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VÍDEO: o legado imortal de Beethoven, nascido há 250 anos

Mesmo 250 anos após seu nascimento, ele está presente no nosso cotidiano, com uma arte que se tornou uma herança e um patrimônio perpétuo. Seja com o caminhão do gás ou com as esperas telefônicas tocando Für Elise, seja em clássicos do cinema, como Laranja Mecânica e Duro de Matar, ou na franquia estrelada por um cachorro da raça são-bernardo que leva seu nome, em remixes de funk, nas quatro notas que abrem sua Quinta Sinfonia, que todos são capazes de reconhecer, do clássico de Chuck Berry até o nome de uma cratera em Mercúrio. Ludwig van Beethoven é o artista clássico mais pop de todos.


Toda orquestra e todo músico clássico já executaram alguma composição de sua autoria, mas felizmente o gênio irascível da música foi capaz de transcender os limites do erudito em sua popularidade. Sua imagem de cabelos revoltos é um clássico, como na arte do desenhista Hugo Ênio Braz, morador de Santa Cruz do Sul, que você vê abaixo.

Beethoven, ilustrado por Hugo Ênio Braz


Assim como 2019 foi o ano dedicado a Leonardo da Vinci, 2020 seria o ano de Beethoven, se não fosse pela pandemia do novo coronavírus, que cancelou as apresentações e os concertos dedicados ao compositor em todo o mundo. Em sua maioria, as comemorações pelo 250° aniversário foram canceladas ou adiadas. A Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa) havia planejado um concerto, que foi cancelado, mas conseguiu realizar uma live em outubro para marcar a data.

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O aniversário de Beethoven coincide também com a comemoração pela chegada dos primeiros imigrantes alemães em Santa Cruz do Sul, em 19 de dezembro de 1849. Os conterrâneos do músico fizeram questão de perpetuar seu legado na região. Apaixonados por cultura, trouxeram em suas bagagens partituras dele, ao lado de outros mestres, como Mozart e Bach.

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Séculos de arte

Ludwig van Beethoven nasceu em Bonn, Reino da Prússia, atual Renânia do Norte, na Alemanha, e foi batizado em 17 de dezembro de 1770. Acredita-se que tenha nascido no dia 16, data em que é comemorado seu aniversário. Recebeu as primeiras lições de música do pai, que esperava que ele se tornasse um prodígio infantil. Estudou com Haydn e foi profundamente inspirado pela Revolução Francesa e pelas Guerras Napoleônicas.

Sua imagem mítica foi alimentada por relatos da fama de colérico e narcisista. Além de ser hipocondríaco e beber em excesso, sofreu ao longo da vida com diversas doenças, incluindo a sífilis. Por volta dos 30 anos, começou a apresentar problemas de audição, perdendo a capacidade de ouvir certas frequências e utilizando dispositivos para amplificar o som. Sua sinfonia mais famosa, a Nona, foi concluída em 1824, quando o músico já não ouvia nada além das reverberações do piano, seu instrumento preferido.

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O compositor alemão marcou o período de transição entre o Classicismo e o Romantismo e é considerado um dos pilares da música ocidental. Beethoven é até hoje visto como um dos maiores compositores que já viveram, influenciando a linguagem e o conteúdo musicais que foram produzidos depois dele. O artista morreu em Viena, em 26 de março de 1827, após viver uma vida e uma arte impetuosas, e jamais se casou, sendo a música o seu verdadeiro amor.

É difícil mensurar o papel de Beethoven na história da música, mas é certo que ele a revolucionou. Conforme os biógrafos Rolland e Galindo, ele foi o responsável por tirar a música do interior dos palácios, levando-a a ambientes amplos, como salas de concerto e teatros. No lugar de distrair alguns nobres, ele preferiu escrever para a burguesia e emocionar grandes multidões.

Faces de um gênio

Com dois livros em um, a celebração do aniversário do compositor está presente em Beethoven: as muitas faces de um gênio (Editora Contexto). O volume, dividido em duas partes, conta com o clássico A vida de Beethoven, do romancista francês e Nobel de Literatura Romain Rolland, além de Beethoven e sua música, do maestro João Maurício Galindo. Completa a nova edição o famoso Testamento de Heiligenstadt, texto escrito pelo próprio Beethoven, quando tomou a decisão de romper com os cânones musicais do período para compor uma obra única.

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Obras

  • Nove sinfonias, das quais a Nona e Quinta são as mais famosas
  • Cinco concertos para piano
  • Concerto para violino
  • Concerto tríplice para piano, violino, violoncelo e orquestra
  • 32 sonatas para piano, incluindo a Sonata Ao Luar
  • 16 quartetos de cordas
  • 1 septeto de cordas para piano
  • Dez sonatas para violino e piano
  • Cinco sonatas para violoncelo e piano
  • Doze trios para piano, violino e violoncelo
  • Bagatelas para piano, como Für Elise
  • Missa em Dó Maior
  • Missa em Ré Maior (Missa Solene)
  • Oratório Cristo no Monte das Oliveiras, op. 85
  • Fantasia Coral, op. 80 para coro, piano e orquestra
  • Ópera Fidelio
  • Além de aberturas, danças e canções.

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