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VÍDEO: Igreja São Francisco guarda tesouro em imagens

A Igreja São Francisco de Assis, em Rio Pardo, nasce a partir do momento em que a imagem do santo é trasladada da Igreja Nossa Senhora do Rosário para uma breve reforma. A partir daí, ela não retorna e ganha o seu próprio templo. A construção começou ainda no século 18 e, oficialmente, a igreja foi inaugurada em 1812.

A historiadora Dariane Labres, da Gestão de Projetos e Curadoria de Museus Municipais na Secretaria do Turismo, Cultura, Juventude, Esporte e Lazer de Rio Pardo, explica que, provavelmente, pela devoção das pessoas, principalmente dos comerciantes, São Francisco seguiu ali.

A Igreja foi formada pela Irmandade da Ordem Terceira de São Francisco, liderada por Felisberto Pinto Bandeira. É ele quem está sepultado na porta, demonstrando a importância que tinha na instituição e na sociedade da época. “Ele foi enterrado ali para que, na eternidade, as pessoas que entrassem na Igreja soubessem que ele tinha sido o responsável pela construção daquele templo”, explica Flávio Augusto Wunderlich, diretor de Turismo da secretaria do Município. Mais tarde, no século 20, a irmandade é dissolvida e uma associação zeladora assume os cuidados.

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De acordo com a historiadora Dariane Labres, a piedade de São Francisco com aqueles que sofriam, que o levou a romper com a sua família, que era comerciante, também foi o motivo de a igreja ter sido construída já com os nichos que hoje abrigam as imagens da Via Sacra.

Templo foi erguido no século 18, em homenagem a São Francisco | Fotos: Alencar da Rosa

Por dentro do templo

IMAGENS DA VIA SACRA:
Quem entra na Igreja São Francisco e passa pela fachada simples, estilo colonial – como define a arquiteta Vera Schultze –, não imagina as preciosidades que se encontram lá dentro. A Via Sacra é representada em cinco estações, de Jesus rezando no Monte das Oliveiras até o momento em que é capturado, preso e torturado pelos romanos.

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Não se sabe ao certo se as estátuas eram mesmo para Rio Pardo ou ficaram ali por engano. Teorias existem, mas não há documentos que comprovem. O certo é que elas estão expostas no local e são cheias de detalhes. Wunderlich conta que são peças únicas, em tamanho natural, talhadas em madeira. Apresentam particularidades, como as veias, músculos, cabelo e a barba de Cristo. E uma curiosidade: o artista que esculpiu fez com que o olhar de Jesus “acompanhe” quem entra na Igreja São Francisco. Vera tem convicção de que elas eram, sim, destinadas à Cidade Histórica. “A religiosidade na época era muito grande.”

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Quem entra na Igreja São Francisco e passa pela fachada simples, estilo colonial, não imagina as preciosidades que se encontram lá dentro

NOSSA SENHORA DA BOA MORTE:
Além das imagens da Via Sacra, outra relíquia que se destaca na Igreja São Francisco é a imagem de Nossa Senhora da Boa Morte, que, junto com Nossa Senhora da Glória, forma o altar que representa a morte de Maria e sua subida aos céus.

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A Boa Morte é em tamanho natural, com traços serenos e jovens. Para a historiadora Dariane, essa tranquilidade representa “uma morte serena, sem sofrimento”. Ela ainda completa que o rosto jovem não é compatível com os relatos da Bíblia, os quais indicam que Maria faleceu mais velha.

Já Nossa Senhora da Glória é de outro artista. Em tamanho menor, ela reproduz a chegada de Maria aos céus. De acordo com a tradição católica, ela teria sido a única pessoa que ascendeu aos céus com o corpo. “Os católicos acreditam que quem sobe aos céus é o espírito”, explica Wunderlich.

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Nossa Senhora da Boa Morte

Serenidade e devoção

Para a historiadora Dariane Labres, é a imagem de tranquilidade, de serenidade da Nossa Senhora da Boa Morte, que faz com que os devotos acreditem que a morte não é assustadora, e sim uma passagem sem sofrimento. “A devoção é tão grande que as pessoas rezam para Nossa Senhora da Boa Morte, pedindo que a pessoa em sofrimento, e que se sabe que vai morrer, tenha essa passagem tranquila, como teve Maria.”

A Nossa Senhora da Boa Morte em tamanho natural e as promessas das noivas, de entregarem os vestidos a ela, causam algumas confusões. Mas isso é assunto para o próximo episódio.

A lenda do fogo morto

O jovem Osório era tenente em Rio Pardo quando se apaixonou por Ana, filha de um próspero fazendeiro da região. Aparentado com poderosos do Império, o pai da moça não aceitou o namoro porque Osório era pobre. Para separar os dois, conseguiu que o jovem fosse transferido para a fronteira.

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Osório escrevia diariamente para Ana. Mas jamais recebeu respostas, porque as cartas eram interceptadas pelo fazendeiro. Ana, mesmo sem notícia do bem-amado, manteve-se fiel a ele. Quando o pai decidiu casá-la com um parente rico, ficou desesperada e escreveu a Osório, pedindo que viesse buscá-la para fugirem. Por azar, o portador da carta adoeceu no meio da viagem. Quando, após receber a carta com atraso, Osório vinha a cavalo da fronteira para salvar sua amada, escolheu para uma de suas pousadas um lugar de sesteada de carreteiros. Sua ordenança chamou-lhe a atenção sobre o mau agouro que dava reavivar um fogo morto, mas ele não se importou e ali passaram a noite.

Enquanto Osório seguia a Rio Pardo, Ana, acreditando que seu amor não era mais correspondido, se viu obrigada a casar. Entristecida, em frente à igreja, tombou nos braços do pai e morreu. Ao chegar a Rio Pardo, Osório procurou pela moça e descobriu o que havia acontecido. Abalado, retornou à fronteira e nunca mais voltou os olhos para outra mulher.

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Na lenda. daria mau agouro reavivar um fogo morto

Acompanhe
Escute o episódio no programa Cidade Alerta, na Rádio Rio Pardo 103,5 FM, às 9h15, e assista ao vídeo no Portal Gaz. Na próxima semana, contaremos mais sobre a lenda e a devoção das noivas, além de apresentar o Museu de Arte Sacra, que é anexo à Igreja São Francisco e nasceu em 1975.

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