A música, o cinema, a televisão e o teatro, mas não exatamente nessa ordem. São vários os lugares que Vitor Novello, de 27 anos, habita. O ator, que interpreta o Astuto, um dos personagens centrais do longa-metragem InfiniMundo, cujas gravações ocorreram em Santa Cruz do Sul e Sinimbu, estreou na TV Globo com apenas 10 anos de idade e chegou a ganhar um prêmio de melhor ator mirim. Depois, realizou diversos trabalhos, a maioria na televisão.
Recentemente, Novello se lançou como cantor e compositor, o que vem ao encontro da atuação dele no filme gravado na região de Santa Cruz. InfiniMundo brinca com as diversas linguagens da arte e mistura teatro, poesia, música. Não por acaso, Astuto, o personagem interpretado por Novello, é cheio de filosofias que fazem dele o grande conselheiro da cidade fictícia de Bons Costumes. Ou seja, é o momento ideal do Astuto poético e de Vitor Novello, o ator-músico.
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No dia 26 de maio, foi lançado o primeiro álbum do artista, intitulado À Beça. O trabalho conta com sete faixas que estão disponíveis em todas as plataformas e também no YouTube. Aliás, tem canção que faz parte da trilha sonora do longa-metragem, como ele contou à Gazeta do Sul. Em uma conversa com o diretor Bruno Martins, surgiu a oportunidade e a música Ideia de Alguém foi levada para dentro do longa. “Eu fiquei muito feliz, porque é uma forma de juntar os mundos, a música, a atuação”, destacou Novello.
Um filme para unir mundos
O ator e cantor Vitor Novello, de 27 anos, interpreta o personagem Astuto no longa-metragem InfiniMundo, gravado entre abril e maio na região de Santa Cruz do Sul. Um mês antes do lançamento do primeiro álbum, em 26 de abril, quando estava em Santa Cruz para as filmagens, Novello concedeu entrevista à Gazeta. Ele falou sobre o novo trabalho no cinema e a recente inserção no meio musical, com o lançamento do álbum À Beça.
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Entrevista – Vitor Novello, ator e cantor
- Gazeta do Sul – Como foi a estadia em Santa Cruz do Sul, já conhecia o município?
Nunca tinha vindo nem ao Rio Grande do Sul, acredita? Já tinha ido a Curitiba, perto de Florianópolis, mas ao Rio Grande do Sul nunca tinha vindo. Passamos um dia em Porto Alegre e depois já viemos para Santa Cruz, e tem sido uma grata surpresa essa cidade. Me falaram que a gente está no coração de Santa Cruz, aqui na praça. O povo todo muito solícito, muito gentil, tenho achado a cidade superdivertida. Claro, estamos trabalhando muito, então às vezes não temos muito tempo. Hoje é um dia de folga, então passeamos, fomos ali na igreja, estou gostando muito. - E o que está achando das locações escolhidas para o filme?
Cara, eu fiquei impressionado. Quando o Bruno Martins enviou as fotos eu já pensei “nossa, como eles acharam esse lugar”. Porque é um mato junto com essas construções coloniais, cria um outro universo quase, uma outra atmosfera. Eu acho que quem vive aqui até se acostuma com isso, mas para nós, que viemos de fora, quando olhamos, é muito impressionante. Sinimbu, Rio Pardinho, são lugares mágicos. E quando entra a direção de arte e todas as coisas, a gente vai para outro universo mesmo e isso ajuda muito o trabalho. - O que InfiniMundo representa na sua carreira?
Representa muita coisa, muitos ensinamentos, um pouco dessa encruzilhada entre o teatro, o cinema e a música que é onde eu tenho habitado muito na minha vida. É um filme com muita teatralidade, a gente consegue brincar com essas linguagens. Muito me interessa estar nesse lugar entre essas coisas. Eu fiz muito teatro na vida, amo fazer. É muito bom poder fazer um filme em que a gente tem a liberdade de ter uma atuação não naturalista, que a gente pode brincar, criar outros mundos. Não que não me interesse a atuação realista, dramática, mas é muito interessante, eu tenho curtido muito e aproveitado muito esse momento de viver trabalhos não naturalistas, como é o InfiniMundo, e poder criar um outro mundo. - Recentemente você se lançou como cantor e compositor. Como está sendo essa convergência entre a dramaturgia e a música?
No InfiniMundo a gente também tem música, eu toco sanfona. Nos processos de ensaio, a gente foi entendendo isso e paralelamente eu estava tocando meu álbum, com lançamento em 26 de maio. Em 5 de maio eu lancei o segundo single, chamado Ideia de Alguém, que é uma música que está no InfiniMundo. O Bruno Martins falou para trazer a música. A gente, na amizade, estava colocando as músicas e ele disse: cara, essa música é a cara do filme, fala da ideia de alguém, de muitas coisas que a gente fala no filme, do pensamento. Eu fiquei muito feliz, porque é uma forma de juntar os mundos, a música, a atuação.
Tem sido uma aventura me lançar na música; eu fiz alguns musicais, fiz recentemente o musical do Clube da Esquina e aí essa porta foi se abrindo para mim. O filme é uma oportunidade muito bonita de poder brincar com essas coisas que eu tenho gostado muito de habitar, que são a música, o teatro e o audiovisual. - A maioria dos seus trabalhos são na televisão. Mas tem algum “lugar” em que brilha mais o olho? Música, teatro, cinema, televisão?
É muito louco porque na música eu sou marinheiro de primeira viagem, estou chegando agora e está me dando muito prazer. Eu consigo compor poeticamente as minhas questões, minha forma de ver o mundo, apenas um ponto de vista sobre as coisas que poderiam ser outras, isso tem me animado muito. Mas o que eu normalmente falo é que o teatro é minha paixão maior, com certeza. Mas o teatro não está só no teatro; nesse filme tem um pouco de teatro, as coisas estão mais juntas, eu separo um pouco menos. - O Astuto, personagem que você interpreta em InfiniMundo, é um pensador. Ele veio em um bom momento, em que você está muito ligado à poesia?
Exatamente, matou a charada. Veio em um momento perfeito. Quando eu li o roteiro do filme, eu pensei: “meu deus, é exatamente o que eu adoraria fazer agora”. Um filme que conta com textos poéticos, que tem musicalidade no próprio texto. Sou muito grato a todo esse projeto. Está me ensinando muitas coisas. - Acredita que esse é um bom momento para o audiovisual?
Acho que é um momento bem aquecido. Estamos em um momento de uma retomada cultural, pós-pandemia, após momentos de menos investimentos em cultura no nosso país. Então, eu acho que agora vivemos um momento mais aquecido. Percebo isso no volume de testes, de produções de streaming. É positivo para nós, atores e atrizes, que o mercado não esteja centralizado nas grandes emissoras, que têm muito o seu valor. Já trabalhei na TV Globo, na Record, e sempre fui muito feliz nesses espaços também, mas considero que sempre é bom quando abre um novo espaço.
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