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Política

VÍDEO: Por dentro dos protestos na Avenida Paulista

Endereço do maior ato político da história do Brasil, quando 500 mil pessoas foram pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff no último dia 13, a Avenida Paulista recebeu nessa sexta-feira milhares de apoiadores do governo, do Partido dos Trabalhadores (PT) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foram cerca de 100 mil manifestantes, segundo cálculos do Instituto Datafolha. Os organizadores, porém, contaram o dobro.

Mais do que protestos, a Paulista tem vivido dias de festa. É o que se percebe ao caminhar pelas calçadas largas ou mesmo no meio da avenida, frequentemente bloqueada para o trânsito de veículos entre o Masp e o prédio da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). Fiz isso por três vezes entre a tarde de quinta-feira e a manhã de sexta, quando estive em São Paulo. O clima lembra o de carnaval fora de época, com alguma pitada de tensão.

No meio da tarde de quinta, não mais do que duas mil pessoas, segundo noticiavam as rádios paulistanas, se concentravam em frente à Fiesp. A entidade virou um QG dos defensores do impeachment. Não por acaso, quando a noite cai, o prédio (um dos mais característicos da Paulista) vira um imenso luminoso verde e amarelo com os dizeres “impeachment já”. O grupo gritava palavras de ordem, corria de um lado para outro com bandeiras e fazia muito barulho. Tudo monitorado por dezenas de jornalistas e até três helicópteros que transmitem imagens ao vivo.

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À medida em que o tempo foi passando, mais e mais manifestantes foram chegando à Paulista. Da estação Masp Trianon do metrô brotava gente enrolada em bandeira do Brasil, usando camisa da Seleção e preparando gritos do tipo “Lula que pariu, a pior presidente do Brasil”. Alguns tinham em mãos os instrumentos dos já tradicionais panelaços.

Dos edifícios do entorno saíam engravatados que aproveitavam o momento de intervalo para conferir o protesto. Pai e filho usando farda e defendendo a volta do Regime Militar se misturavam a artistas de rua, vendedores (de água gelada a milho cozido, tipo o de praia) e curiosos, que paravam, fotografavam e seguiam o rumo. No meio da multidão, rodas de conversa, troca de impressões sobre os rumos do Brasil e cerveja. Muita cerveja.

No início da madrugada de sexta restavam poucos manifestantes. Eram algumas dezenas, a maioria junto a barracas que foram montadas quase na esquina da Paulista com a Rua Pamplona. A alguns metros dali, policiais observavam tudo e equipe de limpeza juntavam sacos e sacos de lixo espalhados após mais um dia de Paulista ocupada.

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A turma do acampamento (adepta não somente a uma cervejinha, mas também a cigarros de maconha) pretendia ficar na Paulista até, segundo eles, “a queda de Dilma”. Mas pouco antes das 9 horas de sexta os manifestantes foram acordados por potentes jatos de água disparados por dois caminhões da Tropa de Choque da PM. A estratégia era liberar o trânsito naquele trecho antes que, no início da tarde, começassem a chegar os manifestantes pró-governo. Havia o temor de confronto, o que não se confirmou. As viaturam iam na frente, abrindo caminho para os policiais. Houve confusão, spray de pimenta e empurra-empurra.

Mas nada que lembre as cenas do inverno de 2013.

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