Elas miram muito além do alvo. O objetivo é a conquista. Não só das competições, mas também do espaço que elas sabem que podem e devem ocupar. E assim, munidas de coragem e determinação, se uniram em julho de 2022 para formar a primeira equipe feminina de tiro ao alvo esportivo. A modalidade, que até então era praticada somente por homens, agora também é delas: do grupo de atiradoras “As Perigosas”, de Sinimbu Baixo.
O nome da equipe é inspirado no clássico Perigosa e Linda, da Banda Corpo e Alma. Mas não só isso. A dedicação e a persistência de cada uma das 24 integrantes em cada treino na busca do tiro perfeito potencializam o “perigo” que elas podem oferecer aos adversários. E quem confirma essa tese é o treinador das meninas, Cleu Schwendler.
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Ele tem envolvimento com a prática há mais de dez anos e não esconde a alegria de acompanhar a evolução de cada integrante do grupo. “É uma experiência maravilhosa, porque tu vê a cada treino, a cada etapa, a cada tiro, a evolução de várias delas, considerando toda a performance de concentração, análise e nível de tiro para efetuar um disparo com perfeição. Muitas delas não tinham noção de como segurar uma arma e mesmo assim apresentaram uma evolução muito rápida”, destaca.
Uma delas é a presidente das Perigosas, Patrícia Muller. Ela conta que nunca tinha atirado e não simpatizava muito com armas, mas o hobby virou um vício. “É gratificante saber que estamos incentivando outras mulheres a buscar a nossa autoridade para conquistar cada vez mais espaços”, cita.
E se em 2023 “As Perigosas” conquistaram o quinto lugar geral – entre cinco equipes masculinas e uma feminina – no Campeonato Municipal de Tiro ao Alvo de Sinimbu, a meta para 2024 é estar entre os primeiros colocados. Por isso, a preparação não para. Elas, que têm entre 20 e 50 anos, se encontram todas as quartas-feiras à noite, na Sede Schwendler, para buscar o tiro perfeito. Segundo Patrícia, como o torneio só permite dez atiradoras por equipe, o grupo seleciona as dez melhores nos treinos para representar o time no campeonato.
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A arma utilizada para efetuar os disparos é uma carabina de pressão 4.5 milímetros em mira aberta. Cada integrante, segundo o treinador Cleu Schwendler, recebe uma folha teste para fazer a mira. “Após um tiro em cada alvo em segmento, muda de nível de altura. São dez tiros em cada nível e o somatório máximo é de 130 pontos”, explica.
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Ele ainda destaca a importância dos treinos para garantir a evolução. “É preciso criar um nível de massa com alça de mira para chegar no alvo. Concentração, respiração e alinhamento do corpo para efetuar um tiro com perfeição. Tudo isso acontece em cima de treino”, afirma.
Ou seja, a persistência e a paciência na modalidade são uma unanimidade entre as atletas. Mas, muito além disso, as Perigosas destacam o tiro como sinônimo de amizade, coragem, alegria, liberdade, empoderamento e superação porque, se elas começaram desacreditadas e enfrentando preconceitos, estão cada dia mais prontas para mirar o alvo e mostrar a que vieram.
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