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LAVAGEM DE DINHEIRO

VÍDEO: os bastidores da megaoperação que colocou pai e filho atrás das grades

Sapo foi preso na manhã desta terça-feira no Bairro Faxinal Menino Deus | Fotos: Albus Produtora

“Oi, bom dia”, exclamou Osni Valdemir de Mello, após ouvir uma batida na porta e abrir a janela de seu quarto para ver quem era, às 6h35 dessa terça-feira, 25. Sapo, 61 anos, mal podia imaginar que encontraria três policiais civis na porta de entrada de casa e, novamente, voltaria a ser alvo de uma ofensiva em nível estadual. Recluso em uma residência na Rua Papa João XXIII, Bairro Faxinal Menino Deus, em Santa Cruz, o criminoso com história no tráfico de drogas do Vale do Rio Pardo foi um dos três pilares centrais da megaoperação Enxuta, deflagrada pela Delegacia de Polícia (DP) de Venâncio Aires.

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Além dele, foram alvos de mandados de prisão seus dois filhos, Deivid Andriel de Mello, o Dedê, de 31 anos, que já cumpre pena de 43 anos na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc); e Dieike Andrigo de Mello, de 38 anos, que estava em liberdade e foi preso em um imóvel de luxo na Rua Félix da Cunha, região central da Capital do Chimarrão. O grupo chefiado pela família acumulou mais de R$ 20 milhões em patrimônio com origem ilícita, em bens como veículos de luxo, imóveis, posto de combustíveis e até um prédio onde ficaria a nova sede da Defensoria Pública de Venâncio Aires.

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A equipe da Gazeta do Sul acompanhou com exclusividade as prisões da megaoperação que mirou o esquema de lavagem de dinheiro do grupo criminoso familiar.

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Para delegado Vinícius, ação “lava a alma” da Polícia Civil

A megaoperação envolveu 58 policiais civis de todo o Rio Grande do Sul. As esposas dos dois filhos de Sapo também foram presas na ofensiva, além de um empresário que possui uma revenda de veículos na cidade de Venâncio Aires. A investigação encontrou mais de cem imóveis em nome dos investigados e operações bancárias que ultrapassam a casa dos R$ 20 milhões. Também foram apreendidos veículos de luxo e imóveis.

No que diz respeito aos estabelecimentos comerciais, a organização mantinha um posto de combustíveis, uma loja de conveniência e uma revenda de veículos. As buscas foram realizadas em diversos endereços, entre eles dois escritórios de contabilidade e um escritório de advocacia de uma sobrinha de Sapo. Segundo a investigação, a prova da lavagem de dinheiro é farta, atacando diretamente os mentores da organização criminosa e suas respectivas esposas, com atuação no topo da pirâmide do tráfico.

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“Essa operação lava a alma da Polícia Civil. Quem é morador daqui e conhece a realidade, viu esses indivíduos crescendo patrimonialmente com dinheiro oriundo do tráfico, e isso causava constrangimento para a própria polícia. Por isso, para nós essas prisões são um marco, porque mostram que o crime não compensa”, comentou o delegado Vinícius Lourenço de Assunção.

“Se as pessoas pensavam que fulano cometia crime e tinha carro de luxo, filho no colégio particular, pilates e não dava nada, agora a sociedade vê que dá sim e enxerga eles como realmente são, criminosos que têm contas a acertar com a Justiça. Demos um tombo grande nessa organização. Esperamos que as penas sejam exemplares”, complementou.

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“Tráfico rendeu muito dinheiro para essa família”, diz Schirrmann

Bastante volumoso, o inquérito referente à operação deflagrada ontem estava em análise no Poder Judiciário desde março. Nos últimos dias, as ordens judiciais, solicitadas pela Polícia Civil, foram autorizadas pela juíza Cristina Margarete Junqueira, da 2ª Vara Judicial da Comarca de Venâncio Aires. Segundo o delegado Paulo César Schirrmann, a operação pode ser considerada uma sequência da realizada há mais de uma década, em 2012.

Embora a ofensiva não tenha como foco o tráfico de drogas, a comercialização de entorpecentes entra como pano de fundo. Conforme Schirrmann, atualmente titular da DP de Venâncio e também o responsável pela delegacia em 2012, quando o laboratório de Sapo foi desmantelado no interior de Candelária, o patrimônio bloqueado proveniente de ações ilícitas poderia ultrapassar R$ 50 milhões.

“O tráfico rendeu muito dinheiro para essa família. A apreensão histórica que tivemos em 2012 demonstrou o poderio deles e o indicativo de que o dinheiro auferido seria transformado em ativos, buscando o branqueamento do capital. Nos surpreendemos com a quantidade de bens encontrados no nome da família ou de laranjas”

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Para Schirrmann, ficou claro, diante da sequência das investigações, que a família de Sapo se mantinha na vida criminal relacionada ao tráfico. “Evidentemente eles não podiam deixar o dinheiro embaixo do colchão, tem que ser transformado, para que haja um proveito próprio disso e até para as empresas de fachada fortalecerem o grupo, pois acabam gerando lucro e alimentando novamente o tráfico de drogas”, complementou.

Segundo o delegado, a megaoperação Enxuta é a sua última grande ofensiva antes da aposentadoria, que deve ocorrer nos próximos meses. Além da família do traficante Sapo em duas oportunidades, as ações sob sua coordenação, ao longo dos anos, resultaram na prisão ou indiciamento de líderes da facção Os Manos na região do Vale do Rio Pardo, como Chapolin, Cássio Alves, Gordo Jô e Toquinho.

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