VÍDEO: “Expectativa é a mais alta possível”, diz reitor da Unisc
Em dois meses, a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) vai sediar o 7º Festival Santa Cruz de Cinema. De 11 a 14 de junho, o auditório central irá exibir 18 curtas-metragens que disputam a Mostra Nacional – competindo em 12 categorias – e três produções locais na Mostra Olhares Daqui.
Neste ano, o evento teve recorde de produções recebidas, 827 ao todo, oriundas de 24 estados brasileiros e do Distrito Federal. Elas são avaliadas por uma equipe de 12 curadores, formada por profissionais do cinema, audiovisual e educação. Em breve, a organização anunciará os filmes selecionados. O crescimento surpreendeu todos os envolvidos na organização do festival.
E de acordo com o reitor da Unisc, Rafael Frederico Henn, a expectativa é a mais alta possível, principalmente pela qualidade das produções participantes. “O festival está se tornando uma referência nacional, um centro cinematográfico de produção para o Brasil inteiro”, afirmou. Apreciador da sétima arte, Henn considera o evento uma importante ferramenta pedagógica. Além de possibilitar o acesso dos estudantes do Ensino Médio a produções brasileiras, incentivando-os a trabalhar no setor. “O jovem do Ensino Médio começa a perceber que não está tão distante de ser um produtor de cinema”, afirmou.
Entrevista – Rafael Frederico Henn, reitor da Unisc
Magazine – O que o festival representa para a Unisc? Rafael Frederico Henn – Estamos na sétima edição do Festival Santa Cruz de Cinema e a Unisc sempre esteve junto. Considero ele fundamental. Primeiro porque ele traz arte para o município. Segundo, porque uma universidade vai muito além do ensino. É também arte e cultura. Somos, por exemplo, a única universidade que tem uma orquestra. Todos músicos profissionais e contratados. E nós levamos a vários locais que provavelmente nunca ouviriam uma música tocada por uma orquestra. Isso é uma missão da universidade. E da mesma forma, podemos dizer isso do cinema. E o festival tem uma característica em relação a outros no Brasil: é o único que acontece dentro de uma universidade. E o que nós fazemos? Fornecemos, de forma gratuita, ônibus às escolas para que os alunos do Ensino Médio de todo o Vale do Rio Pardo possam vir e assistir aos filmes. E isso é uma coisa muito bacana, que está totalmente conectada, por ser uma universidade comunitária: levar ensino, pesquisa, extensão, arte e cultura para as regiões onde nós atuamos. Essa é a grandeza do festival, que vem crescendo a cada ano.
Como o evento contribuiu para divulgar e difundir a área de audiovisual e cinema na universidade? É um paradoxo: da mesma forma que há pouco tempo faltavam profissionais de Tecnologia da Informação no mercado, os cursos tinham um número de alunos baixo. Mas isso se reverteu, porque eles começaram a entender a empregabilidade que existe. E hoje os cursos na área de TI estão muito em alta. Os cursos audiovisuais que nós temos também estão tendo uma procura baixa. Mas o Rio Grande do Sul tem se destacado na produção de filmes, de bons filmes. E acredito que, muito rapidamente, o jovem vai perceber que é uma bela profissão e vai começar a se inserir cada vez mais. Então, não há dúvida nenhuma de que nós utilizamos o Festival de Cinema como uma forma de apresentar os cursos e a universidade à comunidade. O jovem não sabe como é elaborado um filme. E ali temos muitos curtas-metragens realizados por alunos da Unisc. Então, o jovem do Ensino Médio que chega começa a perceber que não está tão distante de ser um produtor de cinema.
No seu entendimento, a parceria pode se fortalecer ainda mais nas próximas edições? Acho que o formato trabalhado pelo festival é muito adequado. É uma parceria que funciona muito bem com todas as entidades envolvidas. É uma relação muito boa. Quem conduz o projeto é o professor Rudinei Kopp, doutor nosso da área de comunicação, que tem feito esse trabalho de relacionamento com todas as partes de uma forma muito boa.
O senhor acompanha as edições? Em todas as edições, sempre participo da abertura. Na primeira noite, assisto a todos os curtas. Não consigo acompanhar todas as noites, mas pelo menos duas noites assisto. Adoro cinema. E é muito interessante, porque o município está virando uma referência no estado, assim como ocorre em Gramado.
O que significa para o senhor acolher e recepcionar profissionais da área de todo o Brasil ao longo da realização do evento? É uma honra. Santa Cruz tem vários eventos, que trazem profissionais do Brasil inteiro. Mas profissionais realmente qualificados, que trabalham com arte e cultura, é realmente maravilhoso. E chamo muito a atenção para a questão dos alunos do Ensino Médio poderem vir. Porque eles também conversam com produtores, artistas, atores e atrizes. É uma relação muito direta entre o público e quem está produzindo o filme. Nós, da universidade, ficamos muito felizes.
Esse exemplo que a Unisc dá, de sediar o festival, como ele é visto por outras universidades e entidades de fora? Todos elogiam muito. Atualmente, sou presidente do Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung), então eu convivo com as 14 universidades – incluindo PUC, Unisinos, Feevale, entre outras das maiores do Rio Grande do Sul – e eu levo esse exemplo, não só do Festival de Cinema, mas também da orquestra. Todos elogiam, e muito, mas não passa muito daí. Seria interessante se as 14 universidades pudessem ter um exemplo como esse para levar para todo o território gaúcho arte da melhor qualidade, como o Festival de Cinema.
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Julian Kober
É jornalista de geral e atua na profissão há dez anos. Possui bacharel em jornalismo (Unisinos) e trabalhou em grupos de comunicação de diversas cidades do Rio Grande do Sul.