VÍDEO: o caso da pasta de dente com cocaína durante a revista no presídio

Policial penal há uma década, com passagens por direção de presídio e chefia de escoltas, Cássio Roberto Bandeira, de 34 anos, coleciona histórias. E muitas delas foram reveladas no último episódio do podcast Papo de Polícia, produzido pela Gazeta Grupo de Comunicações em parceria com o videomaker Bruno Pedry e lançado na noite da última terça-feira. O programa contou com uma novidade em caráter experimental.

Vinte pessoas, incluindo alunos do curso técnico em Logística da Escola Goiás, fizeram parte de uma plateia que acompanhou a transmissão ao vivo do episódio no estúdio da Gazeta. Além das perguntas no chat do programa no YouTube, o público no local pôde fazer questionamentos ao convidado. Entre as histórias contadas por Cássio no terceiro episódio da segunda temporada, uma das mais inusitadas aconteceu durante uma revista a produtos que eram levados para dentro do Presídio Regional de Santa Cruz do Sul.

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Cerca de cinco anos atrás, um mercado tinha autorização para vender os itens que não eram liberados ou fornecidos em quantidade suficiente aos presos pelo Estado, como erva-mate, café, refrigerantes, bolachas e outros. “Recebemos uma denúncia de que, em meio a esses produtos entregues pelo mercado, havia droga. Montamos um mutirão de busca. Em cinco dias, fizemos revistas em que chegávamos a rasgar os sacos dos produtos, trocar embalagens, passar no raio X, mas não encontramos nada”, disse Cássio.

Na iminência de confirmar a não procedência da denúncia, o agente realizou mais uma revista em produtos que chegaram junto com o dono do mercado ao presídio. “Naquele dia, passou no raio X uma pasta de dentes grande. Vi que estava uma parte de uma cor e o restante de outra cor. Até brinquei com o dono do mercado que ele estava colocando bastante ar dentro e ganhando bastante dinheiro. Passei outra pasta e deu a mesma coisa. Abri e apertei na tampa e saiu pasta de dentes.”

Desconfiado, Cássio chamou o supervisor e relatou o ocorrido. Para tirar todas as dúvidas, ambos decidiram cortar a parte de trás da embalagem da pasta. “No fundo, havia um saquinho embrulhado. Chamamos o chefe de segurança, passamos o produto que indica qual é a substância e apontou cocaína. O mesmo aconteceu em outras seis pastas de dentes”, revelou o policial penal.

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Inquérito arquivado

Preso em flagrante, o dono do mercado foi levado por Cássio à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), onde a situação se tornaria ainda mais inusitada. “Chegando lá, descobri quem era o advogado do homem que prendi em flagrante. Nesse caso não podia defendê-lo, porque era o meu pai”, contou o agente penal. Ex-policial militar e hoje advogado, Roberto Tailor Bandeira estava acompanhando o filho na plateia do Papo de Polícia e comentou o desfecho do caso.

“Esse empresário conceituado era meu cliente e trabalhava há anos junto ao presídio. Quando chegou na delegacia me ligou, e fiquei sabendo que quem tinha prendido ele era o Cássio, meu filho. Sendo assim, eu não podia atuar. Chamei um colega que atuou no flagrante”, contou Tailor. Conforme o advogado, o inquérito foi arquivado.

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