VÍDEO: o valioso museu criado por Biágio Soares Tarantino

Se você tem acompanhado os episódios da primeira temporada do projeto Relíquias do Rio Grande, já viu por aqui o nome de Biágio Soares Tarantino. E hoje, mais uma vez, ele aparece e ressalta a importância de guardar, preservar e valorizar a nossa história.

O Museu Barão de Santo Ângelo também passa pelas mãos do ilustre personagem rio-pardense, quando em 1935 ele realizou uma exposição com objetos usados na Revolução Farroupilha, em alusão ao centenário dos combates. A partir daí, Biágio acrescentou peças do acervo pessoal e em 1º de março de 1940 um ato municipal oficializou a criação do museu.

A historiadora Dariane Labres, da Gestão de Projetos e Curadoria de Museus da Secretaria de Turismo, Cultura, Juventude, Esporte e Lazer de Rio Pardo, descreve Tarantino como um entusiasta do patrimônio, da cultura e da história. “Ele era apaixonado por conhecer a história das pessoas, das coisas. Buscava objetos para traduzir a história do Município e do Estado”, frisa.

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Hoje, os apaixonados pela história de Rio Pardo se reconhecem em Biágio. O professor de História e secretário municipal Tiago Melo lembra como é importante fazer com que a comunidade se sinta pertencente à história e valorize o potencial que Rio Pardo tem. Para, a partir disso, trazer os turistas. Melo explica que o acervo, atualmente, está dividido em duas partes: a que está em exposição fica em uma sala no segundo andar do Centro Regional de Cultura, e a outra está na Prefeitura.

No prédio da Administração Municipal, junto à secretaria, estão as peças que ainda não podem ser expostas. O diretor de Turismo, Flávio Wunderlich, conta que um historiador trabalha desde o início do ano na limpeza e na catalogação. Muitas peças se perderam ou estragaram em traslados que foram feitos quando o acervo do museu foi retirado do prédio do Solar do Almirante Alexandrino. Outras sofrem com os efeitos do tempo: algumas têm mais de 150 anos. Hoje, as peças não estão restauradas, mas estão organizadas.

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A lenda do Monge do Botucaraí

Conta-se que, lá pelo ano de 1850, surgia, às vezes, em Rio Pardo, um monge que vivia no morro do Botucaraí. Ele reunia o povo no adro da Matriz e fazia sua pregação, reprovando os costumes e as modas da época, recomendando, com muito rigor, que os preceitos morais fossem respeitados. Algumas famílias locais não gostavam das falas do monge.

O brigadeiro, provedor da Irmandade dos Passos, chegou a dizer que, se ele viesse fazer suas prédicas na Igreja dos Passos, dar-lhe-ia uma surra.

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De fato, o monge apareceu nessa Igreja para falar e recebeu umas bengaladas do brigadeiro, sendo obrigado a sair da cidade, montado em uma mula, com as costas voltadas para a frente do animal. O monge, então, lançou uma praga: “Rio Pardo não progredirá enquanto existir aqui algum membro desta família”.

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Tela que retrata O Monge do Botucaraí | Arte: Zélia Kauffmann

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O Museu Barão de Santo Ângelo certamente faz parte do imaginário dos rio-pardenses até meados dos anos 2000 e quem já visitou o acervo deve ter a sua peça preferida, a que chamou mais atenção e aquela que guardou na memória.

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O secretário de Turismo, Tiago Melo, destaca a mobília da primeira Câmara de Vereadores de Rio Pardo. As cadeiras serviram a Dom Pedro II quando ele esteve no Município. O imperador também está retratado em um quadro, que não está exposto, quando, ainda jovem, esteve pela primeira vez na Tranqueira Invicta. “É um quadro de Dom Pedro sem barba, aos 19 anos, uma raridade”, conta Flávio Wunderlich.

Entre os objetos expostos estão porcelanato açoriano, peças da Revolução Farroupilha, quadros, moedas de diversos países (com destaque para uma moeda romana de 43 a.C.), objetos militares e indígenas. Além da Sala Açoriana, que mostra as raízes portuguesas de Rio Pardo, e das peças de artesanato feitas por rio-pardenses.

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