Considerada uma ocorrência que saiu fora da normalidade em muitos aspectos, o acidente que deixou seis mortos na noite de 18 de julho, no quilômetro 186 da BR-471, em Rio Pardo, continua em investigação com a Polícia Civil. O inquérito é presidido pelo delegado Anderson Faturi e já foram tomados os depoimentos de três envolvidos no caso.
O chefe da investigação aguarda agora o resultado dos laudos periciais que vão apontar algumas das questões mais importantes sobre o acidente, como estimativas da velocidade e funcionamento mecânico dos veículos, além dos exames de lesões nos corpos dos dois motoristas sobreviventes. Esse trabalho está sendo feito pelo Posto de Criminalística do Instituto-Geral de Perícias (IGP) de Santa Cruz do Sul.
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Coordenador regional do IGP, Paulo Ricardo Ost Frank, de 62 anos, foi entrevistado no podcast Papo de Polícia, produzido pela Gazeta Grupo de Comunicações. No programa, ele detalhou como está sendo o trabalho pericial e contou algumas curiosidades desse caso. Segundo ele, foram analisados e documentados os vestígios deixados na cena, além de ser registrado o posicionamento dos veículos e dos corpos na pista e barranco.
“Procura-se registrar e preservar o máximo possível de informações. Algumas vítimas estavam desfiguradas, e o rosto não era suficiente para confirmar a identidade. Nossa papiloscopista [que faz as impressões digitais] estava de férias, e precisamos naquela oportunidade acionar uma profissional do IGP de Caxias do Sul, que veio para nos auxiliar nessa questão”, revelou Paulo Frank.
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Conforme o coordenador regional do IGP, irá se buscar chegar a estimativas de velocidades dos veículos envolvidos. Entre as informações que são apuradas estão marcas de frenagens na pista e a deformação do carro, caminhonete e caminhão. Com isso, será possível uma melhor avaliação do que aconteceu. “Do caminhão é mais fácil, porque tem o tacógrafo, que recolhemos. Com isso, vamos verificar quais as velocidades que são compatíveis com os danos causados.”
Uma opção que é válida, mas depende de seu surgimento durante a apuração, seriam imagens de alguma câmera que tenha registrado o acidente. Contudo, pelo local onde aconteceu, é pouco provável que exista tal registro. Outros pontos importantes a serem analisados são o uso de cinto de segurança por parte dos envolvidos e detalhes sobre os equipamentos no interior dos veículos.
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Uma das peculiaridades do caso é que, segundo levantamentos da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no ponto do acidente, a caminhonete RAV4 preta colidiu com a traseira de um Fiat Palio cinza. Esse veículo, então, foi empurrado para a contramão direto contra um caminhão Mercedes-Benz LS 1935 branco. Ou seja, a perícia do IGP demandará estudos e exames extras para verificar a velocidade da primeira colisão, que gerou o segundo movimento.
“Há questionamentos sobre o suposto causador, sobre excesso de velocidade, mas nós ainda não emitimos os laudos, e no momento não podemos confirmar nem negar qualquer hipótese. Mas certamente, se tivermos elementos materiais para falar sobre velocidade, iremos falar”, salientou Paulo Frank, que na noite do acidente estava em uma reunião de coordenadores do IGP em Passo Fundo.
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Em razão do fato em Rio Pardo, ele foi acionado pela perita de plantão para prestar apoio. “A colega me ligou, mas precisei dizer para ela que quem estava acidentado naquele momento era eu”, comentou o perito. Na volta para o Vale do Rio Pardo, o coordenador regional estava em uma viatura que capotou em uma das vias de Passo Fundo.
O Renault Sandero adesivado do IGP foi atingido com violência na lateral por um veículo em alta velocidade. Mesmo com a forte colisão, o motorista do carro que atingiu a viatura conseguiu fugir e não foi localizado. “Fiquei com um machucado na cabeça, estava um pouco tonto. Disse para a colega que não conseguiria ir até Rio Pardo. Mas certamente eu e a perita responsável vamos discutir os detalhes desse caso que deixou seis mortos”, finalizou Paulo Frank.
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