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VÍDEO: Hino rio-grandense nasce em Rio Pardo

Rio Pardo guarda importantes capítulos da história do Rio Grande do Sul. Em 30 de abril de 1838 as tropas farroupilhas venceram os imperiais na Batalha do Barro Vermelho. O ataque aconteceu durante a madrugada e foi rápido – pouco mais de uma hora –, envolvendo um efetivo de 2,8 mil republicanos contra 1.546 imperiais. A ala esquerda dos imperiais era defendida pelo 2º Batalhão de Caçadores de 1ª Linha, comandada pelo coronel Guilherme José Lisboa, que lutou até a morte para manter sua posição.

Após a batalha, os republicanos descobriram que havia uma banda completa entre os prisioneiros, inclusive com os instrumentos. O general Netto quis conhecer o maestro da banda, Joaquim José de Mendanha, dizendo que todos os músicos seriam muito bem tratados. Conforme a professora Sílvia Barros, foi neste momento que Netto pediu para que Mendanha compusesse a música para um hino. O maestro concordou, mas pediu ao general que seu comandante, o coronel Guilherme José Lisboa, fosse enterrado com honras. Netto aceitou e providenciou o funeral, que teve a presença de todos os oficiais superiores do Exército Republicano.

As comemorações duraram muitos dias e um grande espetáculo foi organizado no Teatro 7 de Setembro, o Casarão Azul, na Rua General Godolfin, quase esquina com a General Osório. No local o hino do maestro Mendanha foi executado pela primeira vez.

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Para a historiadora Dariane Labres, da Gestão de Projetos e Curadoria de Museus Municipais na Secretaria do Turismo, Cultura, Juventude, Esporte e Lazer de Rio Pardo, o hino do Rio Grande é curioso. “Um dos poucos e raros Estados do Brasil que usa uma música imperialista com uma letra rebelde.” O diretor de Turismo da secretaria municipal, Flávio Augusto Wunderlich, comenta que o hino não foi feito em um dia. Ele foi sendo construído aos poucos e a lei estadual 5.213, de 5 de janeiro de 1966, traz estas informações: música de Joaquim José de Mendanha, realizada por Antônio Tavares Côrte Real, com versos de Francisco Pinto da Fontoura, o Chiquinho da Vovó, rio-pardense do distrito de João Rodrigues.

A Batalha do Barro Vermelho, que origina o hino, ainda tem marcas em Rio Pardo. A Cruz do Barro Vermelho, na praça localizada no Bairro Ramiz Galvão, relembra os imperiais. E a professora Dariane ainda destaca o Monumento ao Soldado Desconhecido, bem mais recente, feito de forma particular pela Associação Grupo de Amigos Rafael Oliveira (Agaro). “Mostra o farroupilha tradicional – o farrapo, o rebelde. Presença muito simples, mas muito representativa.

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No Casarão Azul, composição do maestro Mendanha foi executada pela primeira vez | Foto: Marília Nascimento

ACOMPANHE
Escute o episódio no programa Cidade Alerta, na Rádio Rio Pardo 103,5 FM, às 9h15 e assista ao vídeo no Portal Gaz. O próximo será na quarta-feira, dia 14, sobre a Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário. E também vai marcar o início das lendas de Rio Pardo, contando a história que envolve a padroeira do município.

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