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VÍDEO: “Não levavam desaforo para casa”, afirma escritor sobre a família Naricos


Tema da 12ª reportagem da série Casos do Arquivo, lançada na edição do último final de semana pela Gazeta do Sul, a história da família Naricos e o combate contra as forças policiais gerou grande repercussão. O confronto sangrento, que ganhou contornos de lenda e ocorreu na noite gelada de 1º de julho de 1964 em um bar que ainda existe em Santa Cruz do Sul – embora esteja com os dias contados –, deixou três mortos, incluindo um delegado e um brigadiano, além de dois feridos.

Jornalista, escritor e pesquisador deste caso, Ricardo Düren contou no sétimo episódio da primeira temporada do podcast Papo de Polícia, que foi ao ar em fevereiro deste ano pela Gazeta Grupo de Comunicações, algumas das informações que apurou sobre a família Naricos. “Eles eram meio ‘gauchões’. Se vestiam de bota, bombacha e chapéu, distinguindo-se em meio a muitos moradores da cidade com descendência alemã”, revelou o jornalista de 43 anos. Segundo ele, ainda que houvesse uma estranheza cultural, a família se dava bem com todo mundo.

Irmãos João, Mazarino, conhecido como Santo, e Olímpio, o Pimpo, durante viagem para Porto Alegre

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Porém, tinha uma característica que está muito ligada aos fatos que aconteceram em 1º de julho de 1959: “Os Naricos não levavam desaforo para casa. Eram muito amigos, ajudavam se você pedia, mas se pisasse no poncho deles, dava entrevero. E foi aí que começaram a surgir algumas rusgas entre a família e alguns integrantes da polícia.” No episódio, Ricardo Düren detalha ainda outros pontos da história.

“Os Peaky Blinders de Santa Cruz”

A publicação da matéria no último final de semana gerou repercussão entre os leitores. Proprietário da Lancheria Ponto Ideal, que fica na esquina das ruas Venâncio Aires e Senador Pinheiro Machado, na região central de Santa Cruz do Sul, e é o local onde ocorreu o confronto quando ainda se chamava Bar Schild, Jair Luis Konzen relatou alguns dos comentários que ouviu dos clientes. “O pessoal que veio comprar frango comentou bastante sobre a reportagem. Tem uns senhores mais de idade que disseram que lembravam do fato, mas que lendo com mais detalhes sobre tudo era diferente”, disse Jair, que administra há 17 anos o estabelecimento junto da esposa Leandra.

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Nas redes sociais, o assunto também rendeu. Jaqueline Moraes, que é neta de Dovirge Moraes, o Vivi, relatou ter ouvido as histórias sobre o parente. Já Luiz, contou que era vizinho de Thomas, outro dos irmãos Naricos. “Excelente pessoa, me lembro até hoje dele.” Fernanda salientou o fato de ficar sabendo do caso. “Histórias que desconhecemos de famílias e locais aos quais passamos todos dias.”

O leitor Gerson salientou a importância de resgatar a história, ainda que trágica. Já Jonathan fez uma comparação. “São os Peaky Blinders de Santa Cruz do Sul”, disse ele sobre os Naricos, fazendo referência a uma família retratada em uma série de televisão que também tem seus problemas com as forças de segurança.

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