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VÍDEO: para defesa de Leandro Boldrini, júri será novamente anulado


Um dos casos policiais de maior repercussão ao longo da última década no Rio Grande do Sul pode ter nova reviravolta nos próximos meses. Convidado na segunda edição do podcast Papo de Polícia, produzido em parceria pela Gazeta Grupo de Comunicações e Albus Produtora, o advogado santa-cruzense Ezequiel Vetoretti, que defende o médico Leandro Boldrini no chamado Caso Bernardo, afirmou acreditar que o julgamento do seu cliente será novamente anulado.

No podcast, Vetoretti afirma que é o processo de maior repercussão midiática de sua carreira, e detalha pontos reveladores e decisivos do Caso Bernardo. Segundo ele, postagens feitas por um jurado em 2014, ano que o crime aconteceu, estão sendo analisadas juridicamente. “O motivo que esse júri vai ser anulado de novo, é que nós tivemos um jurado que, sem avisar, já tinha se manifestado pela condenação do Leandro, em redes sociais”, explicou.

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O criminalista detalha a importância do fato para a condenação, pois segundo ele, dos sete jurados, o resultado final foi apertado, ficando em quatro a três contra o réu. “Após o julgamento, quando cheguei no hotel, desci pra jantar e recebi pelo Instagram solicitação de mensagem. Aceitei, e veio um monte de prints. Perguntei de quem era, e a pessoa me disse que era de um dos jurados, que dizia em sua rede social: ‘a caravana com os assassinos está passando aqui na frente de casa’”, contou.

“Uma outra pessoa comentou ‘deixa esse monstro aqui que vou dar um pau nele pra ensinar a ser pai’. O jurado curtiu e disse ‘eu vou contigo’”, complementou o advogado, que explicou na entrevista as falhas na investigação que na visão dele foram determinantes para o desfecho judicial. O recurso sobre o novo pedido de anulação segue em análise no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) e pode ter um desfecho ao longo dos próximos meses.

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Relembre o crime

Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, que morava na cidade de Três Passos, faleceu em abril de 2014, após receber uma superdosagem de um potente sedativo e ter o corpo jogado em uma vala cavada dias antes, na localidade de Linha São Francisco, em Frederico Westphalen. O caso foi listado pelo jornal Estadão e pela revista Veja como um dos crimes que chocaram o Brasil.

Em 15 de março de 2019, Boldrini, acusado de ser o mentor intelectual, havia sido condenado a 33 anos e oito meses de prisão. Porém, em 10 de dezembro 2021, o julgamento foi anulado pelo TJ-RS, a pedido do advogado santa-cruzense Ezequiel Vetoretti, que ao lado do irmão Eduardo Vetoretti e de Rodrigo Grecellé Vares, fazem a defesa do acusado.

No primeiro júri, além do pai da vítima, foram condenados a madrasta de Bernardo, Graciele Ugulini; uma amiga, Edelvânia Wirganovicz; e o irmão dela, Evandro Wirganovicz, que teriam executado o crime. Novamente em julgamento, o médico Leandro Boldrini foi sentenciado em 23 de março deste ano a 31 anos e oito meses de prisão. Atualmente, ele está está detido no Presídio Regional de Santa Maria, onde cumpre pena em regime semiaberto.

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