O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) deflagrou nesta sexta-feira, dia 6 de dezembro, a “Operação Faz Tua Sorte” em Vacaria. Por meio da 3ª Promotoria Criminal da comarca, com apoio da Brigada Militar e Polícia Civil, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão contra uma influenciadora digital da cidade que ganhava comissão de contatos feitos com gerentes de plataforma de jogos de azar – em países asiáticos – para usar contas fictícias e simular ganhos também fictícios com o “Jogo do Tigrinho”.
Também são alvo da apuração o companheiro, o pai, a madrasta da influenciadora, além de uma contadora da região. As ordens judiciais ocorreram nas casas da influenciadora e do seu pai, que foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo, na residência da contadora e em uma loja.
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A blogueira gravava imagens e postava nas suas redes sociais para captar maior número de apostadores. A investigada movimentou R$ 2,3 milhões nos últimos três anos e agora. Além de contas bancárias e fundos de investimentos bloqueados na ordem de R$ 1 milhão, ela teve quatro veículos, entre eles, um de luxo, apreendidos. Os perfis dela em redes sociais estão sendo suspensos judicialmente por 180 dias. Ela também cometeu outros crimes, como rifas virtuais sem autorização legal, sonegação e lavagem de dinheiro.
O responsável pela operação e investigação, de seis meses, é o promotor de Justiça Raynner Sales de Meira, de Vacaria. Segundo ele, o objetivo do esquema deste jogo de azar, não regulamentado no Brasil, era usar a influenciadora para captar o maior número de apostadores possível.
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“A partir de autorização judicial, tivemos acesso a valores recebidos por ela conforme a meta de pessoas, que eram seus seguidores nas redes sociais, influenciados a se cadastrarem na plataforma do jogo”, diz Raynner de Meira. Ainda está sendo apurado o número de vítimas. Porém, conforme diálogos em que a investigada ajustava a comissão, as metas de captação de vítimas era entre 500 e 1 mil.
Simulação
O MPRS também obteve acesso a uma conta demonstrativa do aplicativo do jogo de azar que era usada pela blogueira. Por meio de login e senha e, sempre gravando imagens da tela, a investigada acessava a conta demo e simulava apostas e ganhos. Com autorização judicial, para comprovar e demonstrar como funcionava o esquema, o MPRS simulou apostas na conta demonstrativa e, em pouco mais de 11 minutos, obteve um ganho fictício de pouco mais de R$ 100 mil.
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Outros crimes
A investigada também realizava rifas virtuais sem qualquer autorização do órgão regulador. Como forma de burlar investigações e dar aparência de legalidade, ofereciam veículos e celulares vinculando-se falsamente a entidades filantrópicas de São Paulo. Por fim, a influenciadora digital também cometia crimes tributários ao sonegar ICMS na comercialização de mercadorias em loja de roupas de sua propriedade. Com o dinheiro obtido de forma irregular, a blogueira também praticava a lavagem de dinheiro, principalmente com bens e em contas bancárias ou investimentos.
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