que esteve foragido, foi considerado suspeito de 32 homicídios e preso por tráfico e homicídios. Por fim, se vangloria e diz que, se quisesse, teria condições de fugir, pois tem “porte” (poder no mundo do crime) para derrubar os muros da penitenciária. Um mandado de prisão preventiva e um de busca e apreensão foram cumpridos nessa sexta, na cela de Toquinho em Charqueadas, por agentes da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).

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Na Armageddon foram cumpridos 35 mandados, 26 de busca e apreensão, sete de prisão preventiva e dois de sequestro de bens. Participaram 111 agentes – 40 da Polícia Civil e 71 da Susepe.

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