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VÍDEO: investigação busca mentor de golpes nas redes sociais

Nas primeiras horas de terça-feira, 24, uma operação deflagrada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) da Polícia Civil de Santa Cruz do Sul prendeu dois homens, de 23 e 32 anos, acusados de aplicarem uma mescla de golpe virtual e roubo. A dupla atraía as vítimas para emboscadas anunciando produtos em redes sociais, nos chamados briques do Facebook. A investigação iniciou-se após uma série de assaltos ocorridos nos meses de setembro e outubro.

O homem de 32 anos, morador do Bairro Esmeralda, foi encontrado pela Draco na casa da mãe dele, no Bairro Rauber. Já o rapaz de 23 não estava em casa, no Bairro Aliança, no momento da busca e apreensão. Uma investigação paralela, porém, indicava que ele poderia ter fugido para Pantano Grande. A informação se confirmou e ele foi preso no município, na casa da sogra. O indivíduo mais velho trabalha como pedreiro, e o mais jovem seria seu servente.

A Draco descobriu diversas obras do município nas quais a dupla trabalhou. A Polícia Civil ainda suspeita que uma terceira pessoa estaria por trás do planejamento das ações e mais vítimas tenham sido lesadas, no entanto, sem terem registrado.

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“Pedimos para as pessoas desconfiarem de preços muito baixos de produtos na internet e para não levarem o dinheiro consigo na hora do negócio. É importante também ver o produto antes de efetuar uma transação”, alertou o delegado substituto da Draco, Alessander Zucuni Garcia. Por enquanto, a polícia mantém em sigilo os nomes dos presos.

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Entenda
De acordo com os agentes que atuaram na operação, denominada Fake Brique – em alusão aos falsos anúncios de produtos, publicados pelos golpistas em grupos de briques –, o modus operandi dos criminosos consistia em anunciar na internet produtos com preços muito abaixo do mercado. Durante a negociação com eventuais interessados, os golpistas exigiam que, para retirar o produto, fosse levado o valor cobrado em dinheiro vivo. Argumentavam não aceitar depósito, alegando que já teriam caído em golpes com recibos frios. No encontro marcado, as vítimas eram assaltadas e tinham o dinheiro roubado, bem como seu veículo e outros pertences.

Nas ações, um dos homens usava um revólver e outro uma faca. Nos casos analisados pela Draco, todos os anúncios envolviam produtos relacionados com esportes aquáticos, como lanchas, jet-skis e motores de barco. Após a operação, a dupla foi encaminhada ao hospital para exames de praxe e, na sequência, para a Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA). Em seguida, ao Presídio Regional. Ambos irão responder por roubo qualificado. Segundo a Polícia Civil, em um dos casos uma das vítimas chegou a ser baleada. A operação Fake Brique contou com o apoio da 2ª DP e teve participação de dez policiais.

A CRONOLOGIA DOS ATAQUES
O primeiro golpe aconteceu no dia 11 de setembro. A vítima, de Lajeado, combinou com os golpistas de retirar um motor de barco nas imediações do trevo do Bairro Faxinal/Menino Deus, em Santa Cruz do Sul. Chegando lá, teve seu dinheiro levado pelos assaltantes

A segunda ocorrência foi no dia 22 de setembro. Um homem de 26 anos, morador de São Carlos, cidade próxima a Chapecó, em Santa Catarina, veio ao município comprar um jet-ski, após negociação iniciada em um grupo de briques. Direcionado pelos golpistas por meio do GPS, o catarinense estacionou seu Chevrolet Onix preto em frente a uma residência na Rua Barão do Arroio Grande, já na altura do Bairro Aliança, onde havia marcado para fechar a transação. Foi então abordado pelos dois homens. A vítima, Jonas Igor França, conversou com a Gazeta do Sul por ocasião do crime e relatou os momentos de tensão vividos por ele, que teve o revólver apontado para sua cabeça.

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Dele, foram levados a carteira com documentos, R$ 300,00 em espécie, um cheque de R$ 1 mil e o telefone celular. Em menos de duas horas, o veículo foi localizado pela Força Tática da Brigada Militar (BM), abandonado em uma área de mata nos arredores do Residencial Santa Cecília, perto do Centro Esportivo do Sesi, no Bairro Arroio Grande. Os R$ 7 mil que seriam usados para a compra do jet-ski, escondidos pela vítima no estofamento do carro durante a viagem, permaneciam no mesmo lugar.

Nas semanas seguintes, uma pessoa ainda encontrou o celular da vítima jogado em uma área de mata do Bairro Aliança, e comunicou os policiais sobre o item perdido, sem saber que se tratava de um smartphone roubado. A essa altura, a Polícia Civil já tentava montar um quebra-cabeças da ação dos assaltantes. A ocorrência era inusitada, pois, de acordo com os agentes, estelionatários não costumavam agir dessa forma, com assalto à mão armada e roubo de veículos e pertences.

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O fato de os envolvidos não serem pessoas conhecidas do meio policial, apenas com crimes de menor potencial ofensivo, foi um desafio a mais para a investigação. Por fim, o derradeiro assalto, que deixou pistas, ocorreu na tarde de 10 de outubro. Um homem de Doutor Maurício Cardoso, município que fica no noroeste do Estado, veio a Santa Cruz comprar um suposto motor de barco anunciado na internet. Esse caso se tornou mais grave do que os anteriores.

O ponto de encontro foi nas proximidades do mercado Rede Vivo, no Bairro Arroio Grande. Ao se deparar com o assalto, a vítima reagiu e foi alvejada com um disparo na perna. Os assaltantes então fugiram com o Astra do homem e abandonaram o veículo no Bairro São João, onde embarcaram em um Gol branco. Esse fator foi preponderante para a sequência da investigação e a identificação dos envolvidos.

“Naquele dia, foi visualizado um Gol branco nas proximidades do cemitério, no Bairro Santo Antônio. De acordo com testemunhas, uma mulher estaria bastante nervosa ao volante, impaciente. A partir dali, foram realizadas diligências para encontrar o veículo e os proprietários”, relatou Alessander Zucuni Garcia, delegado substituto da Draco. A mulher era a esposa do homem de 32 anos.

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