Bastaram apenas cinco minutos, ao amanhecer desta segunda-feira, 13, para deixar a safra da família de Marcos Alberto Müller, 41 anos, em Linha Sinimbu, a cerca de cinco quilômetros da sede de Paraíso do Sul, bastante comprometida. Eram 6h30, como recorda, e da residência, ao lado da esposa Carina e do filho William Moisés, de 12 anos, angustiado, ele via uma nuvem muito escura estacionada na direção das lavouras de tabaco, situadas a uns dois quilômetros da casa. “Logo disse que aquilo não era boa coisa, e que certamente ia dar granizo”, comenta. Foi o que aconteceu. Mais tarde, quando chegou à lavoura, constatou que o vento forte e o granizo haviam causado muito estrago. “Com o vento, as folhas viraram, e o granizo afetou elas ainda mais”, lamenta.
Müller e a esposa plantaram 32 mil pés nesta safra, e conduzem os trabalhos em parceria com o sogro, Silvio Augusto Temp. Ao todo, as duas famílias cultivam 80 mil pés, e o tabaco se encontrava próximo do momento de fazer o desponte da flor. “A gente tinha acabado de aplicar em toda a lavoura uma boa dose de salitre rosa, para dar mais energia para as plantas. Era um tabaco que realmente dava gosto de ver”, descreve. Ao lado da lavoura dele, na mesma área, o cunhado, Cleo Pupe, e a esposa dele, Carla, também têm uma plantação, igualmente atingida pelo granizo. Juntos, cultivam naquela área em torno de 60 mil pés.
Marcos comenta que, pelo que soube, a queda de granizo foi bastante severa na localidade, em direção a Linha Neri. “Em geral, é o que ocorre. É uma nuvem que passa e que acaba atingindo a plantação”, salienta. Menos mal, segundo ele, que toda a lavoura estava inscrita no Departamento de Mutualidade da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), à qual ele prontamente avisou nesta segunda-feira, aguardando agora pela visita da equipe de avaliação dos estragos. “Não dá para correr o risco e não fazer o seguro”, refere. Ao visitar a lavoura, Marcos fez fotos e um vídeo, que encaminhou ao produtor rural e influenciador digital Giovane Luiz Weber, que assina a coluna “Por Dentro da Safra”, na Gazeta do Sul. E Müller também autorizou a publicação das imagens pela Gazeta e do vídeo pelo Portal Gaz.
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Diante do porte em que estavam as plantas, entende que a solução, agora, será aguardar por pelo menos uma semana para deixar o tabaco estabilizar. “Não adiantaria colher as folhas de baixo desse jeito, porque ainda nem estavam no ponto ideal, e com a umidade iriam secar de forma muito ruim”, diz. Ao fazer o desponte da flor, a opção será por deixar mais folhas novas, pequenas, no alto do pé, que poderão então se desenvolver com o tempo. E talvez algum brote que surja possa render mais folhas. “Mas nunca mais é a safra que teríamos feito, e que prometia ser tão boa”, ressalta.
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