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VÍDEO: morador de Sinimbu se divide entre as atividades de ferreiro e cozinheiro

Com somente 3 anos de idade, Henri Pranke foi flagrado pelos pais cozinhando carne moída em um fogareiro. O dom que apareceu cedo se tornaria, mais tarde, uma paixão e uma profissão. Mas não é só dos temperos e panelas que vive o homem de 46 anos. Pranke divide as mãos talentosas com mais uma profissão que também depende do calor do fogo: a ferraria.

Os ferreiros existem há mais de 4 mil anos, quando o ser humano aprendeu a manipular e moldar o ferro utilizando o fogo. A profissão milenar registrou queda de adeptos após a Revolução Industrial, com a automatização de muitos recursos. Entretanto, para quem busca um produto feito artesanalmente, valorizar esse trabalho é uma boa opção.

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Embora os serviços de ferreiro e de cozinheiro pareçam opostos – pela força necessária para um e pela calma exigida para outro –, Pranke afirma que ambos os trabalhos exigem delicadeza. “Os dois são delicados. A ferramenta não pode ficar cheia de relevo, o ferro tem que estar quase liso. Se não fizer isso bem certinho, bem detalhado, essa ferramenta não vai funcionar”, explica, mostrando uma navalha de arado produzida na ferraria.

Henri aprendeu o ofício de ferreiro com Nilo Dorfey: de acordo com ele, as duas atividades exigem atenção para os detalhes
Cozinheiro mostra como preparar um risoto de linguiça artesanal para o almoço

E é nesse local, chamado Ferraria da Vila, em Linha Alto Sinimbu, que também saem diversos pratos bem trabalhados pelo cozinheiro. Muitas vezes, eles são feitos na própria forja, que é o forno utilizado para aquecer metais. Henri Pranke é cozinheiro profissional desde 1995, atuando em eventos e também com a produção de uma linha própria de molhos e temperos. Já a atividade com o ferro surgiu em 2008, quando o ferreiro e amigo Nilo Dorfey, de 65 anos, chamou-o para trabalhar com ele. “Seu Nilo precisava de um cara mais forte. Fui começando, fazendo. Acabei gostando e estou aqui até hoje”, conta. Atualmente, Pranke também produz facas artesanais para venda.

Muitas vezes, no intervalo entre os serviços na ferraria, o cozinheiro prepara o almoço. “Eu não posso me queixar”, conta, entre risos, o veterano e proprietário da Ferraria da Vila, Nilo Dorfey, que foi também o responsável por ensinar o ofício a Pranke.

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Temperos e sonhos

Risoto de linguiça artesanal, feijão preto, couve-manteiga e salada de azedinha e laranja é um dos pratos prediletos de Henri Pranke. Os temperos utilizados são também de uma horta cultivada pelo próprio cozinheiro. “Tem salsinha, cebolinha, nabo, couve-flor, alface americana, beterraba, alho-poró”, menciona.

Prato do dia: risoto de linguiça artesanal, feijão preto, couve-manteiga e salada de azedinha

A paixão pela gastronomia, segundo o morador de Sinimbu, começou ainda na infância. Aprendeu muito com vizinhos e conhecidos, e conta que chegava a almoçar em três casas diferentes no mesmo dia. “Sempre gostei. Cozinha acaba reunindo gente. Pode ter uma pessoa triste, mas tendo um bate-papo e uma boa comida já deixa a pessoa um pouco melhor, faz bem.” Embora já tenha realizado diversos cursos e atue profissionalmente, ele ainda planeja fazer faculdade. Por enquanto, um dos desejos está sendo concretizado, que é a abertura de um restaurante. O casarão de mais de cem anos, localizado ao lado da ferraria, está sendo restaurado para que, em breve, possa receber mais pessoas para provar do tempero do habilidoso cozinheiro/ferreiro.

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