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VÍDEO: documentário conta história do Circolo Culturale Bella Itália

Do esforço de um trabalho feito em conjunto – reunião de amigos, simpatizantes e associados do Circolo Culturale Bella Itália –, nasceu o documentário que conta, em pouco mais de onze minutos, uma história de gigantes. Narra, com o auxílio de fotos e recortes de jornais da região, uma trajetória iniciada há 17 anos com o objetivo de resgatar os hábitos culturais e, principalmente, conservar na memória as lembranças daqueles que permaneceram por lá, na Itália, na velha Europa. “Para aqueles que partiram não esquecerem dos que ficaram”, diz o texto de apresentação. E também para preservar o legado histórico dos oriundis, ou seja, dos nascidos fora do território italiano.

Para ver ela passar em frente aos seus olhos, onde quer que você esteja, de preferência confortavelmente instalado na sua poltrona favorita, basta acessar o Youtube e pesquisar por A História do Circolo Culturale Bella Itália. São momentos de puro deleite e emoção. O trabalho de resgate, em textos e fotos, começou a ser desenvolvido há um ano e ficou pronto agora, graças ao empenho e à iniciativa de duas pessoas, as professoras Carin Breunig e Vania Dezorzi. São elas também as responsáveis pela divulgação do projeto.

O áudio foi gravado por Sérgio Damiani, e Sandra Halmenschlager digitalizou as fotos. Ivone Serena e Liziane Seolin cederam os seus arquivos, e a edição de textos, fotos e vídeos foi feita por Éderson Medina. A trilha sonora foi pesquisada por Gélson Pranke. Enquanto assiste, o internauta pode ouvir e se divertir com Mérica, Mérica, Tarantella Napolitana, La Bella Polenta e Al di la.

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Carin, que também é jornalista, explica que o documentário foi realizado em três etapas, todas trabalhadas de forma meticulosa e com todo o carinho. Na primeira, a introdução, o foco recai sobre as pessoas que iniciaram o movimento de criação da entidade. Fica-se sabendo, por exemplo, que o CCBI foi fundado em 12 de julho de 2002, em uma assembleia que contou com a presença de cerca de 150 pessoas. Na segunda parte, o desenvolvimento, aparece a criação do grupo Cantante e das outras diversas atividades.

Sede
A terceira e última parte, a conclusão, culmina com o início da construção da tão sonhada sede própria, nos altos da Rua Marechal Deodoro, próxima ao cemitério católico, e que irá se configurar como mais uma opção de turismo da região, por sua história, arquitetura e localização geográfica dentro do mapa central de Santa Cruz do Sul. O atual presidente, o engenheiro agrônomo José Inácio Zanon, que está indo para o seu finalzinho de gestão, disse que ela, a sede, deverá ficar pronta entre 2023 e 2024. “Mas no ano que vem já queremos estar utilizando o primeiro piso para algumas de nossas atividades”, referiu. A culinária italiana, de certa forma será privilegiada.

Muitos fatores, lembrou ele, contribuem para acelerar (ou retardar) a obra. Entre eles, o econômico, é claro. “Não é fácil, mas vamos conseguir. Com o primeiro pavimento disponível para o uso, poderemos, por exemplo, promover atividades que nos auxiliem na arrecadação para construir o segundo.” Da atual gestão, destaque ainda para a criação do grupo de danças infanto-juvenil, em parceria com a escola Petituba. “É um projeto que também deverá dar sustentabilidade e continuidade ao futuro da entidade”, comentou Zanon

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Um sonho italiano
A jornalista Carin Breunig disse que o documentário A História do Circolo Culturale Bella Italia “resume o sonho de mantermos as tradições em nossa casa. Este trabalho serve de base e sugestão para que, no futuro, as novas gerações conheçam tudo o que foi realizado pelo Circolo, e para que fique na memória e no coração de todos”. Ela e Vânia são puro agradecimento. “Tivemos muitas colaborações, com recortes de jornais, fotos, tudo contando pequenas histórias… Nossa pretensão foi a de fazer um documentário com muito carinho, amor e dedicação. Esperamos que todos apreciem. E acessem, evidentemente. E divulguem.”

Hoje, ao analisar a trajetória do Bella Italia e olhando para o passado, pensando no futuro, Karin e Vânia afirmam com segurança que a linguagem comum por ocasião da imigração era a pobreza, envolta de esperanças e coragem, ansiando por trabalho e progresso para os que ficaram e para os que partiram. “Todos lutando com suas forças e tentando realizar seus sonhos, legado que aprendemos de nossos antepassados. É mantendo as tradições que se conhece a cultura de um povo – e assim o Circolo prosseguirá na construção e na materialização de um sonho.”

O objetivo da fundação do Circolo Culturale Bella Italia (CCBI) foi resgatar os hábitos culturais e conservar na memória as lembranças daqueles que ficaram na Itália. E para os que partiram não esquecerem dos que ficaram. No porto de Gênova, 1,5 milhão de italianos embarcaram para o Brasil no século XVIII. Trouxeram desenvolvimento, empreendedorismo e alegria. Essa coragem, a perseverança e a fé foram as palavras-chave para a criação do Bella Italia, como muito bem consta no recém-criado documentário feito para divulgar as atividades da entidade.

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Baseado neste tripé – coragem, perseverança e fé – é que em 12 de julho de 2002 realizou-se a assembleia de fundação. Os idealizadores foram: Sixto Fausto Pedrotti e Rudi Vendelino Bagatini com respectivas esposas, Clair Lurdes Battisti e Maira Zambiazi. A ideia de criar uma entidade para reunir os ítalo-brasileiros e simpatizantes da cultura italiana, que vivem em Santa Cruz do Sul, foi logo abraçada por mais pessoas, e as reuniões passaram a se tornar frequentes.

E, desde então, os “filós (encontros com os mais específicos propósitos)” – o primeiro aconteceu em 6 de setembro de 2002 – e as “cenas danzantes” do CCBI não pararam mais. Como primeiro presidente foi escolhido Carlos Miguel Vendrúscolo. Desde sempre, as atividades visaram promover a italianidade, baseada no culto à família, amizades, cantorias, almoços e jantares. O curso de língua e cultura italiana existe desde agosto de 2002 e a primeira aula, no dia 16, contou com a presença do agente consular da Itália, Ovaldo Dallago, de Santa Maria. Os professores possuem formação em Porto Alegre e na Itália. A cada semestre formam-se novas turmas. Atualmente (ou quando tudo voltar ao normal), ele é ministrado na escola New Door (Fernando Abott, 15) e já formou cerca de 400 alunos.

Em junho de 2013, na gestão da presidente Ana Abruzzi Dias e de Carmen Pozzobon da Costa, Santa Cruz do Sul recebeu o coro Marmolada, de Veneza. Na ocasião, a comunidade desfrutou do envolvimento musical e emocional entre os intérpretes e os ouvintes. Com uma apresentação, especialmente escolhida para o momento, o coro teve como palco a Catedral São João Batista, e foram recebidos pelo padre Orlando Francisco Pretto.

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Grupo Cantante
O CCBI, para caracterizar suas origens e tradições, decidiu criar um grupo que cantasse o folclore italiano trazido pelos imigrantes. Nasceu então, em 2003, o Grupo Cantante Bella Itália, responsável por levar a alegria e a cultura italiana por intermédio de músicas folclóricas, como Mérica, Mérica, a canção que conta a epopeia da chegada dos imigrantes italianos no Brasil. Já se apresentou em várias cidades e localidades, promovendo a integração entre as culturas, e o resgate às tradições. É um dos pilares da divulgação da cultura italiana, sempre presente em todas as atividades do CCBI. Em 2006, interagindo com a comunidade, fez a sua estreia no desfile da Oktoberfest.

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