Condenado em março deste ano pelo Poder Judiciário a uma pena de dez anos e seis meses em regime fechado por tráfico de drogas e associação para o tráfico, Cássio Alves dos Santos, de 36 anos, é apontado pelas forças de segurança como o número 1 da facção Os Manos em Santa Cruz do Sul.
Atualmente, ele cumpre pena na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc).
Mas antes de ir para o presídio que, segundo a própria Polícia Penal, foi concebido para abrigar os principais líderes do crime organizado no Estado, Cássio chegou a permanecer detido por um tempo no Presídio Regional de Santa Cruz do Sul. Ele havia sido preso em um tríplex de luxo avaliado em R$ 1 milhão no Bairro Avenida, na histórica Operação Cúpula, deflagrada pela Delegacia de Polícia de Vera Cruz em 18 de janeiro de 2019 e que resultou na condenação de três meses atrás.
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Depois, ao longo de 2019, rodou por penitenciárias do Estado, como as de Santa Maria, Venâncio Aires e Osório, até ir para a Pasc em 29 de julho de 2020. Convidado do podcast Papo de Polícia, produzido pela Gazeta Grupo de Comunicações, o policial penal Cássio Roberto Bandeira, de 34 anos, detalhou os bastidores da logística montada pela Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) para realizar uma das transferências dele.
“Sempre as escoltas são analisadas pelo chefe de segurança e pela delegacia, e essa foi uma escolta muito bem feita e muito bem montada”, contou ele. Na época, Bandeira, que já foi diretor do Presídio Regional de Santa Cruz e responsável pelas escoltas, fazia parte do Grupo de Intervenção Rápida (GIR), a unidade de elite da Polícia Penal, e que foi responsável por realizar o transporte de Alves para outro município.
Segundo ele, muitas viaturas, operadores e armas longas foram destinados para realizar a ação. “Uma coisa que me marcou nessa escolta é que usamos uma tornozeleira eletrônica. Nós a deixamos dentro da viatura, com os agentes, onde estava o preso, para monitorar em tempo real onde estava aquele veículo, como se fosse um GPS. Assim, lá da delegacia, conseguiam ver onde estava a viatura, pois todo o trajeto estava sendo monitorado”, comentou.
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A estratégia era para evitar alguma possibilidade de resgate ou fuga. “A gente parte de que pode acontecer o pior, a gente não pensa que não vai acontecer nada. Pensamos que em caso de qualquer coisa, a delegacia saberia em tempo real onde está a viatura, se foi parada, se há um bloqueio. Se for o caso, tem ali no computador onde está.”
No podcast Papo de Polícia, Cássio Bandeira ainda contou detalhes sobre o dia em que o faccionado Máscara morreu na frente do presídio. Também falou sobre episódios pitorescos, como quando o dono de um mercado foi preso em flagrante em uma revista no acesso à cadeia ao levar pastas de dentes que continham cocaína, e quando foi realizar uma escolta no velório do pai de um traficante, no Bairro Bom Jesus.
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