Um sítio cercado, monitorado por câmeras, com alarme e trancas de ferro nas aberturas pode parecer o exemplo correto de como um local deve ser protegido para evitar a ação de ladrões. No entanto, a audácia dos criminosos ultrapassa essas barreiras. Uma propriedade localizada na região de Passo da Cavalhada, no interior de Rio Pardo, quase na divisa com Cachoeira do Sul, vem sofrendo com a ação dos bandidos.
Nos últimos anos, o lugar, que é ponto de descanso de uma família de Santa Cruz do Sul, já foi alvo de ladrões por 19 vezes. Não há caseiro no sítio, de forma que, quando o proprietário não está, a casa fica desguarnecida. “Perdemos máquinas de cortar grama, aparelhos de ar-condicionado, televisões, botijões de gás, compressor de ar, cadeiras, colchão de casal, pratos e outras coisas. A gente até desanima e pensa em deixar o local”, comentou o proprietário, que preferiu ter o nome mantido em sigilo.
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Nada freia o ímpeto dos ladrões. Quando não arrombam portas ou janelas, entram pelo telhado. Até já fizeram buraco numa parede. O caso mais recente de furto e arrombamento aconteceu no último domingo, 15. Naquela noite, por volta de 20h30, foi possível flagrar a ação do criminoso em imagens de câmeras de segurança. Com uma camisa enrolada na cabeça e a lanterna do celular ligada, o homem colocou o aparelho na boca para deixar as duas mãos livres.
Após mirar a luz do smartphone na parede, ele tira uma mesa da frente e se pendura na estrutura do ar-condicionado, até que quebra a parte fixada. Com uma certa dificuldade em segurar o aparelho de tamanho grande, ele o coloca no chão. Demonstrando perícia, o criminoso retira apenas fios de cobre e deixa a carcaça no local. A sensação entre os moradores é de serem reféns dentro das próprias casas.
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Até para velar e enterrar algum vizinho ou parente, as famílias se dividem para não deixar as propriedades desguarnecidas. “Resta o desamparo, um sentimento de impotência frente ao crime. E isso não acontece só na minha casa. Moradores da região evitam sair de suas residências para não ficarem à mercê dos ladrões. Aliás, esses bandidos são pessoas conhecidas, flagradas por câmeras, mas impunes”, salientou o dono do imóvel.
Brigada Militar e Polícia Civil vêm atuando na busca de conter a criminalidade e realizam ações preventivas e ostensivas. Em relação à quantidade de aparelhos de ar-condicionado furtados, os criminosos visam o cobre, que tem excelente condução elétrica e é usado em computadores, telefones celulares e até em veículos. Já em grande escala, ele é encontrado em redes de iluminação. A prática do furto de fios é comum há anos, mas a alta do dólar potencializou esse tipo de delito.
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Embora a projeção seja de queda no valor do metal em 2023, em virtude da desaceleração da economia chinesa, o preço chegou a ter um aumento acima de 70% nos últimos anos, reflexo da pandemia em países como Chile e Peru, responsáveis por cerca de 40% da produção mundial. O preço do quilo varia atualmente de R$ 33,00 a R$ 36,00, o que atrai o olhar dos criminosos e dos receptadores de cobre.
Entre as hipóteses que ajudam a entender a sequência de furtos também está a cadeia envolvendo o tráfico de drogas, pois muitos autores trocam os objetos por entorpecentes para alimentar o vício. Há também uma rede de venda e receptação do material furtado. “Entendo que é difícil evitar o furto, mas a polícia deveria agir para quebrar a rede de receptação”, lamentou o dono do sítio, que já registrou ocorrências.
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