Iniciou às 13h30 desta quinta-feira, 6, o julgamento de Servo Tomé da Rosa. O pedreiro de 70 anos responde em júri popular, no Fórum de Santa Cruz do Sul, pelo assassinato da ex-companheira Heide Juçara Priebe, de 63 anos. A sessão é presidida pela juíza Márcia Inês Doebber Wrasse. Quatro homens e três mulheres foram sorteados para formar o conselho de sentença. O plenário está lotado. Muitos familiares e amigos da vítima foram acompanhar a sessão.
O primeiro depoimento da tarde é da delegada Raquel Schneider. Na sequência, fala o filho da vítima, Franklin Elimar Fetzer. O promotor Flávio Eduardo de Lima Passos representa o Ministério Público. Como advogadas da família atuam Nicole Garske Weber e Franciele Cristina Stadtlober. A defesa do réu é feita pelo defensor público Arnaldo França Quaresma Júnior. A expectativa é que o resultado seja divulgado por volta de 19 horas.
O crime aconteceu na tarde de 8 de julho de 2022, na Travessa Tenente Barbosa, no Centro da cidade. Rosa investiu à queima-roupa contra Heide, com quem havia tido um relacionamento amoroso, com um revólver calibre 22, por volta das 17 horas daquele dia. Um disparo acertou a cabeça e outro o braço da vítima. Depois, o assassino atirou em si mesmo, na altura do peito, com a mesma arma. Os dois foram conduzidos ao Hospital Santa Cruz (HSC), mas Heide não resistiu aos ferimentos e morreu cerca de cinco horas depois do ataque, devido ao tiro no braço, que entrou na lateral do corpo e atingiu o pulmão. Ela foi sepultada em Candelária, sua cidade natal.
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A arma foi apreendida pela Brigada Militar. A investigação ficou a cargo da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), sob o comando da delegada Raquel Schneider. O assassino foi conduzido algemado ao presídio no dia 11 de julho de 2022, quando teve alta do hospital. Ainda no HSC, Rosa confessou ter matado a ex-companheira, durante interrogatório conduzido pela delegada Raquel. A investigação apurou ainda que o criminoso não tem porte de arma e usou um revólver antigo, herdado do pai, para balear a vítima. No inquérito, também foi juntado como prova um caderno, no qual Rosa detalhou o planejamento da morte da ex-companheira. O crime foi caracterizado como passional, já que o pedreiro não aceitava o fim do relacionamento com Heide.
Servo Thomé da Rosa foi indiciado pela Polícia Civil por perseguição, violação de domicílio e homicídio duplamente qualificado. As qualificadoras – dispositivos que podem ampliar a pena – foram elencadas pelo feminicídio e pelo motivo fútil. O Ministério Público ainda adicionou outra qualificadora na denúncia encaminhada ao Poder Judiciário: recurso que dificultou a defesa da vítima. A comoção entre os santa-cruzenses com o assassinato Heide Priebe foi tamanha que uma passeata foi realizada por ruas do Centro de Santa Cruz no dia 17 de julho de 2022. O objetivo do ato foi homenageá-la e conscientizar sobre violência doméstica, para que esse tipo de crime não se repetisse.
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